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[LIVRO DAS HAGIOGRAFIAS] Os Apóstolos

 
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Adonnis
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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:27 am    Sujet du message: [LIVRO DAS HAGIOGRAFIAS] Os Apóstolos Répondre en citant



Citation:



    Hagiografia do Apóstolo São Titus, Primeiro entre os Apóstolos, I Papa da Igreja


    Vida de Titus, o Grande, o Belo, o Inteligente...

    Titus nasceu na Galileia, perto do Mar da Galileia, cerca de dez anos antes do nascimento de Christos. Ele passou uma infância feliz numa família de pescadores. O seu pai ganhava o suficiente para alimentar a sua família, e Titus cresceu com um certo conforto, embora nunca tenha experimentado o luxo.

    Poupado da fome, alimentava-se de uma forma saudável, tendo crescido ao ar livre, Titus ganhou uma forte estatura, eis que seu pai não permitia que lhe faltasse carne. Dizia-se que ele era uma rocha sobre a qual todos podiam confiar e descansar. No entanto, ele também era muito esperto por comer muito peixe, uma qualidade que os pescadores conheciam. Quando tinha idade suficiente, na visão de seu pai (pois era grande e forte), começou a pescar com ele. O seu zelo, dedicação e força fizeram dele uma pessoa respeitada em toda a região. Titus viveu para a sua família, para a pesca e para a sua comunidade. Aos 18 anos de idade, casou com uma rapariga da sua aldeia, mas nenhum filho nasceu desta união. Titus ficou amargo com isto durante muito tempo, porque ansiava por ter com seu filho a relação que teve com o seu pai, na sua juventude.

    Ele tinha cerca de vinte anos, quando começaram os problemas com os ocupantes romanos. Estes últimos queriam comprar peixes dos pescadores da Judeia, à baixo custo, favorecendo assim o povo mais fiel ao Império com a exportação de peixes. Os pescadores da Galileia foram protestar pacificamente em Jerusalém, a capital da província. Ao longo do caminho, encontraram-se com outros grupos que se juntavam a eles à medida que avançavam, de forma que uma grande multidão chegou ao Palácio do representante de Roma.

    Graças à sua inteligência, estatura e reputação, Titus tornou-se o porta-voz dos pescadores que negociavam com os romanos, sem nunca ceder à violência, recorrendo, por outro lado, à diplomacia inteligente. Obteve, assim, um bom compromisso e regressou a casa com uma excelente confiança que o fez ganhar reputação. Juntamente com outros, fundou uma associação de pescadores da qual se tornou o coordenador. Esta experiência foi-lhe muito útil mais tarde, eis que buscava tornar-se um artesão, encontrando-se com o conselheiro imparcial do governador.

    Vida do Apóstolo Titus, o Santo, discípulo de Christos

    Um dia, um pregador estrangeiro veio à aldeia. Falou bem e mostrava um grande carisma. Titus, que até então nunca estivera realmente interessado no Altíssimo, foi seduzido pelo discurso deste homem, pela palavra de Christos. Discutiram longamente, junto ao lago durante a pesca. Christos amava este homem forte e direto em sua abordagem, que mostrava uma inteligência ímpar e uma alma pura que procurava apenas a simplicidade. Assim, Titus tornou-se um dos Apóstolos de Christos. Para seguir o seu novo mentor, Titus teve que se separar de sua esposa. Como eles não tiveram filhos, ele sentiu que o casamento não tinha dado todos os seus frutos e não iria a lugar algum, sem culpa de ninguém. Pediu conselho à Christos, que confirmou a sua decisão e concordou com a separação. Quando a separação foi pronunciada, Titus deu à sua ex-mulher a metade das suas economias e o lar conjugal. Em seguida, partiu para a sua viagem.

    Durante os anos que se seguiram, ele foi um companheiro do Christos. Discreto, mas sempre útil e sorridente, Christos ele era respeitado por todos os apóstolos. Foi à ele que o Profeta se dirigiu para dar a mais piedosa missão. Eis o que a Vida de Christos relata a seu respeito:

      Christos virou-se então para Titus, que ali estava... "Titus, venha cá meu amigo. Titus, você é forte e vigoroso. Podes ajudar-me a levar esta comunidade; serás o meu segundo. Vai Titus, tu és um gigante, e é com a ajuda das tuas forças que eu construirei uma Igreja gigante!

    O desaparecimento de Christos foi um choque para Titus, tal como para todos os outros. Mas, fiel à sua reputação de rocha sobre a qual podemos descansar, especialmente para a Igreja a qual Christos lhe encarregou, ele sempre manteve seu bom humor, a sua seriedade, tornando-se uma referência e um pilar à serviço de seus companheiros. Algum tempo depois, os apóstolos se separaram.Cada um escolheu um caminho, uma forma particular de servir à Christos e sua mensagem. Pouco antes da separação, Titus distribuiu a cada apóstolo um anel com uma pedra púrpura, um rubi, em memória de sua amizade e missão. O anel de Daju foi dado a Anacleto, um jovem que se tornara amigo de Titus e Samoht. Titus, então, tomou uma decisão crucial: partir para Roma, o centro do Império e, brevemente, de sua Igreja! Mas ele não partiu sozinho. Samoht e Anacleto o seguiram em sua jornada.

    Desembarcando na Apúlia, Titus e seus dois companheiros passaram pelas cidades de Abruzzo e, em particular, sua capital L'Aquila, onde permaneceram por alguns dias. Ele aproveitaram sua presença nessas terras para ensinar os preceitos de Aristóteles e Christos à população local que os acolheu com a hospitalidade digna do Livro das Virtudes. O fervor aristotélico era tal na capital de Abruzzo, que seus habitantes construíram uma Igreja em cada distrito. [nota do copista: Samoth não é claro, ele especifica em suas memórias que Titus daria aos Aquilanos seu bastão, cuja ponta era arredondada. Hoje, mais conhecido como cajado, ou guia, o referido presente é mantido guardado na catedral da cidade. Ele só é utilizado em todo dia 29 de junho, durante a procissão que lhe é dedicada.]

    Vida do «Papa» Titus

    Finalmente, em Roma, Titus, Samoht e Anacleto compraram uma casa em uma ínsula do Aventino, próximo ao Tibre - onde a futura Santa Sé se estabeleceria - e todos começaram a espalhar a mensagem de Christos. Pescando durante o dia, pregando à noite, Titus fez alguns seguidores. No entanto, ele concentrou seus esforços em pessoas que já conheciam a mensagem de Aristóteles, enfatizando a continuidade das mensagens e a complementaridade dos ensinamentos. Muitos convertidos, então, se voltaram para Samoht e para o culto que ele havia estabelecido. Titus continuou seu caminho, como uma rocha descendo a encosta das Sete Colinas, destruindo todos os obstáculos ímpios.

    Um dia, enquanto ele estava bebendo e comendo em uma taverna com os amigos, um evento extraordinário ocorreu. Samoht estava lendo a carta de Paulos sobre a necessidade de escolher um líder e lembrou aos presentes que Christos havia nomeado expressamente Titus, tendo este último contestado modestamente e, depois, permanecido em silêncio. Foi então que alguém abriu uma janela. Uma pomba entrou na sala e flutuou sob as vigas. Ela soltou algumas das ervas que estavam penduradas, quando ramos de manjericão, o tempero dos reis, pousaram na cabeça de Titus. Todos viram nele um sinal da realeza espiritual de Titus. Titus levantou-se e disse:

      Titus: « Meus amigos, meus irmãos, eu não sou um Rei! Sou apenas o servo do Altíssimo e todo o poder na Terra vem apenas do reconhecimento dos meus pares....»

      Samoht: « Titus, tu és o nosso Rei Espiritual. Todos nós aqui reconhecemos isso. Seja nosso guia, você a rocha da sabedoria, tu és nosso Padre, nosso Papa.»


    Foi assim que Titus se tornou o primeiro "Papa", pois considerava a Igreja como o filho que tanto ansiou ter para ser um pai amado. E ele cumpriu essa tarefa com fervor e humildade. Ele se confrontou com o Imperador que, com inveja de suas prerrogativas, preferiu a velha religião, o que lhe permitiu manter o povo em estado de servidão e dependência. Mas fortalecidos por sua nova condição, uma vez em Roma, Samoth e Tito se tornaram mestres das doutrinas teológicas que logo se tornariam as da igreja, o número de fiéis aristotélicos cresceu rapidamente graças a seus esforços. Exasperados por esse proselitismo, os romanos prenderam Tito e seus discípulos e os julgaram por perturbação da ordem pública.

    Ele permaneceu na prisão por vários e longos dias, eis que a Carta dos Juízes não permitia ao Imperador fazer mais que isso. Durante seu cativeiro, Titus não pôde se alimentar e, portanto, sofreu as conseqüências relacionadas a isso até atingir o estado esquelético, mas foi mantido vivo até ser libertado da prisão, para não se tornar um mártir. Consciente de que Christos o havia confiado com sua frágil filha para ser tão forte quanto seu Titus, escreveu uma carta a um de seus amigos que ainda estava livre e que ele havia identificado para sua sucessão; uma mensagem que certamente lhe foi entregue, pois conhecemos seu conteúdo, que é a seguinte:

      Titus:
      Estou escrevendo estas linhas da minha prisão, porque acho que minha missão está chegando ao fim.

      Estou escrevendo para você Linus, meu amigo, porque quero que você continue, depois de mim, o que nosso Salvador Christos começou na Judeia e pelo que ele morreu como mártir.

      Não sei o que aconteceu com os outros apóstolos e vos encarrego de encontrá-los e de organizar a difusão da fé e a formação dos nossos sacerdotes. Não ceda à tentação das armas, mas procure não morrer desnecessariamente como mártir, porque a vida é um presente precioso que Nosso Criador nos deu.

      A Igreja deve se tornar uma sociedade visível, que se reconhecerá por quatro traços característicos: Ela deve ser una, santa, aristotélica e apostólica.

      O elo que nos liga a quintessência divina para nos manter próximos do Criador só existe por Sua vontade e através de Christos e de seus apóstolos. Pois, foi para nós que esse vínculo foi fornecido pela primeira vez; e continuará será transmitido, pelo efeito da infinita caridade de Deus, para aqueles que permanecerem fiéis à mensagem dos profetas.A mensagem divina, transmitida pelos profetas, deve ser guardada e defendida pelos bispos por nós ordenados, para que seja impossível para a Igreja de Christos errar e descumprir o dogma.

      É preciso também afastar todas as outras sociedades que usurpam o nome da Igreja. Pois, guiados pelo espírito da heresia ou da criatura sem nome, entregam-se a erros perniciosos, tanto na doutrina como nos costumes.
      De qualquer forma, o caminho será longo, mas vi em um sonho que você virá a Roma para concluir a construção do que se tornará o coração da nossa sociedade de fiéis para a palavra que nos foi ensinada pelo próprio messias.

      Conto com você, meu amigo, para continuar a caminhada que realizei com Kyrene, Calandra, Adonia, Helena, Ofélia, Uriana, Thanos, Paulos, Nikolos, Samoht e até mesmo com o infiel Daju...

      O portador desta mensagem também lhe entregará um molho de chaves, uma das quais abre a cripta onde nos encontramos em segredo; ele pode guiá-lo e protegê-lo, mas seja discreto, pois nossos inimigos tentam nos fazer desaparecer. Na cripta você encontrará também sete portas, cada uma aberta por uma das chaves que lhe enviei; atrás da sétima porta está uma lista dos nossos crentes mais devotos; com eles você poderá realizar nosso trabalho.

    Mas os romanos não queriam vê-lo morrer na prisão, correndo o risco de fazer dele um mártir, por isso o ofereceram para participar dos jogos de circo. Titus aceitou esta condição para libertar alguns de seus companheiros. No circo, foram erguidas nove enormes cruzes, cada uma pesando mais de cem quilos, uma para ele e as outras oito para oito dos seus amigos. O Imperador de Roma disse-lhe que por cada cruz que ele arrancasse do chão, ele ou um dos seus amigos seria libertado... Titus conseguiu arrancar e derrubar as primeiras oito cruzes, deixando apenas a sua... porém, já mal conseguia ficar de pé...

    Titus entrou nos portões da prisão apoiado por um legionário. Ele estava fraco, abatido e doente. Seus amigos mal reconheciam a "Rocha de Deus". Samoht veio ao seu encontro e o apoiou, levando-o discretamente para a cripta onde eles se encontravam. Lá, ele permaneceu entre a vida e a morte, sem falar, como se o Altíssimo ainda não o desejasse. Então, os discípulos permaneceram à sua cabeceira para cuidar dele. Após o terceiro dia, os patrícios romanos se apresentaram, pois tinham sido tocados pelo éter durante os jogos de circo onde tinham visto Titus.

    Mas não foram só eles, os Príncipes de todo o Império e até os de fora do Império, também vieram. E foi assim que aquele local e seus arredores ficaram povoados de línguas, rostos e cores. Todos, numa calma perturbadora, esperavam sua vez. Essa multidão espantosa veio para adorar, ou melhor, para prestar homenagem àquele que agora era considerado como o novo Primus Inter Pares, o Pontifex maximus. Estes patrícios e príncipes juraram fidelidade ao primeiro Papa da história. E alguns dias depois, quando tudo tinha finalmente se acalmado...

      "Deixe-me morrer de pé diante do meu criador", disse Titus, tentando ficar de pé.

    Então, todos os seus discípulos, os futuros líderes desta Igreja recém-nascida, que os soberanos temporais acabavam de reconhecer e que já não mais colocavam obstáculos, correndo o risco de incorrerem na ira do Altíssimo, que estava prestes a chamar para perto de si, aquele que seria considerado como seu servo emérito.

      « "Meu Deus, eu venho até você. Perdoe-me, minha missão ainda não acabou, mas estou pronto!" »

    E ele morreu lá, na luz da manhã que veio para levá-lo de Samoht e seus companheiros. Era como se uma mão invisível estivesse segurando seu corpo para colocá-lo suavemente no chão frio. Era 29 de junho... Seu corpo foi levado para a cripta onde uma sepultura foi cavada. Atualmente, a Basílica de São Titus, em Roma, foi construída sobre esta cripta, onde uma estátua deitada representa a "Rocha de Deus", sobre a qual repousa a Igreja.


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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:27 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:



    Os Apóstolos
    Hagiografia da Apóstola Santa Kyrene



    Kyrene era três anos mais nova que Christos. Professora de história helênica, era dotada de um grande conhecimento da filosofia de Aristóteles, vivia para ensinar e era naturalmente atraída pelo ensino de Christos. Ao mesmo tempo, pregando o amor e a tolerância absoluta, ela conseguira converter um exército de antiga tradição, levando-os a abandonar suas armas, preferindo a busca pela paz construtiva com os romanos em detrimento das tentativas fracassadas de usar a força.

    A visão do amor, revelada por Christos, levou-a a ser tornar a primeira mulher Apóstola do amor universal, sempre em busca do amor altruísta. Ela já pregava ao lado Dele, e foi autora da citação "amem-se uns aos outros: como Christos nos ama, assim devemos amar. Amai-vos uns aos outros: desta forma, Com isso, todos saberão que vocês são seus discípulos, se tiverem amor um pelo outro."

    Após a crucificação, ela continuou a pregar Amor e compaixão, porque a morte de Christos a convenceu mais firmemente de que era preferível aceitar seu destino, fosse ele qual fosse, do que usar a violência para tentar mudá-lo. No entanto, ela refletiu sobre o que o Messias Christos certa vez lhe disse: "Aceito meu destino de sofrer por amor à vocês, mas meus bispos não terão a mesma missão. Em vez disso, você deve viver pela palavra, apesar de que outros terão o destino de protegê-la com a espada, pois a humanidade ainda possui demasiada sombra sobre si mesma. Viver e pregar, mas aceitar que alguns devem carregar o fardo da espada para defender a Igreja se ela for atacada. Entretanto, eles nunca devem usar a espada para suas próprias ambições, nem para as de seus líderes."

    Um dia, quase dez anos após a morte de Christos, enquanto caminhava pelas ruas de Jerusalém para se juntar aos seus alunos, ela viu dois soldados romanos espancando um mendigo, de modo que logo interviu com estas palavras:

    "Mas pelo Amor da Criação, pare com essa violência, o que você quer com esse pobre ser que justifique tanta brutalidade?"

    Os dois homens se viraram para encará-la e para lhe dizer que fosse embora, se ela não quisesse que eles lhe mostrassem o quanto eles eram capazes de amá-la... Eles saíram rindo, arrastando o mendigo com eles. Kyrene os seguiu, pregando amor e tolerância, até que um dos dois soldados virou-se contra ela e lhe desferiu um golpe com seu escudo. Apenas a chegada de um grupo de seus alunos fez os soldados recuarem, levando com eles a sua vítima. Eles a ajudaram a levantar-se e, em seguida, lhe perguntaram:

    "Mas, santíssima e nobre mestra, como podemos nós, que negamos a violência, opor-nos à violência aos outros?"

    Ela lhes deu uma aula sobre o assunto. Desde a destruição da grande cidade de Oanylone, as comunidades humanas se organizavam, à princípio, em torno de regras morais que garantissem sua própria sobrevivência. As regras morais existem porque os seres humanos são livres para fazerem suas próprias escolhas e que, em virtude disso, parte deles ainda dá ouvidos à mensagem dos violentos. Pois o ser humano deve tender em direção à Deus, mas ainda possui muitas sombras. Assim como tende à perfeição, ele naturalmente sabe, como filho de Deus, ser razoável e capaz de escolher a razão, mas ainda assim deve ser guiado. Devemos lutar para que a comunidade haja de acordo com as leis universais, e o caminho mais longo é feito de palavras e amor. Para isso, o ser humano recebeu a palavra e a escrita. Mas, às vezes, a humanidade tomará um caminho mais curto pelo uso da espada, porque ela também foi dada ao homem por Deus. No entanto, a espada foi dada ao homem tal como a Criatura sem Nome foi deixada entre nós, para nos tentar e para que a esqueçamos como arma. Um dia eu lhes digo, viveremos em um mundo de amor onde a única coisa que importará é o que o Altíssimo vê em nós, e não como o nosso próximo nos vê. Nesse dia, as armas não sairão mais das suas bainhas. Mas, para este dia chegar, precisamos separar a espada da palavra, sem descuidar do uso da espada por aqueles que escolherão defender os sacerdotes do Altíssimo. O Messias veio para definir regras, pois como Aristóteles já lhe disse: "Devemos preferir contentar-nos com o aceitável ao invés de exigir diretamente o impossível". A violência é, portanto, aceitável em resposta à violência, se seu propósito for a justiça ou a defesa da verdadeira fé. Devemos ser capazes de nos opor à palavra com palavra, mas também à espada com a espada.

    Não sejamos como a tribo dos Ursinhos Carinhosos, que falhou em compreender que, às vezes, as coisas não são como deveriam ser, que não devemos esperar a proteção de Deus, porque Ele nos deu a possibilidade de nos protegermos. Não podemos agradecê-Lo pelo nosso livre arbítrio e nos afastarmos cegamente dos acontecimentos. Lembre-se que, logo após a destruição de Onalion, depois de ter fugido, a tribo pediu a Deus um oásis no meio do deserto. Um lugar abençoado por Ele, onde os membros da tribo teriam tudo à sua disposição e viveriam em concursos de beleza, festas pagãs e permanentes, e onde ninguém poderia impor-lhes nada além de amar e ser amado. Perguntaram tantas vezes que, no final, Mhour lhes respondeu: "Ajude a si mesmo e o céu o ajudará". Depois de deliberarem sobre essa resposta, eles não a compreenderam e acreditaram que seria suficiente que apenas partissem e, então, uma vez mais Oane apareceria, dando o que pediam. Assim, eles saíram sem carregar nada, para que a viagem durasse menos tempo, na direção do leste para, finalmente, desaparecerem para sempre e se tornarem uma simples lenda. Nosso criador nos deu os meios para nos protegermos da chuva, Ele nos deu a ciência da construção, mas criticamos o lenhador que corta as árvores? O Criador não nos permitiu nascermos vestidos, mas possibilitou que os tecelões nos vestissem, que precisam abater os animais, tal como como os carniceiros...

    Todos têm o seu lugar e mesmo um soldado tem o seu lugar no auxílio da construção da Igreja, mas ele possui uma grande responsabilidade. Porque, tal como o lenhador não deve cortar uma árvore sem necessidade, o soldado também não deve derramar sangue inutilmente. Assim como o lenhador não nutre ódio pela árvore, o soldado também não deve nutrir ódio por seu inimigo, e não deve agir se a sua causa não for justa ou aprovada por Deus. Se ele lutar sem ódio, apenas para servir aos desígnios do Criador, e respeitar os dias de oração, ele será perdoado.

    A escolha da razão, ao tomar uma decisão, é o que leva ao Altíssimo, pois a razão leva à compreensão, a compreensão leva à amizade abnegada, a amizade leva ao Amor perfeito, e o Amor eleva à Deus. A violência, inevitavelmente, leva à exclusão e ao ressentimento, distanciando-nos assim do Altíssimo. Portanto, a eliminação progressiva da violência é, ao mesmo tempo, o segredo da moralidade e o próprio critério de toda ação política que busca o revestimento da moralidade.

    Após muitos pregadores terem desaparecido, arrastados pelos soldados do império, ela era a autoridade aristotélica em Jerusalém. Embora não violenta, ela decidiu criar uma guarda próxima para proteger os pregadores de Jerusalém, e nomeou um de seus discípulos como Vice-Dominus (a origem do título Vidama) para conduzi-la.
    Longe de apoiar os Padres, isso perturbou o Prefeito, que ordenou a prisão de todos os que carregavam a cruz aristotélica: também ordenou a morte dos que carregavam uma arma, acusando-os de traição contra o Império Romano e condenando à crucificação aqueles que possuíam vestes sacerdotais. Os simpatizantes tiveram a opção de negar a Christos e seus discípulos ou, então, acabarem ao lado de Kyrene.
    Todos os seus discípulos escolheram segui-la até o fim, e foram contabilizadas 33 cruzes na colina, no dia da execução. Diz-se que, pouco antes de morrer, ela gritou uma citação de Christos: "Mas vocês se amarão, em nome de Deus!"

    Não há registro de textos de Kyrene, a mais nova dos apóstolos, porque todos os seus bens foram confiscados pelo Prefeito de Jerusalém. Temos apenas um relato de suas lições sobre violência, e uma cópia, escrita por sua própria mão, sobre a história da tribo dos Ursinhos Carinhosos, que ela oferecera à um de seus alunos, que partira para a Gália antes do massacre.

    Ela morreu como mártir, exatamente 12 anos depois de Christos.

    Todos os seus seguidores que não estavam em Jerusalém e que, em virtude disso, escaparam da execução, vieram remover os corpos para lhes oferecer um funeral decente. A mortalha de Kyrene foi exumada mais tarde e foi encontrada intacta, apesar do decurso do tempo.



    Seu símbolo é uma pena de ganso sobre um escudo, e sua relíquia, seu sudário.




Citation:



    Anexa História da Tribo dos Ursinhos Carinhosos, extraída dos textos de Kyrene


    Entre as tribos que fugiram da cidade de Oanylone, havia uma tribo com o nome de Ursinhos Carinhosos, sabemos que eles tinham uma visão da vida muito voltada para Deus, mas de uma maneira bastante simplista.

    Os Ursinhos Carinhosos viviam separados dos outros, porque não queriam ser muito criticados pelo fato de colocarem o amor tanto acima de tudo, a ponto de se esquecerem de trabalhar; por isso, viviam nas costas dos outros. Para eles, Deus viveu lá no alto, na terra de arco-íris e nuvens suaves, em um reino maravilhoso onde, na sua morte, eles seriam recebidos sem serem julgados, pois viveram sem a malícia do amor e das festas.
    Interpretando literalmente a resposta de Oane, para eles, a única coisa que o Criador exigia deles era que se amassem e que o amassem: cada um tinha que ficar em seu lugar, e o deles era, é claro, um lugar onde houvesse banquete.
     
    Na cidade grande, ninguém se incomodava e, pelo contrário, gostavam de convidá-los para festas, porque eles eram incomparáveis ​​em inventar concursos e temas de festas para qualquer assunto. Havia competições para o melhor penteado, os peitorais mais bonitos, os bezerros mais bonitos; organizavam também corridas de caracóis. Eles amavam tanto as festas, que se casavam apenas para ter uma festa e pediam a anulação do casamento, inventando vícios procedimentais... Diz-se, até mesmo, que havia competições sobre os melhores motivos para obter o divórcio e que pediam aos legisladores que elaborassem um texto da lei, que limitasse a validade do casamento, a fim de economizar no procedimento de separação, que era muito oneroso, na época, eis que, como regra geral, os Ursinhos Carinhosos estavam sempre "quebrados financeiramente".
    Em resumo, você entenderá que tudo isso foi muito divertido, mas, após o castigo do nosso Criador, os sobreviventes não quiseram mais pensar em futilidade, mesmo que seu propósito fosse fomentar o amor ao próximo.
    Além disso, a vida era difícil e, se era necessário compartilhar, todos tinham que participar, o que não era do agrado dos Ursinhos Carinhosos.

    Os Ursinhos Carinhosos escolheram o Senhor e Senhora Sorriso como líderes, estes último foram ao encontro de Mhour, todas as noites, para pedir-lhe que contatasse Oane e pedir-lhe para ter o seu oásis, pois parecia que eles não eram mais bem-vindos... no final, Mhour respondeu: "Ajude a si mesmo e o Céu o ajudará".
    Os Ursinhos Carinhosos fizeram um concurso para encontrar a melhor explicação e decidiram seguir a explicação vencedora: "se partirmos, Deus, que tanto amamos, não nos abandonará e teremos nosso oásis."
    Então, eles fizeram uma grande festa de despedida e partiram, com o mínimo de bagagem, para não se sobrecarregarem, pois Deus satisfaria as suas necessidades no momento oportuno.
    Apesar de tudo, os sábios das outras tribos tentaram dissuadi-los de partir, mas disseram que nada de mal lhes aconteceria, porque amavam a Deus e esperavam por Ele para salvá-los por amor.
    Mhour recriminou-lhes e lhes disse que todas as nossas ações determinam o que nos tornamos, bem como que o Criador espera que nosso amor seja incondicional. Eles ouviram apenas a si mesmos, e tomaram a estrada que os levou ao Oriente, sem mesmo admitir que estavam realmente voltando ao lago salgado que cobre as ruínas da cidade amaldiçoada.
    Nunca mais se ouviu falar deles, exceto em contos de fadas para crianças, onde falam daqueles que acreditam que tudo é amor, glória e beleza...


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Citation:



    Os Apóstolos
    Hagiografia da Apóstola Santa Calandra



    Sua vida antes de Christos

    Diz-se que sua juventude em uma família pobre e faminta teve um grande efeito sobre a vida de Calandra. Pode ser que ela tenha aprendido a ser humilde e piedosa por sua família ou de acordo com as circunstâncias, ou pode ser que o Senhor Deus lhe tenha dado essas qualidades. Sem se preocupar com a origem de suas qualidades, as origens de seus ensinamentos nas coisas espirituais podem ser encontradas olhando para a sua infância.

    Ela se consagrou no templo de Aristóteles por seu aprendizado nas questões espirituais, pois era uma das raras formas de sair da pobreza naquela época. Ela conheceu os sacerdotes deste templo e os serviu por um tempo, saciando-se sempre com a menor gota de conhecimento, tal qual uma veste seca absorve a água. Entretanto, ser um adepta do aprendizado não a tornou popular entre seus colegas estudantes, e até mesmo, com certos padres.

    Em seu décimo sexto ano, o Prior do templo lhe disse que ela era necessária em outro lugar, em virtude de seu conhecimento e paixão. Ela recebeu alguma comida para a viagem, bem como a direção para que chegasse em uma cidade localizada no deserto. Imediatamente e com total confiança, ela embarcou nessa jornada, nunca suspeitando das más intenções de seus Professores.
    Ela dirigiu-se ao deserto, poupando a pouca comida e água que possuía. Contudo, ainda assim, a comida acabou muito antes de ela alcançar à cidade, que nunca chegava.
    Durante muitos dias ela vagou na direção indicada pelo Prior do Templo, sem nunca vacilar na sua fé. Foi no quadragésimo dia, muito depois da comida ter terminado, e muitos dias depois das últimas gotas de sua água terem sido bebidas, que ela viu uma cidade no horizonte.
    Quando ela chegou, não foi de sua fome ou sede que ela cuidou, mas procurou imediatamente o padre da aldeia.
    Quando ela o encontrou, ele lhe disse que nunca havia pedido por ela, nem havia sido informado de sua chegada; mas a vingança e a ira estavam longe de seu espírito, pois ela sabia que Deus a havia enviado, mesmo em contraste com os ciúmes dos sacerdotes no templo. Foi lá que ela serviu por muitos anos, até ser conduzida por um grupo de fiéis que tentavam converter os pagãos.

    Sua vida com Christos

    Foi a sua capacidade de convencer os animais a se aproximarem dele, que inicialmente surpreendeu Calandra; e foi sua capacidade de dispersar uma multidão hostil com suas palavras e sua rejeição à violência, que selou seu respeito por ele. Foi nesse dia que ela e outras onze pessoas dedicaram suas vidas a ele, como seus apóstolos. E no meio de um grande número de pessoas, ela começou a seguir o Christos.

    De cidade em cidade viajavam, espalhando a sabedoria de Aristóteles, compartilhando a paixão e a fé de Cristos, e banhando o povo na glória e no amor de Deus Todo-Poderoso. Calandra tinha um dom especial para ler as doutrinas e interpretá-las, para temperá-las, se preferir, com as palavras de Christos. Ela era conhecida por ser capaz de ler as palavras da lei e de conhecer o espírito e a maneira de aplicá-las.

    Os muitos milagres que aconteciam diante de seus olhos sempre inspiraram Calandra a falar cada vez mais alto e apaixonadamente. Os atos de Christos, a cura dos enfermos e paralíticos e, até mesmo, a restauração da visão para aqueles que nunca a tiveram, facilitaram a divulgação de suas palavras. Amor e Verdade foram trazidos, desta forma, a um grande número de pessoas.

    Foi então que o grupo chegou a Jerusalém, uma grande cidade, com muitos habitantes, muitos pecadores e errantes, e muitas construções bonitas. Foi o confronto neste lugar que mudou, não só sua vida, mas a de muitos outros, e acima de tudo as consequências. Ela só podia olhar o Centurião, cujos pecados foram lavados como tantos outros. As palavras de Christos provaram a sua veracidade e, novamente, o assombro a acolheu.

    Mesmo na noite, quando Daju os deixou e mudou sua fé de que Christos era o messias, Calandra achou inspiradoras as palavras sobre a castidade, porque ela a havia praticado. O discurso sobre organização continuou até tarde da noite, e Calandra sempre memorizava os conhecimentos, seu poder de memória viva foi um dom de Deus. O jantar que se seguiu, com a tristeza de Christos, levou-a também à tristeza, pois seus sentimentos estavam muitas vezes de acordo com os de Christos, seu mentor e professor.

    Tudo o que aconteceu, em seguida, veio rápido demais para que ela percebesse os acontecimentos: a captura, o julgamento e a condenação. Tudo veio para que ela se desesperasse com os acontecimentos. Quando ocorreu a crucificação, Calandra chorou pela primeira vez em anos, não só pela morte de Christos, mas também pela perda que a humanidade tinha acabado de sofrer, pois não estaria mais lá para contar a Verdade

    Os Anjos que desceram do céu pararam tudo no mundo, e para Calandra, os ventos e a chuva pararam nesse momento, os gritos e aclamações do povo se perderam na música dos céus. Este dia não foi um fim, mas um começo, e na mesma noite, Calandra e outros apóstolos se comprometeram a ensinar a Verdade e a batizar muitos dos fiéis.

    Sua vida depois de Christos

    Calanda deixou os outros depois de Jerusalém, buscando consolo na solidão para encontrar novamente seu caminho, continuando seu ensinamento. Sua memória a ajudou muito, porque ela podia falar sobre os acontecimentos de seu tempo ao lado de Christos, como se eles tivessem acontecido no dia anterior. Viajou por muitos reinos, cidades e aldeias, sempre espalhando a palavra, batizando os fiéis e convertidos, e ordenando como sacerdotes de sua comunidade aqueles que eram os mais sábios, piedosos e humildes entre eles.

    Suas viagens a trouxeram de volta a Jerusalém, uma cidade amaldiçoada em seu espírito, mas seu caminho não foi traçado por sua vontade, então ela o seguiu. Na estrada, conheceu uma pessoa que seria sua companheira por muitos anos, Publia, mais tarde batizada de Bertilde. Foi em Jerusalém que ela se lembrou da lei dos romanos e da natureza humana cruel, mas sua fé nunca vacilou.

    Ela passou muitos anos ainda na estrada através dos países, continuando seu dever, como Christos mostrou naquela noite terrível. Ela fez muitos amigos, ordenou muitos padres e teve a alegria de ver a fé crescer entre os povos de muitos países. Ela finalmente encontrou uma cidade da qual ela baseou suas viagens, e aqui ela se estabeleceu, adquirindo uma propriedade dada a ela por alguns crentes para fazer uso dela.

    Durante os muitos anos da sua viagem, ela nunca tinha estado em Roma, embora tivesse a alegria de saber da ascensão de Titus como Papa. Mas um dia chegou uma carta, chamando-a para lá por causa do trabalho de sua companheira Bertilde, e apesar de sua idade e de sua doença, as duas se prepararam para o que seria sua última viagem juntas.

    Quando Bertilde morreu numa cidade ao sul de Roma, na Itália, Calandra sentiu sua fé vacilar pela primeira vez, mas sua fé foi logo restaurada e seu propósito ficou claro quando ela viu a roseira crescer sobre o túmulo em uma noite. Ela continuou em Roma e apresentou seu projeto ao Cenáculo: a formação de uma Ordem Religiosa; depois, ela partiu porque ainda tinha muito a fazer.

    No caminho de volta, ela só podia esperar que tivesse agido com justiça e que Deus a tivesse inspirado. Uma carta chegou, após o Cenáculo ter tomado uma decisão. Ninguém sabe ao certo o conteúdo desta carta, mas assegurou a formação oficial de uma guarda episcopal, fiel aos ideais da Santa Mártir Kyrene. Desta forma, Calandra soube que a memória e os ensinamentos de sua amiga Bertilde seriam honrados.

    Sua partida da vida terrena

    Quando a idade já havia reclamado sua dívida para com Calandra, seu corpo começou a falhar, mas nunca seu espírito. Quando uma doença se prendeu aos seus ossos, tornando-os frágeis, ela continuou seus ensinamentos e guiou outros discípulos, mesmo estando acamada. Os papéis foram invertidos, suas viagens terminaram, outros buscaram conhecimento e sabedoria e alguns crentes permaneceram perto de Calandra em sua casa.

    Foi nessa época que Calandra começou a escrever suas obras, ideias e memórias, para que muitos pudessem conhecê-las após a sua morte. Por mais inteligente e sábia que fosse, ela também sabia que as idéias nunca deixariam de se formar, e que uma ideia, muitas vezes poderia nascer de outra. Assim, o que era conhecido em sua memória memória, passou a ser transmitido em pergaminho e pele de animal.
    O dia de sua morte começou como tantos outros, o sol nasceu, o vento soprou, nenhum efeito espetacular do tempo ou milagres marcaram sua morte.
    Foi seu criado, que começou a trabalhar para ela, cuidando de seus campos e fazendo sua comida, que a encontrou ao trazer seu café da manhã
    O mingau de cereais foi deixado ao seu lado, enquanto o homem procurava sinais de vida, mas em vão, porque ela não mostrava nenhum, sua respiração havia cessado, assim como a batida de seu coração, e ela havia voado para habitar os céus.
    Seu funeral foi simples, um simples enterro em seu jardim, com todas as pessoas da cidade presentes, assim como todos aqueles que vieram em busca de sua sabedoria e conhecimento.
    Sua morte não foi lamentada, mas sua vida foi bastante celebrada. As lembranças dela foram compartilhadas e sua casa foi tratada com o maior respeito. Seus escritos, reunidos por alguns de seus alunos mais assíduos, foram enviados para Roma, onde ainda hoje são encontrados.


    Relíquias

    Os restos da Calandra se perderam ao longo dos séculos. Vários documentos permanecem com o seu nome.

    Associações
    Majoritária: Ensino e Estudo, Viagens.
    Minoritária: Trabalhos Missionários




O Mito da Ordem da Rosa Sagrada inclui um episódio da vida de Calandra e pode ser lido aqui: O Mito da Ordem da Rosa Sagrada
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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:27 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:




    Os Apóstolos
    Hagiografia do Apóstolo São Samoth, Santo Patrono da Congregação do Santo Ofício Romano



    Nota: É possível escrever "Samoth" ou "Samot"; a ortografia difere devido a pronúncia distinta dos gregos e romanos, mas ambos ainda são permitidos.

    O velho sentou-se em seu jardim, observando o Tibre fluir suavemente naquele belo dia de primavera. Desgastado pelos anos, Samoth tinha finalmente, contra todas as probabilidades, passado o inverno. Seus cabelos brancos ondulavam ao vento e seus olhos pareciam penetrar os tempos.

    Luisa, sua criada, veio lhe dar um pouco de água. Ela esteve ao seu serviço dele durante cinquenta longos anos e nunca se cansava de olhar para ele. Estar ao seu lado a aqueceu, a encheu de amor calmo e divino. É verdade que o homem, por sua própria presença, cativava o respeito e a admiração de todos. Ela colocou o cobertor de volta no colo dele e estava prestes a sair quando Samoth pegou sua mão e a convidou para ficar.

    Fique, minha querida e preciosa Luisa. Sabe, acho que não vou ficar e incomodar-te por mais tempo. O Altíssimo finalmente me quer com ele.

    Luisa estava quase se sentindo ofendida com suas palavras, mas prevendo sua indignação, Samoth continuou...

    Mas sim, minha querida, mereceste o teu descanso. Veja por si mesma, estou velho e já mal consigo enxergar. Fez uma pausa por um momento e depois continuou. São coisas da vida. É assim que deve ser. Mal posso esperar para voltar ao Paraíso Solar junto dos meus companheiros. Ele limpou uma lágrima da mão... Eu sou o último. Todos foram embora e agora estou completamente só. O tempo é cruel, passa demasiadamente rápido. Não consegui escrever a vida dos outros apóstolos. Mas nada lamento. Escrever a Vida de Christos e seus 21 logions foi essencial.

    As palavras de Christos ainda ecoavam dentro da sua mente...

      Samoth, quando eu morrer, viaje pelo mundo e espalhe a boa notícia como eu te pedi. E quando for um homem velho, escreva minha história para que seja conhecida e ouvida.


    E sim Luisa, eu ainda era uma criança quando conheci a Christos. Ele sorriu. O que é que ele nunca se cansou de me dizer? Ah sim...

      Samoth, o meu amigo mais novo, fiel entre os fiéis.


    Samot olhou para longe no horizonte e começou a recordar a sua vida.

    Devias ter-me visto, Luísa, no início da minha vida: jovem, impetuosa, até rude. Ele deu uma grande gargalhada e teve imediatamente uma crise de tosse. O tempo e os meus encontros me fizeram erudito, mas considerando as modestas origens de meus pais, não foi fácil. A minha família era de origem camponesa. Mas, atraído pelo mar, o meu pai ficou obcecado com a ideia de me mandar para as margens do Mar Morto muito rapidamente. Lá, eu conheci Titus, um pescador artesanal. Tornei-me seu aprendiz dele e teria ficado lá, se não tivesse ido àquele encontro... Certamente que tudo depende de algumas coisas. Uma reunião e veja como tudo pode mudar. Um dia, na praça da aldeia, conhecemos Christos. Nunca me esquecerei desse encontro... Imagine, desistir de tudo da noite para seguir um homem que aspira a todo o seu ser, à sua alma...

    Nos aproximamos do Christos, acompanhado de nosso amigo Paulos, um fazendeiro. Eu era o mais novo, eu ainda era um garoto... mas era eu quem falava:

      "Mestre, suas palavras estão tão certas. Ensina-nos a mensagem de Aristóteles."

      Então Christos, tocado pela minha inocência juvenil, respondeu:

      "Então me sigam. Seus trabalhos, seus pertences, suas ferramentas podem esperar por vocês, enquanto concluem sua missão. Por enquanto, construirei para vocês, na Igreja, o mais belo instrumento de paz. Saiba disso, eu lhes ensinarei a sabedoria de Aristóteles e a mensagem de Deus, mas vocês devem aprender o altruísmo e a abnegação."

      Todos nós partimos para a grande basílica.


    Então todos nós seguimos o nosso mestre para ensinar a palavra do Altíssimo. Acabamos sendo doze.

      E este é apenas um exemplo da infinidade de coisas extraordinárias que Christos fez quando o acompanhamos em suas viagens. Ele sempre fez essas coisas da maneira mais natural e simples possível, e assim ficamos cativados pelo poder que Deus lhe havia dado. E continuamos o nosso caminho, ansiosos por amor e verdade, seguindo o nosso messias enquanto ele nos contava muitas parábolas que ficaram gravadas na minha mente e que, meus amigos, gostaria de vos poder transmitir, se tiver oportunidade...


    Por duas vezes vivi na mais absoluta felicidade. Primeiro com Christos e depois com Titus. Uma vez que Christos sacrificou-se pelas nossas almas, eu parti para Éfeso e depois para Roma. Pregamos, convertemo-nos, construímos uma Igreja de fiéis. Tanta coisa foi construída em torno da Sua Palavra. E Titus, o nosso Rei Espiritual? Ele foi o nosso primeiro Papa. Com ele, a nossa Santa Igreja tornou-se Titânica. Fiquei honrado quando ele me confiou a missão de criar e organizar à minha volta e dos meus discípulos, uma congregação que seria responsável por reconstruiria, propagaria e preservaria a Palavra do Altíssimo.

    Mas, por duas vezes, a minha alma fora seriamente ferida. Durante muito tempo, carreguei a culpa de estar vivo e assim sobreviver à Christos e Titus. Ainda carrego comigo as cicatrizes deste sofrimento. Salvo por Pôncio da primeira vez e depois salvo pelo próprio Titus, da segunda vez, nada pude fazer para evitar tal infortúnio. Mas pior ainda, eu estava lá, sempre lá... Agora todos morreram no martírio e eu estou a morrer aqui, ao vosso lado, olhando para esta paisagem que sempre teve o dom de apaziguar a minha cólera. Mas finalmente compreendi, a minha sobrevivência foi programada para contar esta bela história que vai continuar graças aos nossos discípulos.
    Luísa veja isto.
    Ele puxou um pergaminho que estava escondido debaixo de seu cobertor.
    Este é o meu testamento.

    Ele parou por um momento para olhar o Tibre e as velhas árvores que, acariciadas pelo vento, embalaram Samoth. Luisa ficou ao lado dele por um momento, depois a mão dela o soltou. Samoth tinha partido.

    Sua Obra

    A Vida de Christos e seus 21 Logions.

    Suas Relíquias

    Nenhuma relíquia pode ser atribuída a ele. Roubo, perda... Nós não sabemos o que aconteceu. Por outro lado, a sua casa no Tibre foi preservada e os fiéis podem ir lá em peregrinação. Uma capela foi realmente construída nas proximidades.

    Seu Testamento

      Citation:

      Aos meus companheiros, aos discípulos de Samoth.

      Pego minha caneta, no crepúsculo da minha vida, para vos deixar um testemunho final. E sim, o velho falará novamente. É verdade que eu adoro falar e escrever. Mas não é esse o objectivo da nossa missão? Em breve, irei juntar-me aos meus onze companheiros. Vocês não devem chorar por mim. Eu não mereço isso. Eu escapei tanto da morte que um dia ela deve me alcançar. Vivam apaixonados pelo próximo, nunca baixem a cabeça e salvaguardem a sua fé. O trabalho que comecei precisa continuar. Este é, agora, o seu dever: saber escrever e preservar os traços da nossa história e da nossa viagem através do tempo. Os nossos atos, os nossos sofrimentos, o nosso amor devem ser conhecidos por muitos.

      Os fiéis e os seus descendentes precisam saber o que aconteceu. Não deixem que o tempo trabalhe contra si. O esquecimento e a preguiça intelectual são os maiores inimigos da nossa Fé. O falso conhecimento é um perigo ainda maior do que a ignorância. Não permitam que os vossos discípulos ensinem falsas verdades.

      Portanto, por favor, nunca deixem de escrever, nunca deixem de contar a história da nossa Santa Igreja. Vocês devem ser os garantes dos Textos Sagrados e dos Livros do Dogma e, também, devem assegurar a sua preservação perpétua.

      Caros amigos, deixo-vos cheios de esperança. Vocês possuem a minha total confiança.

      Samoth
      "Fiéis entre os fiéis, espalhem a palavra de Christos."




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Dernière édition par Adonnis le Lun Mai 25, 2020 6:31 am; édité 1 fois
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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:27 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:



    Os Apóstolos
    Hagiografia da Apóstola Santa Adônia




    Sua vida antes de Christos

    Adônia nasceu na Grécia, em Atenas, cinco anos após o nascimento de Christos. Ela passou sua infância nas ruas do Mediterrâneo. Seu pai, lojista e comerciante, compartilhou com ela, desde bem cedo, seus conhecimentos de idiomas estrangeiros. Ela despertou a admiração de todos, inclusive de seus pais, que a elogiavam todos os dias.

    Como resultado de suas negociações com uma multidão de pessoas, seu senso de compartilhamento e tolerância aumentou consideravelmente a cada dia de sua vida. Apesar da sua juventude, seu conhecimento e eloquência provocaram a admiração de todos. Adônia amava essa vida.

    No entanto, quanto mais ela crescia, mais a jovem se tornava uma jovem mulher cuja beleza não deixava ninguém indiferente.
    Foi durante uma viagem à Galileia, que seu pai conheceu um homem poderoso, um comerciante, que conheceu Adônia e a pediu em casamento. Seu pai, satisfeito com essa união, deu seu consentimento, causando o desnorteamento de sua filha. Ela via essa união como um obstáculo ao seu espírito e ao seu gosto pela liberdade, pois o homem era tão rico quanto grosseiro e não muito inclinado às coisas do espírito.

    Sua vida com Christos

    Decepcionada e, depois de muitas brigas com o pai, Adônia deixa sua casa cheia de dúvidas e raiva para sair da cidade.
    Durante essa caminhada, ela foi distraída de seus pensamentos por uma reunião ao redor de um homem que eles disseram ter vindo do deserto.
    Todos ficaram maravilhados com as suas palavras. Todos o contemplavam e pareciam respirar serenidade. Adônia se aproximou para escutá-lo. Ela ficou completamente cativada. Suas palavras falavam de amor, de amizade e do Altíssimo... Todo ser na terra tinha que seguir o caminho da Virtude e lutar contra a criatura sem nome. Subjugada, ela se aproximou dele... e prestou atenção quando ele falou em ensinar, unindo-se a ele para espalhar sua mensagem pelo mundo. Ela sabia então, dentro de si mesma, que iria segui-lo.

      Adônia disse: "Eu quero segui-lo…"

      Christos respondeu: "Você quer se juntar a mim? Nesse caso, tenha muito amor em seu coração e me siga, compartilhe um pouco do seu tempo e dos seus bens pelo máximo de tempo que puder. Por outro lado, se você optar por se dedicar a orientar os outros no caminho da Igreja, então você deve estar pronto para dar prioridade a ela. Portanto, distancie-se dos seus bens, do seu trabalho, das suas ferramentas, diga adeus à sua família... Prefira a simplicidade e a instrução a ornamentos ricos e belos. Pois nossa tarefa envolverá o sacrifício do bem pessoal pelo bem coletivo, mas em troca você será sagrado entre os filhos de Deus."

      E ele continuou:

      "Se sua família não compreender, ore por eles, porque não são sensíveis à mensagem de Deus.
      Se aquele que te acolher, estiver zangado contigo, não te zangues com ele, e ore por ele, pois ele não é sensível à mensagem de Deus.
      Se seus amigos estão te atrasando, então leve-os com você, para que eles também possam descobrir a mensagem de Deus."


    Então, ela se uniu à Titus, Samoth e os outros apóstolos, ao lado de Christos, deixando tudo para trás. Os milagres que ela testemunhou confirmaram sua escolha todos os dia. Sua capacidade de transmitir a mensagem do Altíssimo a diferentes povos, falando línguas diferentes, surpreendeu a todos.
    Eles já haviam viajado por muitos países quando Christos e seus discípulos foram a Jerusalém. O sofrimento compartilhado ali fortaleceu sua fé. Uma vez pronunciada e executada a sentença, ela decidiu seguir seus companheiros na desgraça e difundir a mensagem e os valores de Aristóteles. A comunidade deles, ligada pela amizade, cresceu cada vez mais, graças aos batismos que realizavam.

    Sua vida depois de Christos

    O afastamento

    Sua capacidade de comunicar-se com diferentes povos a levou a deixar seus irmãos e ir para regiões cada vez mais distantes para espalhar a palavra. À cada ano, a difusão dos ensinamentos de Christos, trazia para a Igreja aproximadamente uma dúzia de discípulos e sacerdotes.
    Mas ela queria fazer mais e cada vez mais rápido. Então, com o tempo, ela se afastou do mundo populoso para trabalhar na reunião de todos os grupos étnicos em torno de uma única língua e uma única escritura. Ela trabalhou dia e noite nesta tarefa: a escrita da palavra do Altíssimo em uma língua universal para que todos pudessem se beneficiar do ensino de Aristóteles e Christos.

    Um dia, tal trabalho foi concluído. Foi com este livro, que ela decidiu voltar ao mundo dos fiéis. Ela encontrou Paulos no caminho. Orgulhosa do seu trabalho, ela mostrou-lhe o seu trabalho...


      Paulos: O que você fez lá, irmã?

      Adônia: Eu não entendo o seu olhar de horror, Paulos. Você não está feliz em ver todos os povos se entenderem em uma única língua? Você não vê mais discípulos, sacerdotes, padres vindo até nós?

      Paulos: Essa ambição te cegou, querida Adônia. Você já esqueceu o capítulo sete da pré-história? Diz...:

      Citation:

      "As povoações competiam intensamente para controlar os recursos. O que não obtinham pelo comércio, tentavam obter pela força. Assim, cada povoação organizou um exército e exortava os seus soldados a lutar, a fim de enriquecer a sua comunidade e os seus líderes.

      Então o Altíssimo ensinou-lhes o verdadeiro significado da amizade para que nunca um homem matasse outro. Deus dividiu a língua única em muitas. Os homens não comunicavam além dos muros das suas povoações. O Altíssimo, em seguida, permitiu-lhes aprender as línguas que não sabiam. Essa aprendizagem foi necessária para que cada estudioso aprendesse e respeitasse a cultura alheia. Assim, tornaram-se menos propensos à guerra, dado o respeito e a diplomacia entre as povoações."




    Adônia, destruída, desmoronou e chorou, por não ter entendido o seu erro. Paulos a confortava dizendo que seu talento deveria servir para unir as pessoas, mas que não deveria agradá-las, seguindo assim o jogo da Criatura Sem Nome.

    O Retorno da Fé

    Seu encontro com o apóstolo foi saudável para ela. Ela voltou à si e escondeu seu trabalho para que ninguém pudesse descobrir aquele livro.
    Ela viajou o mundo e criou muitas escolas, onde cada aluno foi responsável por traduzir e escrever a Palavra em todos os idiomas.
    No maior segredo, estava preocupado em trabalhar para difundir a amizade aristotélica.

    Seu Ensinamento

    Assim como os outros apóstolos, Adônia havia concordado em espalhar a palavra do Altíssimo. Ela espalhou esta palavra pela bacia do Mediterrâneo e depois, por terras muito mais distantes.
    Sua grande habilidade de comunicação ajudou-a a estender o número de batizados ao redor do mundo.

    Adônia contribuiu para a aproximação entre os povos. Atuando como intermediária, ela os ajudou a se entenderem. Desta forma, ela fortaleceu a comunhão fraterna em torno do Livro das Virtudes.

    Nunca é fácil ensinar a palavra do Altíssimo sem que sua mensagem seja distorcida devido a mal-entendidos. Adônia teve um papel importante a desempenhar neste campo. Graças ao seu dom, o ensino do Altíssimo foi comunicado sem omissões, sem cortes e sem acréscimos. A palavra do onisciente nunca se deteriorou, apesar do decurso do tempo e das viagens.

    Algumas Citações :

    "Ide, fazei discípulos do Altíssimo em todas as nações, unidos na amizade aristotélica."

    "Ensine a verdadeira palavra como ela foi ensinada, para que você possa exortar de acordo com a sã doutrina e refutar as contradições."

    "Ensine, mas com paciência e compreensão de quem te escuta. Pois não há maior perigo, do que aquele que acredita estar ensinando a verdadeira palavra, quando ele não faz mais do que deformá-la."

    Sua Saída da Vida Terrena

    Foi enquanto ensinava jovens meninos e meninas a ler a palavra de Aristóteles, que um dia ela foi presa e denunciada pelos pais de uma das crianças. Acusada de enganar a juventude, ela foi presa em Roma para ser torturada.
    Apesar da ferocidade dos interrogatórios, ela nunca revelou aos seus torturadores os vários lugares onde a palavra foi escrita e ensinada.
    Ela foi julgada e condenada à crucificação 15 anos após a morte de Christos. Seu corpo foi, então, queimado para impedir que seus discípulos viessem para recuperar seus restos mortais.

    Relíquia

    Um guarda corrupto deu aos seus alunos o sudário sobre o qual ela se deitava, após cada ato de tortura a que era submetida.


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Dernière édition par Adonnis le Mar Mai 26, 2020 4:58 am; édité 1 fois
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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:27 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:


    Os Apóstolos
    Hagiografia da Apóstola Santa Uriana


    A sua infância

    Em uma bela noite de primavera, Timna e Timor observaram as estrelas. Deitados no chão, eles fantasiavam sobre seu futuro e o nome do seu futuro filho. O pedreiro e sua esposa já queriam esta criança há muitos anos.


      Timna: Então! Que nome devemos dar à nossa filha?

      Timor se diverte: Você parece convicta. E por que não um menino?

      Timna: Eu sei que será uma menina. Eu sonhei. Eu não posso explicar, mas eu sei. Ela viverá com nosso amor e será devotada. Ela também herdará a força de caráter do pai. O que você acha de Uriana?

      Timor: É lindo, sim. Então, ela se chamará Uriana.

    Uriana nasceu entre 3 e 20 de junho, antes de Christos. E como Timna havia previsto, desde cedo, a menina viveu em amor e devoção. Ela era reconhecida e respeitada por todos na aldeia. Aos 16 anos de idade, Uriana brilhava e vivia cercada de valores como colaboração e amizade. A sua fé não era contestada por ninguém. Ombros largos, olhos brilhantes com uma voz clara, Uriana possuía uma vontade inigualável. Sua família representava tudo para ela.

    O evento desencadeante

    A vila de Uriana ficava se localizava na periferia de Tiro. Seu governador tentou, com mais ou menos sucesso, satisfazer as reivindicações romanas. Exigindo cada vez mais, o invasor empurrou o governador e alguns grandes notáveis para a rebelião. Eles se encarregaram pessoalmente de aumentar o número de tropas nas regiões vizinhas e organizar os destacamentos e pequenas vigias nas aldeias vizinhas... Mas suas ações não tiveram sucesso, mesmo para algumas pessoas desesperadas. Os romanos marcharam sobre o Tiro e sua região, e sua fúria foi tão grande quanto sua punição. Eles arrasaram tudo no seu caminho, massacrando os moradores e queimando as casas. A aldeia de Uriana não escapou à sua ira. Quando chegaram, Uriana correu para se proteger, mas um cavaleiro correu atrás dela. O pai dela entrou e pegou a espada no lugar dela. Timor estava no chão acima de sua filha inconsciente. Ela teve tempo de ver sua mãe ser morta por uma flechada no peito.

    O conflito interno

    Quando acordou, Uriana foi tomada por uma fúria profunda. Ela gritou, mas nenhum som saiu de sua garganta. Seus olhos estavam cheios de raiva e seu rosto tomado pelo ódio...
    Durante dias ela vagueou por aí sem saber para onde ia. Ela aparentava ter 40 anos de idade. Um dia, uma voz misteriosa falou com ela...


      A Criatura Sem Nome: Uriana… Uriana...

      Uriana, chocada, respondeu: Quem é você? Estou ficando louca? Quem está aí?

      A Criatura Sem Nome: Você sabe quem sou, querida Uriana. Você não me chamou?

      Uriana: Jamais. Do que você está falando? Eu me recuso a falar com você.

      A Criatura Sem Nome: Oh sim, você me chamou. A sua raiva me chamou. Sua fúria atraiu a minha atenção. Sua tristeza e abandono me forçou a vir em seu auxílio. Não, Uriana... Toda sua alma e corpo estão chamando por mim.

      Uriana: Deixe-me em paz. Você não pode fazer nada por mim. Eu não quero mais te ouvir.

      A Criatura Sem Nome: Pelo contrário. Eu posso fazer muito por você. Deixe-me servi-la. Eu posso aliviar a sua dor.

      Uriana: E como você poderia? Diga-me, você que parece saber tudo e tem as respostas para tudo...

      A Criatura Sem Nome: Deixe-me guiá-la. Deixe-me pensar e agir por você. Deixe-me entrar em sua alma... Entregue-se a mim e eu lhe farei esquecer toda a tristeza que te consome...

      Uriana: O Altíssimo proíbe... Vá embora. Eu estou muito cansada.

      A Criatura Sem Nome: E o que o Altíssimo tem feito por você e seus pais? Você pode me dizer?

    Uriana começou a chorar e não disse uma palavra. Ela aceitou, ela cedeu... Ela adormeceu. Quando ela acordou, não era mais ela. Ela não estava mais lá. As pessoas que passaram por ela fugiram assustadas. Todos a evitavam. Ela não falava nada. Ela continuava verbalizando palavras incompreensíveis. Suas ações se tornaram as de uma mulher louca. Ela gritava, insultava, voava...

    O Encontro com o Christos

    Christos, acompanhado por Samoth e Titus, entrou em Cesareia. Eles pregavam como sempre. Muitos discípulos vieram para ouvi-los.

      "Meus amigos, não se enganem! Aqueles que não vivem na amizade que Aristóteles nos ensinou, arderão nas chamas do inferno.
      Aqueles que cedem, demasiadamente rápido, às tentações do pecado, aqueles que não conhecem a virtude, acabarão no sofrimento e na solidão do inferno.
      Aqueles que cederem à voz cativante do pecado, que forem seduzidos por sua fala, com ela irão para as trevas.
      Aqueles que, finalmente, prescindem do amor de Deus e do Homem, que se refugiam em seu próprio egoísmo, acabarão no abismo do inferno.

      Portanto, meus irmãos e irmãs, estejam atentos e vigilantes! Pois ninguém sabe o dia em que as profecias se cumprirão. Ninguém sabe disso o dia e a hora do final dos tempos."

    Uma criança pequena, cativada pelas suas palavras, veio ao encontro de Christos e contou sobre uma jovem que merecia sofrer a ira do Altíssimo. Christos pediu à criança que o levasse até a mulher. Quando eles chegaram, viram uma mulher acorrentada à entrada de uma caverna.

      Christos: Quem é esta mulher?

      A Criança: Ninguém sabe dizer. Os aldeões tiveram que acorrentá-la porque ela estava fora de controle. Suas palavras não faziam sentido.

      Samoth e Titus vendo Christos se aproximando: Mestre, não chegue mais perto. É claro que seu destino é a lua, na terra dos demônios. Ninguém mais pode ajudá-la.

      Christos: Pelo contrário, meus amigos. Muito pelo contrário. Não se deixem levar. O Altíssimo tem um plano para esta mulher. Não se preocupem. Eu já descobri o mal que a está consumindo.

    Christos se aproximou. Quando chegou perto, Uriana fugiu em direção ao fundo da caverna. Christos a seguiu. Samoth e Titus só conseguiram entender algumas frases.

      "Vá embora tentação! Sua presença nela prejudica os planos do Altíssimo para esta jovem mulher. Saiba que você não é o seu favorito. Ele o relegou às trevas porque você se desviou da Sua luz. Ele te deixou falar unicamente para testar a fé dos humanos.

      Pois o pecado é a negação da perfeição divina e o sucumbir aos mil prazeres implica o desvio do amor de Deus, enquanto o bem da criação divina não pode ser realizado senão no amor do seu Criador. Portanto, saia!"


    A calma havia regressado. Durante três dias, Samoth e Titus não tiveram quaisquer notícias. Quando o viram chegar, correram para interrogá-lo, mas nenhuma resposta saiu de sua boca. Christos só veio em busca de pão, água e algumas roupas.
    Ao final de mais cinco dias, Christos apareceu acompanhado por uma jovem mulher. Titus e Samoth calcularam que ela tinha cerca de vinte anos de idade. Inicialmente, eles ficaram intrigados e surpresos, tentando encontrar na mulher a "besta" que estava vivendo na caverna alguns dias antes.

      Christos: Samoth, Titus, esta é Uriana. Ela estará conosco a partir de agora.

    Samoth e Titus se entreolharam e entenderam que não deveriam fazer perguntas, mas aceitar as coisas como estavam.

    Ao lado do Christos

    Nos dias que se seguiram, Samoth e Titus descobriram uma mulher dedicada e com uma grande compaixão. Sua personalidade agradou a todos. As crianças adoravam brincar com ela. Sua bondade e ternura eram testadas todos os dias, e nenhuma falha era observada pelos dois homens, que se surpreendiam cada vez mais ao ver esta mulher dar tanto amor aos que a rodeavam. Eles nunca souberam o que tinha acontecido naquela caverna e nunca fizeram qualquer pergunta. Entretanto, eles presumiram, ao olhar para ela, que Uriana tinha sofrido muito.

    Uriana continuou a espalhar a Palavra do Altíssimo ao lado de Christos e dos oito novos companheiros.

      Citation:
      A refeição foi muito alegre, todos os convidados ficaram felizes em comemorar o início da nova Igreja de Aristóteles. Mas então notei que os olhos de Christos continham uma expressão estranha, misturada com tristeza e melancolia. Ele estava mais calado do que de costume e, ainda assim, muitos de seus apóstolos não se davam conta, ocupados enquanto falavam de paz e amor.


    Uriana tinha notado que algo estava acontecendo. Ela assistiu Samoth vir para o lado do mestre e conversar. Quando acabou, Christos veio vê-la.

      Christos: Você adivinhou, não adivinhou?

      Uriana com os olhos cheios de lágrimas: Sim. O que eu vou fazer sem Você? Eu te devo minha vida e minha redenção.

      Christos: O projeto que tenho para você não vai ser fácil. Eu admito isso. Mas você está pronta. Posso assegurar-lhe disso. E saiba que eu estarei sempre ao seu lado. Você viu a besta e também a ouviu, mais do que qualquer outro. Você sabe o mal que isso pode fazer. Agora só você pode lutar e combater contra essa mal chamado possessão. Eu te ensinei o que deve ser feito.


    Uriana já havia aceitado seu destino há muito tempo. Ela colocou a cabeça no colo do Christos e, assim, permaneceu por um momento, em silêncio, aproveitando os últimos momentos em sua presença.

    Após a morte de Christos

    Sua vida depois de Christos é, em sua maioria, desconhecida. Ninguém sabe o que realmente aconteceu. Toda vez que falávamos dela era para associá-la aos eventos mais místicos: uma vez falávamos de crianças possuídas por um demônio e que haviam recuperado o espírito após conhecer Uriana. Outra vez foi dito que um homem que professava frases demoníacas se tornou, da noite para o dia, a pessoa mais amada de sua comunidade.
    Foi apenas alguns anos depois que Titus a viu novamente. Ela tinha vindo a Roma para dar a sua contribuição ao nascimento da grande Igreja. Ela falou longamente com Titus sobre sua missão e ele a autorizou a recrutar discípulos.
    Mas Uriana morreu de exaustão algum tempo depois.

    Seu ensinamento

    Pouco antes de morrer, ela escondeu seu caderno para que não caísse em mãos erradas. Nele estavam escritos todos os fatos de sua vida.
    Todos os seus ensinamentos foram escritos lá. Somente homens e mulheres escolhidos deveriam encontrar aqueles ensinamentos.

    A história revelará que foram os Santos Imerio, Illinda e o Padre Marmano que encontraram este caderno. Assim, eles foram capazes de dar continuidade ao trabalho de Uriana fundando a Irmandade dos exorcistas.

    Suas Relíquias

    O Caderno de Uriana

    Seu aniversário: 3 de junho


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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:27 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:




    Os Apóstolos
    Hagiografia da Apóstola Santa Ofélia



    Capítulo 1: Nascimento

    Ofélia nasceu em uma pequena vila na Judeia, por volta de oito anos antes de Christos. Seu pai, Caius Bonux, um antigo legionário romano, havia obtido, em sua aposentadoria, uma propriedade que permitia a sua esposa, Samantha Lathete, e sua filha viverem em considerável conforto. A chegada à família de outra irmã e irmão não perturbou o equilíbrio familiar, pelo contrário, permitiram que ela fosse uma criança generosa e amada, justificando amplamente a origem do seu nome: "aquele que é útil".

    Capítulo 2: Infância

    Ofélia cresceu sob o olhar benevolente e protetor de sua mãe, mas foi impedida de frequentar a escola. Dentro de casa, a jovem criança teve que se ater ao papel que lhe fora destinado por seu pai amargurado, que no passado afogou seus sonhos de grandeza no álcool. Suas principais ocupações eram o tricô, corte e costura e cuidar das tarefas domésticas da casa.

    Capítulo 3: Do Poder Parental às Responsabilidades

    Aos treze anos de idade, seu pai lhe disse que ela estava noiva do filho de um rico comerciante que era seu amigo. Aos vinte anos de idade, ela estava destinada a servir na legião. O medo de não deixar nenhum herdeiro, havia precipitado essa escolha.

    Então a visão de mundo de Ofélia mudou completamente...

      Ofélia dirigindo-se aos deuses pagãos: Se assim for, a vida não é apenas doçura e tranqüilidade. As escolhas nos são impostas e não podemos escapar delas. Vocês permanecerão impotentes diante do meu clamor? Devo ser resignada e aceitar sem reclamar?

    Em várias ocasiões, Ofélia conheceu seu futuro marido. Resignada, fatalista... a jovem concordou em ser uma boa companheira e respeitar os desejos dos pais. Ela o achou pouco atraente, orgulhoso, mas muito inteligente. Assim, O casamento foi realizado. A cerimônia foi conduzida por sacerdotes pagãos e muitos sacrifícios foram feitos para predizer o futuro. Os presságios previram que o casamento seria feliz e duraria muito tempo.

    Dois meses após o casamento, pouco antes de partir para lutar contra o inimigo de Roma, seu marido herdou alguns dos bens do pai. No entanto, ele foi morto em sua primeira batalha.
    E assim Ofélia se viu à frente de uma grande e bela fazenda, com muitos escravos e um mordomo que administrava sua propriedade.

    Capítulo 4: Encontro com o Christos

    Livre da pobreza, ela decidiu trabalhar para a sua comunidade. Seus atos de generosidade deixaram poucas dúvidas quanto aos seus motivos. Ela ofereceu dinheiro e comida para os pobres. Aos viajantes, ela ofereceu a hospitalidade de sua casa. Infelizmente, ela permaneceu insatisfeita. A confiança que ela havia depositado nos sacerdotes havia desaparecido. As doações não foram distribuídas, as mentiras e sacrifícios inúteis aos deuses a levaram a desacreditar na honestidade do clero local. Sua fé foi se desvanecendo gradualmente...

    Até que um encontro mudou sua vida.

    Um dia, a caminho do mercado da cidade, sua comitiva foi parada pela multidão. Surpreendida por tal situação, ela pediu a um de seus escravos que fosse ver o que estava acontecendo.

      Ofélia: Então, Fed, o que está havendo?

      O Escravo: Há um homem qualquer que está impedindo que os sacerdotes façam um sacrifício aos deuses...

    Ofélia, perguntando-se quem ousaria enfrentar os sacerdotes pagãos, saiu de sua carruagem e se aproximou para ver o confronto. Ela imediatamente reconheceu Christos, graças a uma descrição que lhe fora dada. Parecia tão simples, tão humilde... e seu corpo irradiava energia e poder. Dizia-se que só Deus poderia enviar tal maravilha à Terra para libertá-la do tão odiado paganismo. E foi instintivamente que ela interveio quando o sacerdote pagão estava prestes a atingir Christos. Com este ato, Ofélia escolheu o seu caminho e decidiu deixar tudo.

    Ao entardecer, Christos dirigiu-se à Ofélia e lhe disse:

      "Minha filha, eu sei que você deixou muitas coisas para se juntar a mim e que esta noite sua casa será hostil a você, seus escravos fugirão de você, sua família a negará, mas saiba que eu vou amá-la como um irmão ama sua irmã e todos juntos seguiremos o caminho que Deus traçou para nós."

    Capítulo 5: A Continuação

    Ofélia cedeu todos os seus bens à comunidade aristotélica em Jerusalém para ajudar os pobres e os órfãos.

    A apóstola explicaria aos seus discípulos anos mais tarde:

      "Éramos doze, mulheres e homens, que o defenderam e se uniram a ele como discípulos e companheiros".

      Christos, o profeta, nos ensinou o amor divino e a amizade. Com ele, aprendemos a lição de Aristóteles e a virtude. Nós passamos todos os dias juntos com ele. Todas as suas ações, tudo o que ele nos mostrava e falava sempre eram repletas de sabedoria e amizade."

    Um dia, durante nossa viagem, todos estavam dormindo, exceto Christos, que tinha saído do abrigo e sentado em uma grande rocha.

    Incapaz de dormir, ela teve a mesma ideia e juntou-se a ele.

    Durante uma hora inteira, eles trocaram poucas palavras, o silêncio e a meditação dominaram.

    Esta foi a conversa deles:

      Ofélia: Eu não consegui adormecer, meu passado e minha família estão cada vez mais longe. Sinto-me estranha, às vezes abandonada e ao mesmo tempo amada e guiada...

      Christos: Minha filha, a vida é assim e todos nós temos que fazer escolhas e seguir nossos corações. Saiba que Deus está lá e Ele guiará seus passos enquanto você amá-lo.

      Ofélia: Mas no que vou me tornar quando o mundo mudar, quando não estivermos mais juntos, todos nós? Eu temo o futuro.

      Christos: As coisas na Terra são feitas para mudar, mas nossas almas não morrem. Um dia eu morrerei, vocês também morrerão, mas isso não nos impedirá de amar a Deus, e todos nós nos encontraremos novamente no céu, se Deus nos considerar dignos.

      Ofélia: Eu não vejo esse futuro, é tão difícil. Eu sei como falar com as pessoas, mas a amizade é difícil para mim...

      Christos: Então, minha filha, se você for capaz de persuadir e transmitir os ensinamentos de Aristóteles aos homens, então você despertará neles o amor de Deus. A amizade é difícil, mas é natural em nós. Um dia, quando a idade o alcançar, você desistirá da amizade e a manterá no amor de seus irmãos.

      Ofélia não sabia o que dizer, ela entendeu. Nem ela nem Christos disseram outras palavras naquela noite.


    Um dia, o que tinha que acontecer aconteceu, e Christos havia desaparecido. Encontrando-se sozinha, ela decidiu espalhar a mensagem de Christos por toda a parte oriental do Império Romano.

    Durante quase vinte e cinco anos, ela viajou à pé até Bizâncio, a cidade que viria a ser a Rainha do Oriente. Ao longo do caminho, ela parou em todos os vilarejos ,onde ficava até que uma comunidade de crentes fosse estabelecida.

    Ela chegou ao final de sua longa viagem pelo Oriente e se estabeleceu em Bizâncio com aqueles que decidiram acompanhá-la.

    Entretanto, poucos dias após sua chegada, o prefeito, que ouvira falar de sua entrada na cidade, enviou guardas para prendê-la. Tal como Christos há muito tempo, ela conseguiu converter os guardas. Eles tornaram-se os primeiros fiéis aristotélicos da cidade.

    Esta situação durou sete longos anos. Ofélia respondeu a obstinação do Prefeito, com pregação e conversão. No entanto, no final do sétimo ano, como o número de fiéis aristotélicos passou a ser superior ao número de pagãos na cidade, o prefeito decidiu enviar uma carta ao imperador romano informando-o sobre a situação. O Imperador da época era o famoso Nero, que odiava o povo aristotélico mais do que qualquer outra pessoa. Ele enviou a sua Guarda Imperial, que se especializou em capturar e matar os seguidores de Christos.

    Chegando em Bizâncio por mar, os soldados foram em direção à Ofélia para prendê-la, sem sequer entrar em contato com o Prefeito. Diante do pior tipo de infiéis pagãos, Ofélia percebeu que não podia fazer nada e foi assassinada em sua casa. Seus seguidores mais próximos foram crucificados no mesmo dia, na entrada da cidade.

    O Prefeito tomou consciência desse ato bárbaro e permaneceu dias e dias trancado em seu escritório, atormentado pela culpa e vergonha. Uma vez que a Guarda Imperial voltou para Roma, o Prefeito, com seu coração e novas idéias, decidiu arrepender-se e converter-se ao aristotelismo.

    Ele foi, assim, um dos primeiros políticos aristotélicos, mesmo tendo que esconder sua fé aristotélica até a morte de Nero.

    Novo Imperador, novas crenças.

    O prefeito trabalhou duro para desenvolver a comunidade aristotélica de Bizâncio, sem a intervenção do Imperador.

    Em Bizâncio, as pessoas começaram a rezar à Ofélia, que passou a ser considerada uma das grandes figuras da cidade.

    Capítulo 6: Seus ensinamentos

    Ofélia era a personificação da paciência. Durante essas viagens, ela não teve medo de permanecer por muito tempo na mesma cidade, com a finalidade de ensinar a mensagem de Christos. Ela ensinava a mensagem de forma profunda, pois cada vez que fundava uma comunidade, criava uma hierarquia bem estabelecida e deixava por escrito os ensinamentos que tinha recebido do Christos.

    Ela também demonstrou que a fé aristotélica era a mais forte. Ela havia conseguido convencer, por argumentos simples porém essenciais, que os pagãos estavam errados e que Deus era apenas amor, e não uma espécie de bufão que copulava com todos, como era o deus principal dos pagãos.

    Um dia, um jovem pagão procurou Ofélia. Ele queria discutir com ela sobre o significado da sua fé em Júpiter e nos outros deuses pagãos. Ofélia, humildemente, o acolheu e teve a paciência de escutá-lo.

      Ele disse: "Você que afirma ser uma mensageira do seu Deus e de seus profetas, você que afirma que seu Deus é apenas amor, me explique por que seu Deus seria mais forte? Explique-me por que ele também é único? Todo mundo sabe que existem muitos deuses."

      Então, Ofélia lhe respondeu: "Deus ama à todos nós porque somos seus filhos. O que você acredita que são seus deuses é apenas uma má interpretação dos homens. Como tantas pessoas famintas por poder concordam em viver juntas? Será que todos eles não se matariam até que sobrasse apenas um? Será que o vencedor não destruiria, com raiva, todas as criações de seus inimigos? Todos nós já estaríamos mortos. Deus só pode ser um e forte. No entanto, nós somos seus filhos e por isso existe um amor paterno entre os homens e Deus."

      Então ele, surpreendido, respondeu: "- Sim, mas se ele nos ama como você diz, por que morremos? Por que os homens morrem injustamente?"

      E Ofélia explicou a ele: "Pode parecer, para você, que existem mortes injustas, mas saiba que Deus não está aqui para torná-lo imortal na Terra. Ele escolheu deixar os homens livres para viverem suas próprias vidas, porém, nunca se esqueça que Deus não lhe abandona porque você é seu filho e, no dia em que você morrer, Deus julgará se você foi virtuoso ou não durante sua vida. E então você renascerá no céu ou no inferno."

    Ofélia era exatamente como Christos havia previsto, uma mulher que tinha tanta força de convicção que até os animais que a escutavam ficavam fascinados com suas palavras.

      "Meus irmãos, vocês não vêem o amor? Vocês não vêem que Deus vos ama? Que Deus vos deu a vida? Que ele é nosso pai? Se eu duvidasse disso, eu não estaria aqui. Se vocês duvidassem, vocês também não estariam aqui. Vamos todos darmos as mãos, minhas irmãs e irmãos, para orarmos, rirmos e fazer de nossas vidas uma mensagem de amor e de glória para nosso Senhor e Pai."


    Ofélia foi um reflexo da perseverança no amor de Deus.

    Ofélia permaneceu fiel ao que acreditava até sua morte e diz-se que suas últimas palavras foram: "Matem-me, mas quando vocês, soldados, voltarem para casa, todos saberão que estavam errados e que Christos estava certo."

    Diz-se até que estes mesmos soldados de Roma se confessaram, após alguns anos, o seu pesar pelos crimes cometidos contra os fiéis aristotélicos. Um desses soldados foi canonizado pelos aristotélicos pelas boas obras que fez para se redimir no perdão de Deus.

    Seu legado será lembrado, ainda hoje, por toda a organização da Igreja Aristotélica na Terra Santa, onde a apóstola passou sua vida. As principais dioceses estabelecidas conseguiram resistir, apesar dos ataques bárbaros e dos séculos que se passaram. As comunidades de crentes que foram construídas, foram a origem de novas cidades e fortalezas aristotélicas.


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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:28 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:




    Os Apóstolos
    Hagiografia da Apóstola Santa Helena



    A sua vinda ao mundo

    Depois de uma noite tempestuosa, Demir, um ferreiro, decidiu deixar Ilios para ir a Hellespont, pegando a estrada ao longo do Mar Egeu. Estava escrito que, naquele dia, ele nunca chegaria ao seu destino. Seu olhar havia atravessado alguns destroços na praia e, por uma curiosidade instintiva, ele se aproximou para recuperar o que poderia ter algum valor. Para seu espanto e consternação, encontrou uma criança muito pequena, inconsciente, que parecia ter 5 anos de idade. Ansioso por um retorno tão repentino, seu filho Abbas de 8 anos e sua esposa Aleyna correram em direção a Demir. O instinto materno tomou conta e imediatamente a menina foi colocada na palha macia junto ao fogo e envolta em cobertores.

      Demir: O que vamos fazer, Aleyna?

      Aleyna surpreendida com tal pergunta: O que você quer dizer com isso? O destino decretou que Helena viesse até nós e, então, nós a amaremos como se ela fosse nossa própria filha. Além disso, esta não é nossa única chance de ter um segundo filho?

      Demir, constrangido: Helena! Uma filha! O que você está dizendo?

      Aleyna entregando um pingente forjado ao seu marido: Olha, aqui diz...

    Quando Abbas voltou com roupas, a menina foi apresentada a ele como sua irmã. Ele ficou surpreso, mas ainda feliz por partilhar a casa com uma nova irmã.

    A sua infância

    Abbas e Helena cresceram em afeto como irmão e irmã. O pai tinha decidido que seria o filho o sucederia. Helena não queria ser deixada de lado, e foi com um certo ceticismo que Demir colocou a filha para trabalhar, pensando que ela fugiria depois de um dia de trabalho duro. Ele não tinha se dado conta do quão obstinada ela poderia ser quando realmente quisesse algo. Mais importante ainda, ela provou ser uma aprendiz muito talentosa e apaixonada. Tudo o que ela tocava, tornava-se uma verdadeira obra de arte para a consternação de Abbas, que se sentia cada vez mais excluído dessa cumplicidade entre o mestre e a aprendiz.

    A Separação

    Helena acabara de completar 17 anos, quando Demir acompanhou sua esposa, que um ano antes havia falecido e ido ao encontro do Altíssimo. Apesar do talento da jovem, o herdeiro da oficina só poderia ser Abbas.

    Os dois anos seguintes foram difíceis. Helena, muito apreciada por todos, era constantemente chamada para realizar trabalhos, causando a inveja e a raiva de Abbas. Uma manhã, aproveitando-se do casamento dela, ele a demitiu e disse não a querer mais na propriedade da família.

    Helena, que não se surpreendeu com os acontecimentos, partiu em profunda tristeza e melancolia. Desafiando os perigos de cada noite, ela decidiu partir para o sul.

    O Encontro com o Christos

    Durante sua viagem, Helena sobreviveu graças à alguns pães que recebera por uns e outros, em troca de pequenas tarefas domésticas. Para sua consternação, ela foi ridicularizada quando ofereceu seu trabalho a alguns ferreiros.

    A solidão tornou-se o seu fardo e a ausência de amigos ou família pesava terrivelmente sobre ela. Os olhares em cada aldeia eram apenas de suspeita, escárnio e desdém...

    Depois de dois anos de vagabundagem, ela se viu na Judéia e o desespero a levou a entrar na Grande Basílica, onde testemunhou um encontro curioso...

      Christos, acompanhado de seus três companheiros, entrou na sala e disse: " Você, homem de pouca fé, o que espera para cuidar das necessidades dos crentes? Porque você não responde às suas necessidades"

      Christos virou-se para nós e disse: "Saiba disto: Este homem representa o vício infiltrado no coração do templo de Deus. Ele representa vocês, meus amigos, que em vossos corações, como criaturas de Deus, também conhecem o pecado.

      Saibam que, aquele que não mexe sequer um dedo, não merece ser Rei.

      E você, rei dos crentes, o que você está fazendo? Você não vê a sua Igreja desmoronando? Você não consegue ouvir os gritos das almas que, fora do seu palácio, estão clamando por socorro?"


      Despertado pela voz de Christos, o Sumo Sacerdote, um homem de poucas palavras, mas que não as desperdiçava, levantou-se e disse: "Mas quem diabos este homem pensa que é? Se você está insatisfeito, saia daqui, rapaz! Eu o aconselho a não me aborrecer demais!"

      Com estas palavras, Christos voltou-se para seus discípulos e disse-lhes: " Em verdade vos digo que é melhor ouvir isto do que ser surdo! Este homem cai nos excessos denunciados por Aristóteles. Ele permanece em silêncio a maior parte do tempo, e quando acorda, fala demais. Ele não conhece nem a virtude da temperança nem o princípio dos meios justos."


    Helena ficou, ao mesmo tempo, chocada e intrigada ao ver um homem confrontar o Sumo Sacerdote dessa forma. Uma vez que eles saíram, ela seguiu o pequeno grupo para conhecer mais. Ela não conseguia desviar o olhar daquele indivíduo carismático.

      Christos caminhando ao lado de seus companheiros: Titus, aqui está algum dinheiro para comprar pão e frutas. Então vá, conheça esta jovem que está nos seguindo e convide-a para jantar conosco...

      Titus, surpreso: Que mulher? (Após olhar para trás): Oh…

      Titus para Helena: Olá. Não se preocupe. Por favor, aceite este convite, querida amiga: Ficaríamos felizes em recebê-la esta noite para jantar conosco.

      Helena, muda e surpresa: Hmmm…. Hmmm….

      Titus sorrindo: Venha. Não tenha medo.


    E foi assim que Helena encontrou sua segunda família. Aquela que ela sabia que seria fiel e sincera, mesmo após sua morte.

    Ao lado de Christos

    Helena, portanto, colocou-se ao lado de Christos e dos outros apóstolos no trabalho de difusão da Fé Aristotélica. Um dia, ela se viu rodeada de centuriões romanos e o acontecimento que ocorreria influenciaria seu pensamento para sempre e, sobretudo, contribuiria para preservar o amor do divino entre os fiéis.

      Christos, então, disse ao Centurião: Em verdade vos digo, homem de pouca fé, eu não te seguirei, porque tu me seguirás!

      Então o Tribuno ordenou que o centurião prendesse Josué, e o oficial, com uma expressão feroz, se aproximou de nós lentamente.
      Minha respiração acompanhava o ritmo dos seus passos, enquanto eu tentava acalmar meu coração, que batia em uma velocidade frenética. Quando o Centurião ficou cara a cara com Christos, ele o olhou nos olhos dele, de forma intensa e por um bom tempo. Então, de forma inesperada, ele retirou o seu elmo e se ajoelhou, segurando a bainha da túnica do nosso messias.

      Mestre, ele implorou, para grande surpresa do Tribuno, Eu gostaria de segui-lo e fazer parte desta comunidade de crentes. Como eu faço isso? Eu sei que sou um pecador e que servi um mau mestre, mas por favor me diga como eu posso ser perdoado!

      Então Christos o levantou, e sob o olhar petrificado dos romanos ele pronunciou estas palavras: Pecador, eu vos digo que você acabou de fazer a primeira coisa que os fiéis devem fazer; ser humilde e confessar seus pecados. Portanto, se o seu arrependimento for sincero, Deus o perdoará.

      Christos voltou-se para os seus apóstolos, e continuou: E saibam que os pecados cometidos pelas vossas ovelhas são perdoados, se vierem confessá-los aos vossos ouvidos; se estiverem prontos para fazer penitência.


    Com estas palavras gravadas para sempre em sua memória, Helena viveu ao lado de seu Mestre até a Última Ceia.

      Christos sorrindo...: Bem, minha cara amiga! Você é muito atenciosa. Este não é o dia. Seus pensamentos não devem estar na minha morte, mas sim em todas as almas que você pode salvar.

      Helena: Eu não entendo. Como eu poderia pensar em mais alguma coisa?

      Christos: Veja o bem que você fará. A minha morte servirá aos fiéis. Que todos sigam o caminho que tenho traçado e, certamente, o Altíssimo recompensará os justos quando fizer o Seu julgamento. Após a minha morte, vá, espalhe a nossa fé e se encarregue de confessar e cativar o arrependimento que trará o perdão do Altíssimo à cada um dos fiéis.


    Após a morte de Christos

    Helena partiu em direção à Lydia e cruzou o Mar Egeu, na companhia de Paulos. Ao chegar, ela se dedicou ao estudo de Aristóteles e de seus escritos. Seu conhecimento do assunto crescia dia após dia a tal ponto que Paulos, que a tomara sob sua proteção desde o início, deixou-a continuar sozinha o trabalho, para o bem dos fiéis.

      Paulos, prestes a partir para Alexandria: Eu planejo partir dentro de alguns dias, querida amiga. Tenho plena confiança na sua capacidade de cumprir a missão que o Christos lhe confiou. E eu também preciso realizar a minha. Entretanto, me manterei informado sobre o seu progresso.

      Helena: Você não pode ficar um pouco mais? Algo ainda me incomoda e é da maior importância. Christos fala de arrependimento, mas será que nós, humildes servos, podemos impor tal necessidade, em nome do Altíssimo? Será que devemos estar sempre com medo do Altíssimo? Não podemos recompensar nossos fiéis por suas ações... As dúvidas me tomam e eu não consigo estar em paz.

      Paulos: Não é uma questão de viver com medo, mas sim de confiar no nosso mestre. Até podemos testar a sua paciência. Ele é misericordioso e o arrependimento deve ser nossa única preocupação, pois estamos longe de ser irrepreensíveis. Você fala de recompensas! Eu não tenho nada a dizer sobre isso. Todos nós devemos ser um guia para os nossos irmãos e irmãs. E nós mesmos devemos estar atentos ao bem do próximo. Consideremos o que há de bom nos outros e evitemos cair no egoísmo. Não há nada inútil se trabalharmos pela fé, amizade e amor ao próximo.


    Foi assim que Helena mergulhou totalmente em seu trabalho e um dia, ela conheceu dois jovens que estavam em desacordo um com o outro. Um deles, virtuoso e generoso, queria doar toda a sua fortuna e sua vida para o bem da Igreja. O outro, um assaltante reincidente com inúmeros roubos, queria arrepender-se de seus pecados. Helena ouviu a confissão dos dois e, então, ela se perguntou sobre penitência por um e ação de graças pelo outro.

    Ao ladrão, ela pediu que jejuasse por cinco dias e depois fizesse uma peregrinação a Jerusalém.

    Quanto ao segundo, ele lhe agradeceu e rezou por ele. Mas isto não foi o suficiente para ela. Quando Titus se tornou o Papa da Santa Igreja Aristotélica, Helena sentiu que tinha algo a oferecer.

    Em determinada manhã, após uma noite conturbada de sonhos e pesadelos, ela correu em busca de um ferreiro, para o espanto de seus discípulos, e lhe pediu autorização para usar sua oficina. Helena insistiu que todos, sem exceção, deveriam sair do local e deixá-la trabalhando em paz. O artesão, que já a conhecia, aceitou sem questionar.

    Helena passou noites e dias trabalhando na revelação que havia recebido. Ao final do sétimo dia ela pediu ao seu discípulo mais fiel que viesse e se juntasse a ela. Ela pediu que ele fosse pessoalmente a Roma para entregar o pergaminho com um pacote.


    Seus ensinamentos

    Citation:
      Carta de Helena à Titus

      Querido amigo,

      ----------Antes de mais nada, quero que você saiba que estou orgulhosa de você. Christos não poderia ter escolhido melhor. De todos nós, é você quem deve liderar a nossa Santa Igreja. Minha confiança em você é eterna. Rezo todos os dias para que o trabalho do Altíssimo perdure através dos séculos e que a humanidade possa viver e acreditar nessa amizade universal.

      ----------O jovem discípulo que vai em seu encontro, possui toda a minha confiança e está encarregado de lhe entregar a minha reflexão e uma medalha. Esta obra é concebida como um guia para os nossos discípulos, para que a misericórdia do Altíssimo seja conhecida dos nossos fiéis e crentes. Que eles venham até nós para se confessarem, e que nós os acolhamos em homenagem à sua fé e às suas ações.

      ----------É isto que proponho para que nossa jovem instituição possa educar os fiéis da melhor forma possível: A confissão será o ato pelo qual os fiéis que cometeram uma falha possam ser perdoados. Deus sabe que o homem não é perfeito, senão seria Deus, mas reconhece que a alma que se manifesta durante uma confissão sincera e profunda é uma alma pura. Dito isto, para garantir o perdão divino, é aconselhável que o pecador cumpra uma penitência. Todos os sacerdotes poderão receber confissões e não poderão, jamais, revelar seu conteúdo, nem mesmo sob tortura. Os sacerdotes também devem encorajar seus paroquianos a se confessarem, intimamente ao Altíssimo, antes de cada missa.

      ----------A penitência será o estado em que o pecador que, voluntariamente se confessou, coloca-se para garantir o perdão divino. Jejum, peregrinação ou caridade devem ser praticados pelo arrependido, como forma de submissão e busca pelo perdão do Altíssimo.

      ----------O jejum será o ato pelo qual o penitente ou o simples crente se priva de alimento ou se limita a uma refeição básica por um determinado tempo, colocando-se no nível dos mais fracos e, assim, tomando consciência da miséria humana contra a qual a Igreja está lutando. O jejum tem, desta forma, a sua origem na meditação de Christos no deserto.

      ----------A caridade será o ato de virtude que todos os aristotélicos devem praticar. Consistirá em ajudar seus irmãos aristotélicos no caminho da virtude.

      ----------A Peregrinação consistirá em viajar através dos Reinos, a fim de tomar consciência da criação. A peregrinação permite, além de ser um forte testemunho de fé, fazer contato com outros irmãos aristotélicos e ajudá-los.

      ----------A Santidade será o estado ao qual todos aristotélico deve aspirar. Alguns dos fiéis alcançarão esse estado, através de seu quase impecável respeito aos princípios aristotélicos. Estes Santos terão, mesmo que elevados ao Paraíso Solar, o poder de influenciar certas coisas da criação, por isso será importante venerá-los e celebrá-los. Para que Nossa Igreja recompense esses fiéis, eu lhes dou um presente, obra que minha arte e minha fé me ordenaram produzir. Esta Medalha de Aristóteles deve ser a recompensa suprema para os servos do Altíssimo.

      Helena


    Seu fim e sua elevação ao posto de Mártir

    Dizia-se entre os pagãos que uma mulher chamada Helena, havia feito uma joia de rara beleza, adornada com ouro e jóias.

    Esse disparate teria causado o fim da apóstola. Uma noite, no caminho de volta para sua casa, Helena foi abordada por ladrões, que a arrastaram para dentro de sua casa, a fim de forçá-la a lhes dar o que eles tinham ido procurar. Irritados e frustrados com as palavras de Helena, que não parava de lhes dizer que aqui não havia tesouro material, o líder dos assaltantes a golpeou com uma faca, acabando com uma vida consagrada à Aristóteles.

    Alertados pelos gritos, os discípulos da apóstola não lograram êxito em capturar os fugitivos. Ao redor do corpo, havia consternação, incompreensão, tristeza e solidão...

    A notícia se espalhou pela cidade. Indignados com tal comportamento, todos vieram prestar suas últimas homenagens à Helena. Nesse mesmo dia, cinco ladrões pereceram em circunstâncias misteriosas. O primeiro caiu na água e se afogou enquanto tratava de alguns negócios no porto. O segundo voltou para casa, bateu com a cabeça numa trave e morreu devido aos seus ferimentos. O terceiro, enquanto andava pela rua, viu um homem cair de uma escada e se chocar, fatalmente, contra ele. O quarto, correndo para escapar de uma multidão furiosa que havia roubado um dos seus, tropeçou e se empalou em sua faca. Finalmente, o último e mais jovem, arrependido, decidiu comparecer ao funeral de Helena. Uma vez ao lado dela, ele morreu, vítima de um ataque cardíaco, com uma solitária lágrima escorregando por sua bochecha. Um dos discípulos o reconheceu, e a multidão, vendo um jovem de apenas 18 anos de idade caindo para a morte, ajoelhou-se novamente, vendo ali um sinal divino.

    Sem demora, eles afirmaram que o Altíssimo punira tal ultraje. Helena foi elevada como Mártir da Fé. Todos vieram à sua sepultura, para rezar ao Altíssimo.

    Falava-se de Helena como um exemplo a ser seguido em toda a Grécia. Sua virtude e fé inspiraram um grande número de novos discípulos e fiéis a viver pela virtude e a pregar, em todos os momentos, contra a Criatura Sem Nome.

    Quando Titus soube da morte de sua irmã, tomou a sua obra, feita com tanta fé, e decidiu que a medalha de Aristóteles, seria a recompensa dada em memória de Helena àqueles que levaram uma vida de virtude e fé.

    Suas Relíquias

    A Medalha de Aristóteles


_________________


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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:28 am    Sujet du message: Répondre en citant

Citation:



    Os Apóstolos
    Hagiografia do Apóstolo São Thanos



    I - A Infância de Thanos:

    Thanos foi um dos muitos filhos de uma família mediterrânea, como tantas outras vistas neste primeiro século, entre Akko (Acre, renomeado Ptolemais em nosso tempo) e Tiro.
    A cidade estava isolada e ocupava um vasto território árido com matas dispersas e relativamente longe do Mar Internum (Mar Mediterrâneo). A família cultivava figos, azeitonas e alguns cereais. Eles completaram sua produção com cabras, seu leite e os queijos que prepararam à sombra das cavernas cavadas com esforço neste lugar árido.
    Embora as colheitas nem sempre fossem abundantes, a família nunca conheceu a fome ou a sede. Um poço muito antigo, que era seco em ocasiões muito raras, permitia saciar a sede dos animais e das pessoas.

    A estranheza desta casa era o seu pombal, o que era raro naquele lugar. O pai ficou feliz por seus cinco filhos mais velhos não estarem isolados, para o caso de surgirem problemas, enquanto vigiavam o rebanho nas colinas vizinhas. Todas as manhãs eles eram acompanhados por um pombo.
    Estas aves eram da melhor raça, leais e diligentes. Um rico comerciante de Tiro lhes oferecia dois casais à cada ano, tendo em vista que, na ocasião em que uma de suas preciosas cargas caíra acidentalmente em uma fenda, a família o ajudou a recuperar quase tudo. Este evento ocorreu logo após o nascimento de Thanos.

    A casa da família era baixa e cercada por árvores da Judéia, em cuja sombra agradável nasceu, no ano VII, o pequeno Thanos. Ele era o mais novo de sete crianças.
    Amor e trabalho foram as únicas máximas desta humilde família, que permaneceu unida a cada nascer e pôr-do-sol que o Todo-Poderoso enviou.
    Estes agricultores amaram a terra com a humildade e o esforço dos coletores e pastores.

    A mãe deles, Ayala, teve a oportunidade de aprender a ler quando ainda era criança, já que ela fora criada pelos romanos.
    Sua mãe, Ayala, aprendeu a ler quando criança, desde que foi criada pelos romanos. Esse maravilhoso conhecimento instruiu seu marido, Gamaliel (cujo nome significa "Deus foi generoso comigo"), a compartilhá-lo com todos os seus filhos... quando seu interesse o permitisse... Apenas um nunca pôde entender, o penúltimo nascido, porque ele era diferente: ele olhava incessantemente, sem nunca entender realmente, e seu irmão mais novo Thanos tomou como missão ajudá-lo assim que concebeu seu primeiro pensamento, o que aconteceu desde cedo.

    Enquanto Ayala assava pão de trigo ou cevada no forno da família toda semana, ele sorria ao ver seus dois filhos mais novos sentados à sombra das oliveiras, com Thanos pacientemente ajudando o outro a se vestir ou se lavar ou, ainda, tocando em sua flauta de bambu algumas melodias doces que encantaram o deficiente.
    Este último era apenas um ano mais velho do que ele, mas parecia muito mais novo. O primeiro era robusto e bem proporcionado, o segundo estava doente e ligeiramente deformado. Thanos também o ensinou a tecer cestas, o que ele conseguiu fazer com muito esforço, é verdade, mas todos os produtos da família encontraram um lugar nas cestas de Thanos e seu irmão Guéchèm (que em hebraico significa "chuva", o que foi uma bênção na região árida onde eles moravam).

    Thanos passava horas com seu irmão, deficiente em virtude de um parto difícil, que provavelmente o impediu de respirar por alguns momentos ao nascer. Esse cuidado pelo irmão pode ter sido o que o preparou para sua vida futura, o que o levou a ouvir sempre os inocentes e a transformar em úteis àqueles que a natureza havia tornado incapazes. Este fato o tornou sensível e aumentou sua compreensão da lentidão de certos indivíduos. Convenceu-o da necessidade do direito à existência daqueles que são diferentes.
    Mas Thanos, até então, apenas se divertia inocentemente com seu Guéchèm, já que os caminhos do Altíssimo são indecifráveis.

    II - O Vagabundo

    O que diferenciava Thanos dos seus irmãos mais velhos, foi sua capacidade de identificar nos escritos do Profeta Aristóteles, a quem toda a família seguia constante e fervorosamente todos os domingos na aldeia próxima, as profundas mensagens que às vezes induziam.
    Mas muitas vezes ele se sentia como um vagabundo errante vagueando por esses escritos. No entanto, ele percebeu a força e a consistência dessas palavras.

    O forte laço de afeto entre as duas crianças durou muito tempo, mas não durou para sempre. Uma noite Guéchèm não acordou mais. A dor inundou tanto o coração de Thanos que, após o enterro, ele ficou três dias em reflexão em um dos cantos do estábulo. O rito funerário não levava em conta suas lágrimas... A vida era tão difícil e tão dura naquela época que ninguém podia interromper a interminável rotina diária. A família voltou rapidamente ao cuidado dos animais, das árvores e da pequena videira que se estendia ao longo de uma parede da casa e subia alegremente pela árvore.
    Isto não foi indiferença, mas apenas uma necessidade de sobrevivência: a vida é sempre mais exigente que a morte. Thanos ficou imóvel e sozinho, tristemente segurando na mão a última cestinha inacabada de Guéchèm... Seus sábios pais, também lamentando a perda de seu inocente filhinho, o deixaram sozinho, certificando-se de que ele comesse e bebesse pelo menos um pouco.

      Mãe! Ele disse finalmente, saindo de sua letargia na quarta manhã, seu rosto pálido com a dor do luto. Mãe, você e o papai concordariam em me deixar viajar? Alguns amigos precisam levar um rebanho de cabras e algumas ovelhas, além da vila, para o grande mercado da cidade.

    Antes que a mãe chocada pudesse recusar, não querendo se separar de outro de seus filhos, o pai Gamaliel veio e disse:

      Thanos não pode viver feliz onde ele sente falta do irmão, como todos nós, mas para ele é ainda mais doloroso. Deixe-o ir, Ayama, e prepare um pequeno molho de queijo e pão, figos e azeitonas.

    E, voltando-se para aquele que era agora o mais novo de seus seis filhos:

      Pegue um alforje de pele de cabra, Thanos, e encha-o com água pura do nosso poço. Eu lhe dou meu manto impermeável, ele lhe ajudará muito como abrigo em noites frias e, também, estes três pombos. Trate-os bem. Você os enviará para nós se algo excepcional acontecer com você. Não se esqueça de falar com eles todos os dias, para fazê-los felizes.


    Ele deu uma gaiola ao filho, onde os seus três pássaros preferidos viviam...

    Gamaliele acrescentou, diante de todos os irmãos solenemente reunidos: Experimente este delicioso e pegajoso ouro, mas não fique preso a ele.

    Ele o fez comer uma colher deste mel selvagem e rústico que às vezes pode ser encontrado nas colinas, e continuou: Beba esse sangue, que fortalece e sacia a sede, mas não se embriague.

    Ele o fez beber um gole daquele vinho escuro, perfumado com especiarias das terras mediterrâneas, e continuou: Vou te dar algo que o alimentou, enquanto você era um bebê vestido com fraldas, que eu preparava para você junto com outros alimentos e que te fez crescer.

    Ele lhe ofereceu uma tigela de leite, branca e cremosa.

    Após o olhar amoroso e abraços por causa das circunstâncias, ele finalmente disse adeus: Deixe agora todos fazerem o que têm que fazer.

    Assim, abençoado pelo patriarca da família, Thanos cortou um grosso bastão da oliveira e, logo depois, mirou pela última vez aquele local em que viveu sobre sua doce infância.
    Ele pegou um galho de uma floresta não muito distante que o lembraria para sempre do seu lugar de origem.
    Ele tinha a sensação fugaz e inquestionável de que jamais voltaria. Ele sentiu que em algum lugar seu destino estava procurando por ele.
    Ele vagueou por muito tempo antes de encontrá-lo... Ele tinha acabado de completar 17 anos.

    III - Seu encontro com Christos:

    RECORDAÇÃO DA Vida de Christos, Capítulos 7, 8, 11 e 13, Memórias de Samoth, contadas em 87 depois de Christos.

      "Ah, eu sempre me lembraria desse dia, meus amigos. Depois que saímos da Basílica, nos encontramos cara a cara com um grupo de ociosos que declamaram fortemente um contra o outro. Tentamos impedir Christos, mas ele não nos ouviu e se aproximou desse grupo de brigas.

      Ele entendeu prontamente a causa do conflito diante dele: uma ovelha foi perdida, aterrorizada pelos gritos que vinham de todos os lados. À sua esquerda, havia seguidores das religiões pagãs, seu sacerdote na cabeça, segurando na mão uma faca comprida. Do outro lado, estavam alguns que estavam decepcionados com o paganismo e que, um pouco menos desviados dos preceitos de Aristóteles do que o primeiro, haviam se reunido para denunciar o sacrifício bárbaro que estava sendo preparado em honra dos falsos deuses. Cada lado rugia veementemente contra o outro.

      Então, Christos chamou calmamente o animal aterrorizado, que obedientemente avançou em sua direção. Christos acariciou-o e depois mandou-o embora. A ovelha então saiu. Mas o sacerdote pagão ficou furioso com Christos e avançou em sua direção, com a faca levantada. Foi então que interpusemos Titus, Paulos e eu, logo juntamos outros nove daqueles desapontados com o paganismo que haviam se reunido à direita. Mas Christos deu um passo à frente e encarou o sacerdote. Este último, então, encontrou o olhar do bem-aventurado de Deus, afastou-se dele e saiu sem dizer uma palavra, a multidão de infiéis seguindo-o timidamente.

      Então nós doze, que queríamos defender Christos, estupefatos com o que acabara de acontecer, nos voltamos para esse homem grande e misterioso. Um de nós, um homem que eu ainda não conhecia, mas cujo nome era Thanos, disse-lhe: "Mas quem é você, você que acalma o cordeiro e cuja delicadeza afasta a infâmia pagã?"

      Então Christos respondeu: " Meu nome é Christos, filho de José e Maria. As pessoas que me conhecem dizem que eu sou o messias, porque amo a Deus e amo meus semelhantes."

      E exclamamos: "Na verdade, nenhum de nós duvida desse fato. Agradecemos ao Altíssimo por nos ter enviado você, para que Sua palavra ilumine nossas vidas e que a profecia de Aristóteles seja cumprida."

      E Christos finalmente respondeu: " Em verdade, é muito triste que tantos filhos de Deus se afastem do Seu amor. Eles precisam de quem os guie para que os erros do passado sejam apagados. Vocês querem me seguir para que eu os tornem apóstolos da palavra de Deus?"

      Olhei para os nove que ainda não conheciam Christos, que pareciam um grupo dividido entre alegria e angústia.
      "

      "E eles perguntaram ao Messias o que era necessário fazer para se juntar a ele. E nós, seus amigos, ouvimos e concordamos com Christos. À partir de agora, tínhamos doze para segui-lo."

      "As seis mulheres foram nomeadas como Calandra, Adonia, Helene, Kyrene, Ophelia e Uriana. Os seis homens foram nomeados como Daju, Thanos, Paulos, Nikolos, Titus e Samoht, seus servos."

      "Vocês levarão as boas novas à todas as nações, ajudando Titus a criar a minha Igreja."

      "Então, meus apóstolos, meus clérigos, cabe a vocês seguirem o caminho que eu lhes apresentei, cabe a vocês batizarem àqueles que queiram entrar na comunidade dos fiéis de Deus, ordenar sacerdotes àqueles que desejam dedicar-se inteiramente ao amor de Deus, a ouvir em confissão àqueles que desejam ser lavados de seus pecados, a punirem aqueles que não se mostraram dignos do amor de Deus e a pregar pelo menos todo domingo, para que a vontade do Altíssimo seja cumprida"


    IV - O Aprendiz.

    Durante os anos seguintes, Thanos seguiu Christos e seus irmãos e irmãs, escutou, observou e assim aprendeu.
    Embora já conhecesse o Dogma e Aristóteles, ele integralizou todo o conhecimento com a força que brotava das ações e palavras de Christos.

    Embora ele já tivesse experimentado, sem ter consciência disso, o amor fraterno, o amor dos filhos por seus pais, o amor por um trabalho bem feito, o amor contemplativo pela Criação do Altíssimo, o amor pelo Dogma e, finalmente e acima de tudo, o amor pelo Todo-Poderoso, ela ganhou outro amor: o amor por Christos; e quanto mais ela o conhecia, mais se aproximava da percepção de justiça, bondade, espiritualidade profunda, inteligência e sensibilidade para com todos. Ele foi um Mestre em todos os sentidos que esta palavra tem: grande, sábio, benevolente.

    Desta vez ele estava ciente do que tinha recebido, e agradeceu ao Todo-Poderoso através da oração e do exemplo. O espírito de Thanos se encontrava cada dia um pouco mais em contato com os ensinamentos de Christos e os que vinham da amizade fraterna com os outros Apóstolos.

    Sua alma foi forjada como uma lâmina de espada que se torna brilhante, após as várias etapas que sujeitam sua matéria aos padrões de força, beleza, forma e brilho.

    V - O primeiro pombo.

    Mas ninguém, entre os seres humanos, alcança a perfeição.

    Naqueles dias Christos e os Apóstolos permaneciam serenos - as chamas púrpuras e douradas do sol poente ainda iluminava uma jovem noite.

    Na margem do Mediterrâneo, formaram um círculo cujo centro tentava competir com o Sol, eis que ali estavam dourando um cordeiro envolto em erva-doce, muito abundante nesta região. Seu encontro para uma refeição em comum não os impediu de discutir, e todas as noites uma fogueira os mantinha acordados por um tempo. Às vezes, até outros viajantes se juntavam a eles. Isso permitia a invenção da fogueira itinerante, por seu indiscutivel precursor, um tal de McGroar.

    Eles haviam deixado o barulho e o caos de Laodiceia (Laodicéia, Latakia, Lattaquié ou Latakiyah), uma antiga cidade selêucida, então romana, agora judaica, onde a pompa e a riqueza encantavam o coração dos habitantes.

    Nas suaves encostas das colinas que a rodeavam, e bem à leste, os vinhedos cultivados fizeram florescer a economia da cidade, e seu magnífico e belíssimo porto construído serviu a muitas outras cidades e ilhas importantes. Os ricos comerciantes se curvaram sob os ornamentos dourados e preciosos, exibindo suas vestes suntuosas de seda carinhosamente macia, ou linho tingido com cores vivas e quentes.
    As casas tinham sido construídas sob estruturas sólidas e belas, os animais eram, em sua maioria, gordos e carnívoros, como raramente vemos nos nossos estábulos ou cavalariças ocidentais.
    Nas prateleiras das bancas, as redes de pesca e os cestos dos colhedores estavam cheios de excelente pescado, frutas e verduras soberbas. Os sacos de cânhamo estavam repletos de especiarias raras e perfumadas.
    Isso não impedia a pobreza. Ela simplesmente se escondia fora da cidade.

      Thanos: "Veja, Christos, como as pessoas parecem felizes nesta cidade! Exceto por aquele pobre escravo cuja escada literalmente explodiu em suas mãos! Como seu mestre o levou pela tempestade!"


    Todos riram da piada, porque o homem gordo e furioso estava se fazendo de bobo, ele era engraçado e não havia do que se arrepender: ele podia comprar outra rapidamente!

    Christos respondeu após alguns instantes, seu rosto magro voltou a ficar sério:

      Christos: "Olha, Thanos, como são tristes e indigentes aqueles que vivem na periferia!"

      Thanos: "Não sei porque eles não pedem, considerando todos os cruzados que os mercadores me ofereceram, quando eu não lhes pedi nada!"

      Christos: "Eles lhe deram essa bolsa cheia de cruzados, porque queriam ouvir nossa história e notícias de longe, durante a refeição. Eles o compraram com essas cruzados, que não significam nada para eles. Eles queriam se distrair, mas não pensar em um sermão. Mas ... Você deve ter ficado com sede, após falar durante longas horas para satisfazê-los... Eles lhe ofereceram uma bebida?"

    Christos sorriu... Thanos suspirou, ele tinha percebido um pouco tarde. Ele ainda possuía aquela ingenuidade extrema da juventude.

      Thanos: "...Não...Eles me jogaram esta bolsa no final da refeição e depois me ordenaram que saísse"

      Christos: "E você veio até mim para ouvir meu sermão, que eu preguei não muito longe da entrada da cidade, perto dos barracos dos desempregados e dos doentes."

      Thanos: "É verdade, eu também notei que eles estavam mais inclinados a ouvir seu sermão do que os outros, preocupados apenas com seus negócios. E eles, inclusive, me ofereceram água dos seus pobres frascos"

      Christos: "Você vê, quando o ouro é abundante, nunca se tem a certeza de possuí-lo. Ao contrário, é ele quem é nosso dono."

    E Thanos lembrou-se da primeira das frases que seu pai Gamliel havia sussurrado para ele, na sua partida: "Experimente este delicioso e pegajoso ouro, mas não fique preso a ele."

    Christos sorriu para ele, e Thanos tinha certeza de que ele sabia do que estava se lembrando naquele exato momento.

    Então Christos lhe disse:"A gaiola que você cuidadosamente carrega pesará por muito tempo, pois seus três pombos mensageiros viverão felizes até voltarem ao seu pombal de origem. E assim será."

    E Christos serviu-se com uma fatia de cordeiro, sem mais delongas.

    Sem acrescentar mais nada, Thanos levantou-se e escolheu um dos três pombos, do qual arrancou gentilmente uma pena da cauda, e depois escreveu as seguintes palavras em um pequeno papiro:

      "Pai, mãe, meus irmãos. Eu agora encontrei meu destino: seu nome é Christos. Eu experimentei o ouro, gostei e, depois, me desliguei dele.

      Thanos"

    O animal, depois de livre, imediatamente alçou voo de volta à sua casa.

    No dia seguinte, Thanos discretamente colocou os cruzados nas palmas das mãos dos mendigos que lhe deram de beber. Então, ele guardou a pena.

    VI - O Artesão.

    Thanos, como seus companheiros, continuou a seguir os ensinamentos dados por Christos, todos os dias através da troca de pontos de vistas, exemplos, ações e palavras.
    Durante seus sermões, Christos e seus apóstolos foram para a Galiléia, Judéia, Samaria e Fenícia.
    Eles desceram o Rio Jordão até o Mar Morto e navegaram até as margens de Antioquia. Eles até vislumbraram o Monte Sinai ao longe...
    Eles passaram por muitas cidades, sempre pregando: Cafarnaum, Tiberíades, Genesaré, Sicar, Magdala, Cesaréia de Filipe, subiram o Monte Tabor e retornaram à Nazaré...

    E, em todas as vezes, Christos começava seu sermão desta maneira:

      "Eu sou Christos de Nazaré, o Messias, guia e espelho da divindade, habitado por Deus. Aristóteles, o profeta, anunciou a minha vinda, para que eu pudesse mostrar-lhe o caminho para viver no amor do Altíssimo."


    E muitos se aproximavam, ouviam e compreendiam...

    Eles finalmente chegaram a Jerusalém, e a viagem de Christos foi interrompida, pois ali ele foi condenado e executado em condições desumanas, como o Altíssimo havia previsto. Ao longo dessa jornada, Thanos, como os outros apóstolos, escutou, seguiu e aprendeu.

    Seus corpos tornaram-se fortes e flexíveis, e a espiritualidade já despertava em suas mentes, a história e as mensagens divinas haviam sido gravadas neles. Eles tinham se transformado, ao longo dessa jornada lenta mas precisa, pela vontade do Altíssimo e de Christos, de modo que se tornaram, para o bem da humanidade, mestres de generosidade para com todos aqueles que desejavam uma fé frugal, mas não sem exigências.

    Tinham-se tornado os futuros Criadores da Igreja "Una, Santa, Aristotélica e Apostólica".

    VII - O segundo pombo.

    Ai de mim!
    Ninguém pode se prender no passado, o que faz do grande povo do Criador o que é hoje...
    O livre arbítrio tão desejado conduz o ser humano, ou pelo menos muitas vezes o inicia, pelos caminhos indecifráveis do mal.

    Os horrores cometidos em nome de valores pessoais e bestiais, realizados sem contexto pela Criatura Sem Nome, podem ser resumidos em uma frase:
    Christos foi "julgado", torturado e depois crucificado, até a sua morte.

    Durante todo o tempo de seu martírio e agonia, ele permaneceu confiante em Seu Pai, e suportou com força, inteligência e carisma tudo o que Ele tinha que suportar. Ele rezou. Sua reputação ainda estava crescendo.
    Seu rosto se iluminou e irradiou um brilho puro dourado para as muitas pessoas que o apoiaram com sua fé e seu apego às sagradas escrituras.

      Vida de Christos, Capítulo XVI. Memórias de Samoth, contadas em 87 depois de Christos:

        "Christos foi pregado em uma grande cruz de madeira que depois içaram na colina. E Christos foi encontrado lá, acima de tudo, dominando os outros humanos... Como um cordeiro, ele fora sacrificado no altar da ordem estabelecida porque questionou a sociedade da época e seus falsos valores.


    Como todos os outros apóstolos, Thanos se sentiu devastado... Ele se afastou do local de tortura. Chorando profundamente em sua alma, atordoado e incapaz de suportar mais, ele seguiu um bardo e se embebedou pelo desespero. O céu lançou trovões e relâmpagos para os pagãos.

      Vida de Christos, Capítulo XVI. Memórias de Samoth, contadas em 87 depois de Christos:

        "Mas depois de um tempo, a natureza se acalmou, a chuva cessou, os raios pararam, o trovões silenciaram e as nuvens se afastaram, dominadas pelo crescente raio de luz que agora inundava a colina.

        Foi então que vimos uma nuvem de anjos celestes aparecer nessa auréola divina. Todos desceram dos céus com graça, voando acima da eminência. Eles pegaram o corpo do Messias, guia e espelho da divindade, e o içaram aos céus, levando-o ao trono de Deus."


      Hagiografia do Apóstolo Titus. Traduzido pelos irmãos Maisse Arsouye, Nsaymar e Pons d'Agoult.

        "…os apóstolos se separaram.Cada um escolheu um caminho, uma forma particular de servir à Christos e sua mensagem. Pouco antes da separação, Titus distribuiu a cada apóstolo um anel com uma pedra púrpura, um rubi, em memória de sua amizade e missão. O anel de Daju foi dado a Anacleto, um jovem que se tornara amigo de Titus e Samoht."


    ...Thanos, embriagado e atordoado por muito vinho, profundamente deprimido por uma dor mais profunda que um poço artesiano de Tiro, finalmente encontrou esperança e coragem no início da manhã do terceiro dia.

    Uma náusea repentina literalmente cessou sua embriaguez, o que o impediu de se mover por três dias. Tremendo e chorando, ele se levantou com dificuldade, mas finalmente ficou de pé. Junto consigo, sua alma também se recuperou. Um rubi em seu dedo brilhava tanto quanto o sangue derramado para a glória do Altíssimo.

    E Thanos lembrou-se da segunda das frases que seu pai Gamliel lhe sussurrou em sua partida: "Beba esse sangue, que fortalece e sacia a sede, mas não se embriague"

    Ele pegou seu segundo pombo, delicadamente tirou dele uma pena e escreveu em um pequeno papiro as seguintes palavras:

      "Pai, mãe, meus irmãos, eu novamente reconheço meu destino. Ele se chama amor, fé, peregrinação e oração. Provei o vinho, adorei e me libertei dele. Mantenho a cor rubi no dedo.

      Thanos."

    O animal liberado voou imediatamente para o seu local de origem.

    Ciente de uma situação que ele já vivera ao sair de sua pequena casa, abraçou seus companheiros uma última vez e foi para o Mare Internum (Mediterrâneo), além dos limites conhecidos.

    Ele tinha 27 anos de idade. Ele guardou a pena.

    VIII - O Erudito

    A vida diária se tornou mais solitária, mas ele não se deixou envolver pela preguiça, pois Thanos pregava fervorosamente a Boa Palavra ao longo de sua caminhada pelo mar, e a memória de Christos e seus antigos companheiros o apoiaram.
    Então, após vários meses, ele chegou na cidade portuária de Biblos, na terra de Canaã.

    Uma multidão se agitava no que parecia ser um alvoroço alegre, mas tudo estava bem organizado: os portos eram imensos, porque os barcos foram construídos no local.
    Muitas pessoas vieram dos arredores para ajudar com a carpintaria, a tecelagem das grandes velas, os vários trabalhos de alvenaria. Os capatazes dos estaleiros colocam as coisas em ordem.
    A cidade, entre outras coisas, exportava sua madeira preciosa (cedro do Líbano) e seus tecidos finamente trabalhados, algumas conchas dos arredores também permitiram a produção de pigmentos, muito valiosos em quaisquer ocasiões. Biblos era dinâmica e rica.

    Thanos, portanto, decidiu reservar algum dinheiro para atender as suas novas necessidades educacionais. Ele havia se tornado forte com o tempo, usou sua inteligência para os sermões e, em virtude de se alimentar de leite e frutas ele tinha desenvolvido uma boa aparência. Assim, ele era rapidamente contratado todos os dias, por salários substanciais.
    Antes de embarcar numa longa jornada, ele se matriculou na universidade local, a fim de fazer alguns cursos de astronomia, esta disciplina muito antiga teve um certo crescimento e novos desenvolvimentos.

    Coisas que um dia lhe seriam úteis... Ele fez bons progressos em sua escrita, e fez provisões para pequenos. Isso também um dia seria útil...

    Ele finalmente partiu, e suas paradas foram numerosas, intercaladas por trovoadas ou bom tempo, sol ou vento.
    Ele passou pelas ilhas de Chipre e Rodes, com uma parada em Xanthos. Depois, outro navio o levou para Creta do Peloponeso (Creta), e depois entre Sicília e Hesperia (Itália), e finalmente alcançou o Mar Tirreno, rumando para a Ilha de Elba.
    Durante toda a viagem, Thanos pregava por uma hora todas as noites, se o tempo permitisse, e muitos marinheiros transmitiam o que haviam aprendido durante aqueles longos meses no mar, quando voltavam para casa.
    As tavernas tinham menos homens bêbados, e mais crentes.
    Mas ainda havia muito debate...

    Thanos passou o resto de seu tempo escrevendo em seus pergaminhos, organizados em livros, seus roteiros de sermão, seus sermões e homilias, sua vida passada com Christos e os apóstolos, e acrescentando seus ícones e miniaturas. Ela guardou este diário com cuidado e tenacidade.

    Ele era amado pela tripulação, e graças ao seu conhecimento em astronomia, ele prestou um excelente serviço seguindo as estrelas. Ele era profundamente respeitado por todos. O Verbo Divino navegava através das águas, e as ondas borbulhantes o enviavam para populações remotas.

    Mas um naufrágio mudou o rumo de seu destino quando embarcou para a Gália, enquanto navegava no mar da Ligúria, onde a maioria dos dias era calmo e ensolarado.
    Ele tinha quase 40 anos de idade.

    IX - O terceiro pombo.

    Naquela noite, as nuvens grossas cobriram o céu tempestuoso, o que dificultou a sua boa leitura. Nem mesmo Thanos conseguia decifrar seu significado para dirigir o navio adequadamente.
    O navio foi sacudido perigosamente por rochas afiadas e foi rapidamente impulsionado por uma onda que o levou até uma pequena ilha saliente que não aparecia no mapa.
    Deitado de lado, como um touro abatido e despedaçado, o navio ficou irremediavelmente eviscerado, em uma costa fria e encharcada de chuva.
    Os sobreviventes da tripulação e Thanos, no entanto, se levantaram e agradeceram ao Altíssimo por salvar suas vidas...

    No dia seguinte, sob um céu mais suave, embora ainda com muito vento, eles exploraram a pequena ilha.
    Eles naufragaram na Ilha das Gaivotas, como os habitantes mais tarde explicaram a eles.
    (Gallinara é um ilhéu localizado próximo à costa da Ligúria, no Rio Ponente, em frente à cidade de Albenga).
    Na verdade, essas grandes aves construíram ali seus ninhos em grande número, seus excrementos foram usados para fogueiras e seus ovos foram apreciados.
    Naquele lugar havia apenas uma vila, e os habitantes os receberam bem, cuidaram deles e os serviram leite, peixe e pão e frutas suculentas e escuras, que conservaram cuidadosamente em potes de sua própria confecção.
    A comida não era muito variada, os habitantes da região tinham muito pouco, a ilha era tão pequena que eles eram pobres em grãos, e tão cercada por grandes rochas afiadas que nenhum barco corria o risco de atracar ali.

    Os insulanos, em número de aproximadamente vinte pessoas, em várias idades, não conheciam Christos, e seu paganismo era evidente: adoravam um ídolo de cabra, um animal que lhes fornecia leite e queijo, peles e cola. A estátua ficava perto da única fonte do local e era feita de argila.
    Eles eram inocentes e amigáveis, calmos e sorridentes, um pouco curiosos e extremamente gentis. A vida fluía sobre eles como o creme de leite azedo deslizando lentamente por um bolo de cevada.
    Thanos não teve dificuldade em enriquecê-los com o Dogma, nem em fazê-los viver a realidade do Fé Aristotélica.

    Vários anos se passaram, e alguns dos companheiros de Thanos ficaram desesperados por zarparem novamente para costas mais largas e povoadas.
    Mas a maioria deles, e Thanos era um deles, estava inevitavelmente integrado à doçura da vida diária, e cedendo à infinita tranquilidade das estações e à incomum leniência dos habitantes...
    Ele pregava todos os dias e sua fé não diminuía. Ele também adaptou alguns ritos ao local e à passividade do povo, ele introduziu um culto a cada semana, que era mais produtivo do que as consequências de uma rápida transição do povo de seu antigo ídolo que foi enterrado após algum tempo nas profundezas do mar.

    Entre a extrema doçura dos aldeões e a rotina sem surpresas das estações, Thanos se atolou em um destino calmo, mas fixo.
    Ele teve prazer nisso, mas uma falta imensurável o roeu por dentro, pois não se renovou, tendo à sua frente apenas pessoas afáveis e dias idênticos. Sua vida era indolor, mas não muito colorida: sempre transmitia a Palavra do Altíssimo no mesmo lugar, às mesmas pessoas, o que não era contrário ao ensinamento que Christos havia oferecido aos apóstolos, mas incompleto.

    Foi durante uma terrível tempestade, a segunda de fato que havia assolado a ilha em quinze anos, que Thanos emergiu de seu estado de torpor intelectual.
    Os elementos estavam em fúria, o vento uivava, a chuva atingia a terra com força, e a tempestade se agitava tanto quanto durante seu naufrágio.
    Um raio de luz passou pelo céu trovejante da noite, e a luz entrou nele.

    No dia seguinte ele mandou construir uma grande cruz com as restantes vigas do navio afundado, e mandou plantar na colina mais alta da ilha. De muito longe, a religião aristotélica era anunciada e sinalizava a presença humana aos navios que passavam. Assim, eles finalmente encontrariam a motivação e o caminho para partirem.

    Depois de algumas marés passarem, Thanos partiu para a Gália, a ilha nunca mais ficaria isolada. Os aldeões negociavam ânforas de qualidade com honestidade, pois sabiam o segredo para cozinhar o barro da melhor maneira possível.

    E Thanos lembrou-se da terceira frase que seu pai Gamaliel havia sussurrado para ele em sua partida: "Vou te dar algo que o alimentou, enquanto você era um bebê vestido com fraldas, que eu preparava para você junto com outros alimentos e que te fez crescer"

    Ele pegou seu último pombo, do qual ele gentilmente pegou uma pena de asa para escrever as seguintes palavras em um pequeno papiro:

      Pai, mãe, meus irmãos, eu sempre conhecerei o meu destino. Ele é chamado de Igreja Aristotélica. Eu provei o leite e me despedi dele.

      Thanos


    O animal libertado voou imediatamente para o seu local de origem. Thanos não tinha mais meios de comunicar seu crescimento espiritual e físico à sua distante família...

    Ele estava se aproximando dos seus 56 anos e pensou que seus pais, provavelmente, já teriam partido para se juntarem ao filho Guéchèm. Então, ele guardou a pena.

    X - A Morte de Thanos:

    O Velho, o Sábio, o Bom Apóstolo Thanos viveu por tanto tempo que sua barba, depois de cinco anos ou mais, era da cor da neve e caiu no centro do peito. Seu cabelo estava afinando, mas sua erudição, equilíbrio e carisma foram muito além do que se poderia esperar de sua vida.
    Ele estava quase cego, mas ainda conseguia distinguir a luz do sol enquanto oferecia à terra seus raios de fogo.
    Na véspera de sua partida para o Sol, ele ainda pregava pelo amor de Christos e do Altíssimo, e sempre propagou com sucesso a fé e a amizade aristotélica.
    Em contato com ele, o paganismo havia recuado por muitas estações em sua região de adoção, e o ateísmo havia sido reduzido a nada.
    Entretanto, todos os dias ele trazia um novo número de novos peregrinos, pequenos ladrões, visitantes e vagabundos.

    Pouco antes de seu último suspiro, ele fechou serenamente seu terceiro livro. O jovem diácono enviado para assisti-lo nestes últimos momentos, guardou-o como ele lhe pedira alguns dias antes. Em cada um dos livros, uma pena de pombo servia como marcador de livro.

    O jovem diácono, cujo nome não foi registrado na história, anexou um retrato desenhado por ele mesmo. Embora os pigmentos tenham desaparecido com o tempo, o retrato particularmente bem preservado do apóstolo ainda é visível.

    O sol estava se pondo. Os pássaros silenciaram seus cantos e o perfume das discretas violetas ainda era notório... Então Thanos, sereno e ternamente segurando em suas mãos seu pequeno bastão de oliveira, pois nunca esqueceu o tédio de sua infância, murmurou suavemente:

      "Christos, oh Christos...
      Eu pensava que estava seguindo meu destino, mas segui o Chamado do Altíssimo e minha vocação.
      Esta foi a minha maior liberdade na Terra."

    Seus lábios se abriram num sorriso extasiante que multiplicou cem vezes o amor aristotélico que depois de tantos anos se reuniu em seu rosto abençoado e agora livre dos grilhões da vida terrena.
    Era a XXVIII de Março do ano LXXXVII.

    Relíquias: Três penas e três livros.

    Festa: Nenhuma data ainda reconhecida.

    Provérbios:

    • "Estes são os ritos e ritmos que nos fazem viver no nosso melhor"
    • "A pena da cauda para avançar em seu caminho, a pena do corpo para direcionar seu caminho e a pena da asa para escrever seu caminho.
    • "Devemos "ganhar dinheiro" sem especular.
    • "Quando a razão não pode explicar um evento, falamos de magia, de um fenômeno desconhecido. Mas nossos sentidos já incorporaram o Divino.





Citation:




    Anexo da Hagiografia do Apóstolo São Thanos


    Este é o caminho dos Thanos, em sua busca espiritual na companhia de Christos, depois de se tornar um apóstolo aprendiz, e, por fim, um solitário (mas não ascético) propagandista da Fé Aristotélica.

    Podemos dizer que este Apóstolo percorreu um longo caminho, tanto espiritual como fisicamente.
    Apesar de ter tido momentos de fraqueza, podemos afirmar, de qualquer forma, que ele foi capaz de tirar a força necessária para ver além e mais alto.

    Sua viagem começou na solidão, inspirada pela morte de seu irmão deficiente, e ele chegou à cidade onde conheceu Christos e alguns de seus Apóstolos.
    Sua jornada posterior foi feita na companhia do Profeta e dos outros Apóstolos e lhe permitiu aprender os rigores da fé e suas exigências (a transmissão dos ensinamentos, a necessidade de mudar radicalmente, a vida baseada na partilha...).
    A morte de Christos o abalou profundamente e sua dor foi transformada em fraqueza de espírito. Então ele deixou o local.
    Esta é a diferença entre ele e os outros Apóstolos: Thanos continuou como eles a transmissão das Boas Novas, mas os outros o fizeram em continuidade com o que haviam aprendido com Christos.
    Thanos pregou, mas para escapar de um evento que o aterrorizava por causa de seu alto grau de barbárie.

    Imperceptivelmente, a força espiritual voltou para ele.
    Mas um naufrágio o atirou para uma ilha que o teria aprisionado na doçura de sua vida diária.
    Thanos nunca negou sua fé, nada fez contra ela, pelo contrário, por cada lugar por onde passou, pregou com fervor e devoção obtendo grandes resultados para a difusão da Igreja Aristotélica sobre toda a Terra.
    Mas ele precisava compreender que os sermões não eram suficientes em si mesmos e que ele tinha que ir mais longe, ultrapassar os outros, entregar-se mais generosamente.
    Então o Altíssimo decidiu fazer com que ele enfrentasse essa provação.

    Gallinara era aquela ilha quase deserta onde Thanos foi calorosamente recebido e hospedado por muitos anos, durante os quais o Apóstolo gradualmente percebeu que "a vida era doce e fácil", mas isso ameaçava levar ao entorpecimento do espírito se ele se contentasse em viver isolado do resto do mundo e que mesmo as crianças não podem beber apenas leite, elas devem aprender a variar o que as sustenta e a conhecer vários alimentos.

    Foi depois de dias e dias de viagem que ele finalmente chegou a Walla (Laval) após uma longa viagem que o levou a percorrer as ruas da Provença e a extensão do Languedoc e no Lyonnais Dauphine, com um breve episódio em Bourbonnais Auvergne, um passeio pela Borgonha, um sermão mesmo em Champagne e Lutécia, uma visita às terras de Orleans e um passeio em Turons e finalmente, pela força do destino, ele chegou ao Maine. Ele estava determinado a ficar, mas Thanos havia se libertado de seu longo sono espiritual...

    Toda a sua vida fora dedicada na busca de seu caminho terreno para o Paraíso Solar, mas como todas as viagens terrenas, não era definitiva, nem para sempre. Ele encontrou a realização em outra viagem, mais importante para seu destino celestial, e no momento em que abriu a porta, Thanos compreendeu a imensidão do Dom da Vocação que o Altíssimo lhe ofereceu.

    História Eclesiástica da França Ocidental.
    Jandul Penq Wabflat, Monge Historiador. Abril de MCDLVIII



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    Os Apóstolos
    Hagiografia do Apóstolo São Paulos


    Paulos nasceu alguns anos antes de Christos, em uma vila na costa do Mediterrâneo, na Judéia. Ele era uma criança sonhadora e reservada. Ele não amava nada além da contemplação das belas paisagens que rodeavam sua vila. Ele poderia passar horas olhando para o mar, observando o balanço das gramíneas nas colinas, ouvindo o canto dos grilos sobre as pedras sobreaquecidas pelo sol. Ele tinha muitos companheiros, mas poucos amigos. Seus pais eram pobres, mas um tio mais rico o trouxe para Jerusalém. Lá, ele aprendeu a ler, a escrever, a contar. Seu tio contratou um tutor grego que lhe ensinou todas as matérias úteis para um futuro comerciante. Mas o velho, reconhecendo a natureza privilegiada da criança, também lhe ensinou a filosofia e a doutrina de Aristóteles.

    Quando ele chegou à idade adulta, Paulos se tornou um comerciante. Seu tio não tinha filhos, então ele nomeou Paulos como seu herdeiro. Ele fez o negócio da família prosperar com brilhantismo e não sem uma certa ambição. Ele possuía armazéns em Jerusalém e Cesaréia, além de três galeras comerciais. Seus fornecedores eram numerosos na Judéia e nos países do leste. Seus clientes estavam presentes em todo o império. Paulos era rico e admirado, era feliz com sua vida, mas não tinha mais tempo para admirar o mar e as colinas, e não era feliz.

    Um dia, a caminho de uma pequena aldeia no norte da Judéia para ver um fornecedor de azeite de oliva, ele encontrou um homem seguido por um pequeno grupo. O nome do homem era Christos. Paulos o ouviu falando com os aldeões e participou da conversa. Ao ver este homem simples, mas tão cheio de sabedoria e felicidade, ele ficou perplexo. Ele se lembrou de sua criação grega, da sabedoria de Aristóteles e, imediatamente, percebeu a relação entre Christos e o Grande Sábio.

    Paulos teve que voltar aos seus negócios, mas não perdeu Christos de sua vista. Suas redes lhe permitiram manter-se informado sobre os movimentos de Christos. E sempre que podia, ele ia ouvir o profeta. Com o passar do tempo, as lições começaram a se acumular, e logo Paulos abandonou sua antiga vida para seguir a Christos. Ele continuou a administrar seus negócios à distância. Com isso, apesar dele não perder sua fortuna, já não lucrava tanto enquanto esteve nas estradas da Judéia.

    Após a morte de Christos, ele voltou para Cesaréia, mas sua vida havia mudado totalmente. Enquanto alguns saíam para pregar por todo o império e fundar comunidades, Paulos permaneceu na Judéia, com todas as anotações do que tinha aprendido e que continham todos os ensinamentos de Christos.

    Ele manteve uma intensa correspondência com os outros apóstolos, bem como com seus discípulos que propagavam a Verdadeira Fé. Ele se absteve de formar discípulos, mas escreveu uma série de missivas que serviram para padronizar, reestruturar e direcionar a doutrina que estava sendo estabelecida. Homem erudito, ele considerava que seu papel era interiorizar a palavra de Christos, a fim de restaurá-la aos outros, tornando-a acessível.

    Paulos viveu até a velhice e sempre foi respeitado. Ele se mudou de sua rica casa em Cesaréia e a doou para a comunidade aristotélica local, que a tornou um dos primeiros lugares de oração e depois, um dos primeiros bispados. Paulos, por sua vez, mudou-se para uma casa em uma encosta de frente para o mar, na periferia da vila. Lá ele encontrou o sossego que sempre procurou, mesmo permanecendo perto da cidade, e passou longas horas escrevendo suas cartas, admirando as ondas e o fluxo do mar.

    Quando ele morreu, foi enterrado ao lado de sua casa, de frente para o mar. Seu desejo era ver todas as noites o sol se pôr sobre o mar, sobre Roma além das ondas, que ele sentia que um dia seria o lar de todos os aristotélicos.



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Citation:



    Os Apóstolos
    Hagiografia do Apóstolo São Nícolas


    Como eu, Sêneca de Tarso, fiel discípulo de Nícolas de Cesareia, que recebeu do próprio Christos a fonte da vida, estou envelhecendo, gostaria de dar o testemunho do ensinamento daquele que continuou o trabalho de Christos entre os pagãos e sofreu o martírio por ele.

    Capítulo 1: Sua Infância

    Nícolas de Cesareia nasceu alguns anos antes de Christos, na cidade do mesmo nome, filho do reitor grego Phidias e de sua esposa Pomponia Grecina, descendente de uma nobre família romana.

    Chamado a altos cargos, frequentou assiduamente a escola de retórica, onde lhe foi ensinada tanto a arte da oratória como a filosofia dos autores pagãos e, desde muito cedo, se interessou pela filosofia de Aristóteles, que considerava superior à de todos os outros pensadores gregos.

    Capítulo 2: A controvérsia com Descartes

    Foi então que ele se destacou com seu famoso pensamento: "Você tem que existir para pensar e não pensar para existir".

    De fato, embora tenha se tornado um jovem bonito, com um corpo belo e definido, com belos cabelos pretos e olhos de grande beleza, ele se viu obrigado a discutir na escola de retórica com um de seus colegas de classe, Descartes, um homem pequeno, robusto e manhoso, que havia dito que era necessário pensar para existir:

    "Tudo o que Descartes nos diz é bobagem, meus amigos", ele bradou. "Não vejo nada além de neo-platonismo fervido em óleo de fígado de bacalhau! Então, se eu seguisse o pensamento de Descartes, esse pobre homem levemente louco que implora na entrada da nossa escola, tão fraco de espírito que é quase incapaz de pensar, nós não existiríamos! Seríamos todos vítimas de uma alucinação coletiva!"

    Ele, então, respondeu: "Nikolos! Realmente, eu afirmo, ele não é um ser! Não importa o que ele pareça para nós! Isso é uma coisa, um pedaço de lixo! Com que coragem você afirma que essa coisa, tão suja e bestialmente repugnante, é um ser? Como você pode admitir a existência de um ser nesta coisa nascida no corpo de um escravo preso por seus únicos instintos animalescos, cujos grunhidos ele até imita! O pensamento é o que define o ser. Aquele que não pensa, não é, pois apenas o pensamento diferencia o ser do objeto e do animal. Então se esta coisa não pensa, então não é como um ser, embora exista."

    "Você me faz rir com seu discurso", respondeu Nícolas. "Aquele coitado sentado em frente à nossa porta é tudo o que você puder dizer e, a propósito, você pode pensar em tudo o que você pode falar. Um grunhido já é um sinal de pensamento, mesmo primário, mesmo animal. Ele produz pensamentos e não pode evitá-los porque ele existe. Você mesmo, Descartes, poderia um dia entender seu pensamento estúpido se eu não existisse? Ou você fingiria gerar ideias sem substância? Aristóteles disse que "A ideia chega ao espírito enquanto a coisa existir", e ele estava certo: é de algo material que nasce a ideia; é do ser que nasce o pensamento. É preciso primeiramente existir para poder pensar, meu pobre Descartes! O pensamento não se produz por si só. Você tem que ser para pensar e não pensar para ser."

    "Olhem meus amigos! Olhem para esta pedra!" Escarneceu Descartes. "Segurem suas barrigas para que não explodam em meio aos risos! Porque, na verdade, Nikolos vem nos dizer que esta pedra pensa, já que ela existe!"

    "Você não entendeu nada, Descartes! Essa pedra não pensa e, ainda assim, ela é. Isso, porque, ela nasceu de um pensamento e esse pensamento, por sua vez, nasceu de um ser, e esse ser foi um dos deuses. Desde a coisa produzida até o pensamento que a produziu, sempre encontramos um ser criador e, assim por diante, até chegarmos aos criadores supremos que são os Deuses. Isto porque os deuses são os criadores do pensamento. Mas, se seguirmos seu raciocínio, rapidamente chegaremos à estúpida conclusão de que os deuses nada mais são do que conseqüência do pensamento humano e da pura especulação."

    Esta última afirmação conquistou o apoio do público, muito fiel aos Deuses. Então, um movimento repentino da multidão ocorreu e Descartes foi, pela força, expulso do salão. "Mas...", ele acrescentou enquanto era expulso. "Eu acho, portanto eu sou", mas ninguém o escutou.

    Um dia, nas margens do Lago Tiberíades, enquanto o lago estava calmo e meus pensamentos tinham a cor da noite, eu voltei à este episódio de sua vida para perguntar-lhe se seus pensamentos não tinham mudado.

    "Na verdade", disse-me ele. "Pessoas como Descartes cometem o pecado do orgulho porque pensam demais e porque se deixam levar pela especulação acerca da realidade das coisas. Eles negam as evidências que estão diante de si para melhor apoiar suas teorias."

    E ele continuou: "Veja, Sêneca, todas as coisas ao nosso redor foram criadas por Deus, por um pensamento, nascido de um ser: esta é a única realidade possível, porque foi Deus quem pensou. Se você afirma o contrário, acaba dizendo que o pensamento é o criador de tudo, até de Deus; mas por isso deve haver uma força ainda maior que Deus e que não será um ser, mas um pensamento imaterial. Agora, você sabe disso, isso é impossível porque ninguém é maior do que Deus."

    Ao longo da minha vida sempre o vi fiel ao seu pensamento e comprometido, como direi mais uma vez, em defender zelosamente a plenitude do poder divino contra todos os que o quisessem substituir, tendo em vista que, para ele, Deus foi o primeiro pensador, o legislador supremo, diante do qual todos devem se curvar e de quem a igreja é a sua serva fiel.

    Nada predestinou, no entanto, Nícolas à um dia conhecer Christos, mas...

    Capítulo 3: Seu encontro com Christos

    Um dia, quando Nícolas havia se retirado na solidão, às margens do Lago Tiberíades, um homem de aparência modesta se aproximou dele e perguntou:

    Christos: "Por que você está rezando, meu amigo?"

    Nícolas: "Eu rezo porque é nosso costume rezar aos deuses em certos momentos do dia, por isso fui ensinado desde a infância."

    Christos: "Você acha que esta forma de rezar é a correta?", perguntou o homem que não era outro senão o Christos.

    Nícolas: "Eu não sei! Mas é a única forma que eu conheço."

    Christos: "Então, pense nisso; você acha que seus deuses estão felizes em vê-lo realizando gestos e rituais sem saber o por quê? Você acha que orações mecanicamente recitadas podem ser eficazes?"

    Nícolas: "Certamente não", respondeu Nícolas. "Você está certo!"

    Christos: "Aqueles que não fazem nada além de obedecer ordens, de forma mecânica, sem examiná-las de forma crítica para compreender a sua verdadeira essência, não estão seguindo na direção de Deus e de sua Salvação; na maioria das vezes, estão se distanciando."

    Nícolas: "Se eles não entenderem o significado do que faço, não serão capazes de entenderem o porque das orações serem úteis e não receberão qualquer alívio, pois estarão alheios ao conceito de amor."

    Christos: "Venha! Siga-me e você aprenderá o que é o amor e que não existem muitos Deuses, mas um único Deus, da mesma forma que só pode existir um amor. Assim, só há um Deus para recebê-lo."

    Então Nícolas, deixando para trás todos os seus bens, seguiu Christos, recebeu seus ensinamentos, e tornou-se um dos doze discípulos que foram chamados de apóstolos.

    Capítulo 4: Onde Christos ensina a Nícolas que os sacerdotes não devem jurar fidelidade aos outros homens

    Um dia, quando Christos e seus discípulos chegaram em Séfora, Nícolas iniciou sua fala com "Mestre, ensina-nos..." antes de ser interrompido.

    Christos, então, respondeu:

      "Não me chame de Mestre! Nós só temos um Mestre que é Deus e, através dele, a nossa Igreja que é a fiel intérprete dos seus pensamentos, e cujas decisões devem ser respeitadas por todos os seus clérigos. Mas que tipo de homens seríamos nós se reconhecêssemos outros mestres que não Deus e sua Igreja?

      Deus nos deu a liberdade, não há razão para que a cedamos aos outros.

      Imagine o que aconteceria se, Deus nos proteja, um padre fizesse um juramento de lealdade à outro homem. Imediatamente, ele se tornaria servo desse homem, seu servo, o servo de interesses especiais, e não mais o servo de Deus.

      Os homens de Deus, meus irmãos, obedecem somente à ele e só a ele prestam contas. Dessa forma, àquele que exige deles um juramento, busca apenas submeter a Igreja ao seu controle e fazer dos homens de Deus seus servos.

      Agora, me diga que homens ainda teriam fé nos homens de Deus que, por sua vez, são servis à outros homens e não ao próprio Deus? Semearíamos, com essas práticas, a semente da dúvida e da incredulidade.

      Portanto, eu vos digo, meus irmãos e irmãs de toda parte, que a qualquer momento, recusem juramentos que possam fazem com que vos exijam favores, pois eles são instrumento de dominação da Igreja, pelos leigos, e de poluição das idéias divinas pelas idéias terrenas.

      Da mesma forma, como o grande Aristóteles nos recomenda, é necessário que nos envolvamos socialmente nos assuntos da Cidade. Entretanto, tenha o cuidado de não se envolver em política, pois a política não são nada mais do que questiúnculas humanas onde, muitas vezes, reina a corrupção e os interesses particulares. Desta forma, você corre o risco de profanar o santo nome da Igreja."

    Quando Nícolas me contou sobre esta lição de Christos, perguntei-lhe sobre o profundo significado dessas palavras.

    "Christos", disse-me ele, "estava bem ciente da superioridade de Deus sobre os homens e queria evitar que a pureza da lei divina fosse corrompida pelo pecado; essa foi sem dúvida a razão pela qual ele instituiu a Igreja. Deus é soberano em todas as coisas.

    Dessa soberania deriva a lei, e para a maioria dos homens em todos os países, a moralidade.

    A Igreja foi destinada por Christos a representar essa soberania divina. Portanto, a Igreja age e legisla em seu nome.

    A Igreja é a instituição que Deus delegou para estabelecer o direito e a moral entre os homens, segundo Suas palavras contidas no Livro das Virtudes. Daí a necessidade de liberdade absoluta para a Igreja e para os homens que a compõem.

    Como você quer que um homem da Igreja, se ele se tornar o homem de outro homem, seja capaz de preservar essa liberdade? E como não ver que os interesses privados do homem a quem ele fez um juramento podem poluir a pureza divina?"


    "Mas, Irmão Nícolas", replicou. "Não entendo porque Christos proíbe os homens da Igreja de se envolverem em política quando Aristóteles pensava o contrário."

    "Sêneca, a Igreja não existia na época em que Aristóteles viveu. Portanto, há muitas diferenças entre a época de Aristóteles e a época de Christos. Mas o que Christos quis dizer é que um homem da Igreja, mesmo que desempenhe uma função pública, deve comportar-se como um homem da Igreja e fazer prevalecer a moralidade divina sobre os interesses privados, a fim de preservar a pureza divina e não manchar o nome de Deus."

    Assim, Nícolas, inspirado em Christos, afirmou-se como o defensor da onipotência divina perante os leigos.

    Capítulo 5: Onde Nikolos encontra o Sêneca de Tarso

    Mas como estou distraído, caro leitor! Eu escrevo e falo sobre o que Nícolas me ensinou, mas ainda não disse em que circunstâncias nos encontramos.

    Tarso é uma magnífica cidade à beira mar, na costa da Ásia Menor, onde reinava a filosofia. Entretanto, ali aprendemos acima de tudo, até para nós, órfãos pobres e esfarrapados na cidade, a descrença a ponto de um dos líderes da cidade poder afirmar, sem o risco de ser contraditado:

      "Quanto à multidão de deuses que uma longa superstição acumulou, mesmo que os adoremos, não devemos esquecer que esse culto não tem outro fundamento senão a tradição e o costume. Eu não sou estúpido o suficiente para acreditar em tais tolices."


    Devo dizer que a vida tranquila da cidade atraía a preguiça, bem como a prática de todas as perversões possíveis e imagináveis ​, de forma que o bem-estar material nos parecia um deus adequado para satisfazer todos os nossos desejos.

    Foi nesta cidade que o apóstolo Nícolas chegou em certa manhã, quando eu o conheci; ou melhor, esbarrei nele em uma rua, cambaleando para fora de uma taverna, onde eu havia passado a noite bebendo e fornicando.

    "Mais um dessa escória que mereceria que eu os batizasse com água benta!", resmungou o apóstolo.

    Por minha vez, eu o respondi e, hoje, confesso com muita vergonha: "Vá embora, seu imbecil!

    Então o apóstolo me agarrou pelo pescoço e jurou que, antes do anoitecer, traria a minha redenção e me guiaria nos caminhos do Senhor. Eu tentei pedir por ajuda, gritando em voz alta: "Cecília! Carla! Ajudem-me!" Mas, apesar das minhas tentativas, não veio ninguém.

    Nícolas me arrastou para uma das salas do templo de Apolo e, com a ajuda de um médico local, começou a me fazer vomitar até a última gota de álcool no meu corpo.

    "Agora que você está mais sóbrio", disse-me algumas horas depois, após um sono relaxante. "Saiba que Deus me enviou para salvar sua alma. Então, você tem uma escolha: ou você ouve o que eu tenho a dizer-lhe sobre dele, ou eu coloco você nas mãos dos guardas mamelianos (a guarda de Mam, a Grande Sacerdotisa do Templo de Apolo, em Tarso)."

    Eu estava determinado a fugir da guarda da velha bruxa. Então, resolvi escutar, sem muita atenção, o que o apóstolo tanto queria me dizer. Mas é certo que o que ele tivesse para dizer teria muito pouca influência sobre um jovem de 17 anos, como eu era na época. Nada que ele pudesse dizer me convenceu da existência de Deus a tal ponto que, no final, ele se irritou e me disse:

      "E as minhas nádegas, você viu as minhas nádegas... Pois é, mesmo assim elas existem! Vá, saia daqui, você não passa de um patife irrecuperável; ainda me pergunto porque Deus se importa com você! Há dias em que eu realmente não o entendo!"

    Infelizmente, mesmo que o apóstolo não entendesse, Deus sabia muito bem o que estava fazendo e não me esqueceu. Na verdade, menos de uma semana após o incidente com Nícolas, fui parado por uma patrulha da Guarda Mameliana, depois de ter participado do incêndio de um armazém de vagões alugados, pois eu e meus companheiros achamos engraçado.

    Sendo um órfão, havia poucas chances de alguém vir e me tirar de lá e eu estava começando a sentir desespero, quando me foi dito que um homem tinha se colocado como garantia, por mim. Aquele homem era Nícolas, agindo sob as ordens de Deus:

      "Agora, filho, você tem uma escolha: ou segues completamente o caminho do Senhor e se torna meu discípulo, ou terá que enfrentar a bela forca que o Tribunal está preparando para você. Como você sabe, esta é a última chance que Deus está lhe oferecendo. Se você pensa em mentir para mim e depois voltar aos seus velhos erros, você está errado: Deus é um vigilante implacável."

    Então eu segui Nícolas até um casebre que ele havia alugado na cidade. Eu comecei a assisti-lo e segui-lo nessas viagens e comecei a me conscientizar, com a vida mais regrada que ele me fez levar e com os ensinamentos que ele dava às multidões, sobre a retidão da vida que ele me oferecia. Pouco a pouco, meu coração foi se abrindo ao amor de Deus e Nícolas se tornou um segundo pai para mim; uma manhã, cheio de fé em Deus, eu lhe pedi o batismo.

    Foi assim que comecei a trabalhar no serviço de Deus, o benéfico e misericordioso. Aquele que, em virtude da Sua Graça, salvou a minha vida e me deu uma segunda chance. Isto é o que sinto, caro leitor, deste breve testemunho que lhe conto como prova da infinita bondade de Deus, para com todas as suas criaturas.

    Capítulo 6: A vida e obra de Nícolas após a morte de Christos

    Após a morte de Christos, Nícolas, como muitos outros discípulos, viajou pelo mundo para espalhar a mensagem do profeta, indo e vindo por todo o Império Romano e, as vezes, até além. A um povo que orou aos ídolos, ele disse:

      "Você não vê que todos esses deuses que você nomeia são apenas representações de um e do mesmo todo, e que eles são apenas os atributos de uma e da mesma pessoa? Deus? Você não vê que todas essas coisas não são manifestações do poder dos deuses, mas do único Deus, o motor de tudo, o criador do universo e da terra, dos homens e das plantas, do espírito e da matéria?

      Todos os nomes que contêm uma referência ao poder se voltam pra Ele: tantos benefícios que Ele proporciona, tantos nomes que Ele pode receber. Você quer chamá-lo de Natureza? Não se enganem, pois é d'Ele que tudo nasce, o Seu sopro nos dá vida. Você vai chamá-lo de Mundo? Você tem o direito de fazer isso. Porque Ele é o imenso tudo o que você vê; e tudo é parte Dele, Ele se sustenta com suas próprias forças. Ainda se pode chamá-lo de Destino, pois o Destino é apenas a série de causas que estão ligadas, e Ele é a primeira de todas as causas, aquela da qual todas as outras dependem."

    Assim, Ele as converteu na Fé Verdadeira.

    Foi assim que Nikolos agia, defendendo em toda parte a onipotência da presença divina na menor de suas criações, como ensina o Livro das Virtudes, e convertendo muitos povos pela veracidade de suas palavras.

    A outro povo que queria se revoltar contra os governantes da Cidade, que alegavam ser tiranos, ele disse:

      "Em nossas cidades, todo governo é estabelecido segundo a vontade do povo, que só pode ser a vontade de Deus porque, na verdade, não pode haver poder sem o consentimento de Deus, senão isso significaria que Deus não é perfeito. Portanto, não é digno de um aristotélico rebelar-se contra um governo legitimamente constituído que respeita os servos de Aristóteles e Christos, pois isso significaria rebelar-se contra o próprio Deus."

    Foi nesta ocasião que ele disse uma frase que, mais tarde, se tornaria famosa: "Deus se expressa através do sufrágio; aquele que contesta os resultados do voto livremente expresso, contesta a Deus."

    Em Atenas, ele conheceu o diácono Epífano, que ardia por uma ira mortal contra os pagãos, contra os quais ele havia ordenado uma grande caçada:

      "Epífanos, quem é você para substituir a justiça humana pela justiça divina e acusar falsamente os homens de crimes que não cometeram, com o simples pretexto de que não acreditam em Christos?

      Que homem, sozinho, pode decidir e dizer: 'Isto é bom, isto é mau?' Quão desproporcional e caótico seria se todos achassem que poderiam fazer o mesmo: que cada homem, segundo os seus próprios interesses, vivesse segundo a sua lei, manchando o Santo Nome de Deus fosse manchado por crimes abomináveis.

      Seu dever é, antes de tudo, convertê-los pelo exemplo e pela palavra, pois eles são, antes de tudo, criaturas de Deus que se desviaram ou a quem ninguém ajudou a encontrar o caminho para a Verdade.

      Mas você não pode substituir a justiça divina; comete-se o pecado de orgulho àquele que tenta substituir essa justiça, porque ninguém conhece a imensidão do amor de Deus pelas Suas criaturas, nem a imensidão do Seu perdão.

      Quando foi necessário julgar os homens de Oanylone e destruir a cidade, Deus não invocou nenhuma justiça humana, mas exerceu a sua própria justiça, que não depende de nenhuma lei humana e não pode ser reduzida à códigos ou leis, sob pena de negar, limitar ou restringir a infinita liberdade e bondade de Deus.

      Além disso, nesses casos seu dever não é fazer justiça terrena, mas referir-se àqueles que dirigem a igreja, que são delegados da justiça de Deus e saberão que decisão tomar."

    A sabedoria das palavras de Nícolas foi tal que logo se tornou costume, em toda a Comunidade Aristotélica, abordar os líderes da Igreja para descobrir como agir contra este ou aquele herege.

    Capítulo 7: Sua morte

    Um dia, quando Nícolas estava a caminho de Marcomanos, foi detido na estrada por um grupo de bandidos que, vendo que era aristotélico e pensando que, em virtude disso, trazia consigo grandes riquezas, o agarraram e o amarraram à uma árvore. Percebendo que ele não possuía nada, para se divertirem e encontrarem uma alternativa para a sua frustração, o usaram como um alvo humano, zombaram da sua religião, o acusaram de adorar um burro e dispararam contra ele inúmeras flechas. Cada golpe que o seu corpo ensanguentado sofria, provocava risos em seus algozes.

    Foi assim que Nícolas morreu no ano 50, em uma floresta de caça à beira da atual Morávia.

    Seu corpo foi encontrado por mim, alguns dias depois. A putrefação que já estava se espalhando, nos obrigou a ferver seu corpo em água para recuperar os ossos, que armazenei em uma preciosa arca de madeira que, ainda hoje, me segue. Eu a depositei em um pequeno oratório, no meio da floresta de Semur, na Borgonha, região que evangelizei seguindo os ensinamentos de Nícolas.

    Ele geralmente é associado a uma pomba com um ramo de oliveira na boca.

    As suas frases mais célebres:

    • à um descrente que o irritou: "E as minhas nádegas, você viu as minhas nádegas... Pois é, mesmo assim elas existem!"

    • aos rebeldes de uma cidade: "Deus se expressa através do sufrágio; aquele que contesta os resultados do voto livremente expresso, contesta a Deus."

    • para Descartes: "Você tem que existir para pensar e não pensar para existir"

    • ao Diácono: "Os líderes da Igreja, como únicos delegados da Justiça divina, saberão que decisão tomar"



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MessagePosté le: Lun Mai 25, 2020 4:57 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:



    O Mito em torno da Santa e Nobre Ordem da Rosa Sagrada: As Origens


    Prólogo

    A histórica começa após a morte e ascensão de Christos e, por conseguinte, a retirada dos apóstolos de Jerusalém a um lugar secreto para discutir o futuro da Igreja, do que eles viram e também quais ações deveriam tomar. Grande parte deles se separaram, alguns em grupos de dois e maioria sozinho, todos determinados em repassar a palavra de Aristóteles, sob sua nossa interpretação e também a palavra de Christos.

    Está é a história de uma parte dessas viagens, de Calandra e sua companheira Bertilde.

    Capítulo Primeiro: Um encontro casual

    Os sermões de Calandra em favor da Igreja Aristotélica a levaram de volta a Jerusalém. Suas feridas psicológicas ainda vivas e suas lembranças da morte de Christos ainda frescas, Calandra quase obedeceu à sua lógica, que o ordenou a voltar e deixar a cidade para si mesma. Mas ela percebeu que sua lógica só podia estar errada e, portanto, atravessou os portões da cidade, esperando não ser reconhecida e perseguida.

    Pelo caminho, ainda há alguns quilômetros dos portões da cidade, ela conheceu uma velha senhora que estava varrendo debaixo de uma árvore. Foi com compaixão que Calandra aproximou-se da mulher infeliz e percebeu, pelos hematomas e escoriações na pele, que a mulher havia sido vítima de violência. Sua paixão envolveu a pobre mulher e, sem sequer pedir, Calandra ajoelhou-se e a segurou em seus braços. A pobre vítima se deixou abraçar, sem resistência.

    Quando a dor de Calandra pela pobre mulher diminuiu, ela se sentiu forte o suficiente para libertá-la, foi então o que fez. Calandra olhou para ela da cabeça aos pés. Ela era uma mulher de constituição forte e não havia dúvida de que ela tentara resistir aos agressores. Calandra então olhou para o rosto dela. Além de sujeira e manchas pretas nos dentes, ela viu apenas desconfiança e paixão.

    - Diga-me, minha filha, qual é o seu nome?, perguntou Calandra.

    A resposta veio rapidamente: "Eu me chamo Publia Iulia Velina e eu lhe agradeço, Madre, por me pegar em seus braços."

    "Diga-me, minha filha, quem fez isso com você? Por que você está aqui na terra, vestida apenas com alguns trapos? Como eu posso lhe ajudar? Calandra sentou-se ao lado da mulher e a pegou nos braços para confortá-la.

    Publia, então, se virou para Calandra e a olhou nos olhos: "Disseram-me que eu não era bem vinda por causa de algo que aconteceu na cidade… que ninguém me queria ali, então eles me bateram, e me empurraram contra minha vontade para as ruas. O que eu estou vestindo, eu tive que procurar nas latas de lixo de Jerusalém. As pessoas não têm sido muito generosas desde os eventos recentes. Madre, eu tenho tudo que você poderia me doar, você não pode mais me ajudar."

    Calandra abraçou a jovem mulher ainda mais forte e disse: "Eu vou levá-la como minha filha, voltaremos juntas à Jerusalém e encontraremos acomodação lá."

    Na mesma noite, as duas mulheres entraram na cidade e encontraram na periferia, um lugar para dormir.

    Capítulo Dois: A Estadia em Jerusalém

    Foi assim que elas passaram dois dias em Jerusalém. Assim que as feridas de Publia cicatrizaram, ela pegou algumas roupas modestas e se muniu com um pedaço de madeira trabalhada para usar como uma bengala, que ela utilizava para efetuar suas tarefas do cotidiano e suas poucas compras. Calandra temia muitas vezes que a bengala se quebrasse, mas Publia caminhava sem esforço, então ela se absteve de fazer qualquer comentário inadequado.

    Diariamente, elas passeavam pela cidade, sempre descobrindo novas áreas. Calandra aproveitava essas caminhadas para explicar a fé aristotélica à todos, especialmente a Publia, que acabou aderindo a fé em Aristóteles e Christos, apesar de sempre permanecer reticente. À medida que Publia se aproximava do caminho da virtude, sua amizade com Calandra se tornava ainda maior.

    Um dia, no final da tarde, as duas mulheres receberam comida, pão e milho... nada mais, mas isso as deixou imensamente felizes. Enquanto caminhavam pelos becos que lhes permitiam percorrer a cidade mais rapidamente, Calandra perguntou: "Publia, você acredita em nossa Santa Igreja, então por que você não me deixa batizá-la, como eu batizei tantos outros antes de você?"

    - "Eu não poderia mais ir com você se não fosse batizada?", respondeu Publia.

    - "Não, claro que não, você também é minha amiga, eu não seria a mesma sem você." respondeu Calandra.

    - "Pois eu posso viver de acordo com os preceitos de Aristóteles e viajar consigo mesmo se eu recusar o batismo?" Retrucou Publia.

    Calandra, abençoada com sabedoria e paixão, respondeu : "Mas por que recusar? O batismo é o próximo passo na certeza da fé em Aristóteles e Christos; é este passo que lhe permitirá alcançar o paraíso solar, após a sua morte. Eu te conheço muito bem, sei que recusar o batismo é mentir para si mesma."

    - "O caminho da virtude, da fé no Altíssimo e, em seus profetas Aristóteles e Christos, é um caminho pessoal para o momento em que entramos na grande família aristotélica e descobrimos a amizade. Ainda não estou pronta para esta etapa. Garanto-lhe que não estou mentindo para mim mesma, apenas me certificando de que estou fazendo a escolha certa." Publia respondeu com emoção e conhecimento.

    Elas então voltaram para a pousada onde prepararam a refeição. Elas comeram apenas o que precisavam e embalaram o restante para o dia seguinte. Elas esperaram o pôr do sol, tentando adivinhar os pensamentos uma da outra e, quando a escuridão envolveu a cidade, elas adormeceram.

    Capítulo Três: Tempestades e Relâmpagos

    Chegou um dia que parecia ter começado como todos os outros... os pássaros estavam cantando, o vento oeste, lento e preguiçoso, e o sol entrou na sala, despertando mais uma vez as duas mulheres. Eles se prepararam como sempre, se vestiram, comeram farinha de milho misturada com água, Calandra se preparou para pregar e Publia levou seu bastão pastoral. Tudo parecia normal, mas logo não seria mais assim.

    Mais uma vez andaram pelas ruas de Jerusalém; desta vez, atravessando uma pequena praça e foram convidadas por alguns comerciantes locais para pregar, enquanto as pessoas ao seu redor faziam suas compras diárias de comida. Enquanto caminhavam pelo parque, muitas coisas escaparam do olhar de Calandra, mas não do de Publia. Não havia muita gente lá, e as poucas pessoas que estavam lá pareciam nervosas, prontas para estalar. Mas deve ser dito em defesa de Calandra que ela pertencia ao mundo espiritual, então ela não percebeu e começou a pregar

    Publia ficou furiosa, mas não aparentou para evitar o desconforto de sua amiga e companheira. Ela segurou seu bastão nas mãos para estar pronta para qualquer eventualidade. Calandra começou a discutir as idéias de que o Ser Santo é o todo-poderoso, enquanto a Publia se fundia na multidão.

    Foi então que um grupo de soldados romanos entrou no mercado e se aproximou de Calandra: muitos estavam segurando as mãos nos quadris ou braços cruzados no peito; o centurião deu um passo à frente e se aproximou dela, com as mãos na espada. O tempo tinha ficado nublado, o vento mais forte, mas o sol brilhava o suficiente para iluminar a armadura do romano e seus olhos. Calandra rapidamente olhou em volta, mas não conseguia ver Publia em lugar algum; muitos dos cidadãos haviam desaparecido, para evitar um confronto.

    O líder romano falou, de forma maliciosa e desdenhosa: "Você já foi expulsa deste lugar uma vez. Você não é bem-vinda. Você é uma rebelde contra o Império, que está aqui tentando subvertê-lo e confundir o povo. Você foi liberada para sair por sua livre vontade, mas agora é tarde demais. Você será punida por seus crimes."

    Calandra permaneceu em silêncio. Após os acontecimentos posteriores à morte de Christos, ela estava certa de que o espírito e a vontade do povo haviam mudado. Parecia não ser este o caso, embora ela nunca tivesse percebido a sua presença como sendo indesejada. Talvez ela conhecesse as pessoas menos do que esperava. Incapaz de encontrar uma saída para a situação e aparentemente abandonada a si mesma, ela se preparou para o pior e estendeu suas mãos ao Centurião para ser amarrada.

    Foi então que veio o primeiro relâmpago, sinalizando a chegada da chuva e, ao mesmo tempo, veio o golpe do bastão da Publia no braço do chefe romano que havia agarrado Calandra. Outro golpe rápido no lado do capacete colocou o homem de joelhos e o deixou inconsciente. Alguns soldados correram para capturá-la, enquanto muitos estendiam a mão em direção à arma.

    Publia falou com uma intensidade desconhecida para Calandra: "Pare agora e desista! Você levará seu líder e de volta ao seu quartel e anunciará que não conseguiu nos encontrar. Você permitirá que voltemos ao nosso quarto, peguemos nossas coisas e deixemos esta cidade, sem qualquer obstáculo!"

    Calandra viu sua companheira falando com o tom de voz de alguém habituado à posição de liderança. Ela chegou à conclusão de que sabia muito menos sobre ela do que pensava e que teria que descobrir mais se elas sobrevivessem a esse encontro. Ela olhou para o rosto da Publia e reconheceu a determinação e desconfiança vistas desde o primeiro dia. E naquele momento, as coisas começaram a ficar mais claras.

    Os romanos pareciam ter um olhar familiar no rosto, como se tivessem reconhecido a mulher. Eles levantaram o homem sobre os ombros, tiraram as mãos das bainhas e lentamente se afastaram das duas mulheres. Perto da saída do parque, eles viraram e saíram.

    "Madre, você precisa confiar em mim, nós temos que ir embora. Responderei todas as suas perguntas mais tarde, agora mesmo temos que ir embora urgentemente", falava Publia, com um tom de voz mais suave.

    Confiante e ainda agitada, Calandra seguiu sua amiga até a pousada; uma vez que chegaram, juntaram seus pertences e deixaram a cidade logo em seguida. Elas saíram sem olhar para trás, sem parar e sem hesitar. Muitas noites e muitos dias se passaram antes que a Publia permitisse que elas parassem, descansassem e conversassem novamente.

    Capítulo Quatro: Verdade, Batismo e Fundação

    As duas se sentaram em volta de uma fogueira, com as pernas cruzadas, confortavelmente, à sombra de um bosque ao longo da estrada. Comeram o restante do pão e do milho que conseguiram levar de Jerusalém. Juntos, elas se sentaram, mas depois de eventos recentes, ambas se sentiam sozinhas.

    "Devemos parar o quanto antes em uma cidade para estocar comida", disse Calandra, evitando a pergunta que flutuava na superfície de sua alma.

    "Pergunte. O que você precisa perguntar?", Respondeu Publia conscientemente.

    Calandra deixa os pensamentos de sua mente saírem da boca: "Por que você tem me enganado todo esse tempo? Quem é você? Quais são as suas intenções comigo?"

    "Madre, saiba que nunca menti para você, tudo o que fiz, fiz por um motivo, incluindo o silêncio sobre certos pontos do meu passado. Lamento muito que você se sinta magoada por tudo isso, mas eu fiz o que achei necessário fazer. Eu sou Publia Iulia Velina, antiga Centurião do grupo que enfrentamos em Jerusalém: o homem que os conduziu é aquele que manchou minha honra, minha dignidade e minha virtude. Minhas intenções permanecem as mesmas: seguir-te, Madre e, também, proteger-te como e enquanto eu for capaz."

    Calandra foi forçada a fazer uma pausa por um momento, a comida se transformando em cinzas em sua boca, mas agora ela sabia qual era o seu propósito naquela cidade. Não erai apenas um teste de sua coragem e comprometimento, mas ela havia sido enviada para acolher e salvar essa jovem mulher. A vontade de Jah tinha tomado forma através de maneiras misteriosas.

    "Sinto muito ter te entristecido com minhas ações e pensamentos, Publia. Não há necessidade de ficar triste. Sou eu quem deve pedir desculpas. Como posso ajudá-la?"

    "Madre... me batize."

    E foi assim que Publia, a Romana, foi batizada por Calandra e recebeu o nome aristotélico de Bertilde, que significa "a brilhante guerreira". Ela foi recebida na crescente Amizade da Igreja e comprometeu-se com o trabalho de Calandra. As duas conduziram a cerimônia sozinhas em meio ao deserto, tendo apenas Deus como testemunha.

    "Como sou incapaz de carregar uma arma, você estará do meu lado, encarregada de me proteger dos males do coração do homem", declarou Calandra. "Então eu nos guiarei em nossa jornada e, então, poderemos alcançar nossos objetivos no mundo e no espírito."

    E, naquele momento, o vínculo entre os oradores e guerreiros da igreja foi formado e estabelecido.

    Capítulo Cinco - Os Anos de Serviço

    As duas mulheres serviram a igreja por muitos anos, sempre juntas. Calandra espalhou a palavra da verdade divina entre os povos de várias nações enquanto Bertilde estava ao seu lado, sempre em alerta, sempre defendendo apaixonadamente o clero. Com o tempo, a história das duas mulheres cruzou fronteiras e se espalhou por toda parte, mesmo entre ateus e pagãos. Algumas pessoas seguiram seu exemplo e foram acompanhadas por ex-soldados romanos.

    Bertilde foi reconhecida como a precursora da ideia do soldado a serviço do Altíssimo, papel que ela nunca questionou. Em carta dirigida aos seus antigos companheiros e guardiões, ele recomendava que eles se tornassem verdadeiros guardiões da fé. Ela explicou-lhes quais eram as grandes virtudes dos guerreiros, como era necessário servir e que o verdadeiro caminho podia ser encontrado seguindo um membro do clero. Ninguém a contradizia em seus ensinamentos, pois eles sempre foram verdadeiros e puros.

    As duas amigas nunca estiveram longe uma da outra, Calandra respeitava as regras estabelecidas por Christos e Bertilde, embora não fosse obrigada, também respeitava em homenagem ao seu cargo. Os anos se passaram e, com eles, também a sua juventude, mas a solidão nunca tomou conta de seus corações, e embora muitos homens a pedissem em casamento, Bertilde nunca cedeu. A amizade podia ser alcançada de outras formas além do casamento, e o amor podia ser expresso de forma diferente da carne.

    Finalmente, o Apóstolo Titus foi nomeado como chefe da igreja e mudou-se para Roma. Ele recebeu o título de Papa, e a igreja prosperou. Nunca teve um guerreiro como companheiro, mas a ideia lhe interessou muito: por isso, enviou uma carta à todos aqueles que o tinham feito pedindo para que viessem ao seu encontro em Roma, para que pudessem estabelecer uma doutrina oficial para a criação de uma ordem eclesiástica.

    Calandra e Bertilde receberam a mensagem e, então, se prepararam para partir. Elas receberam generosas doações de alimentos do povo e prometeram regressar. Um fidalgo local emprestou-lhes cavalos, porque reconheceu o mérito do empreendimento delas. Foi assim que as duas mulheres partiram para a última viagem em que realizariam juntas.

    Capítulo Seis: A Última Viagem

    Antes de terminar os preparativos, ou melhor, antes mesmo de discutir a ida a Roma, Calandra sabia que Bertilde não estava bem. Apesar da notícia, pondo de lado sua ansiedade, Bertilde insistiu na realização da viagem, na vontade do Papa e do Altíssimo. Calandra manteve seu ressentimento e continuou a ajudar sua amiga e seus companheiros de todas as maneiras que pôde.

    Durante a viagem, seu estado físico piorou, ela teve febre e tosse, seu rosto ficou pálido e seu corpo ficou frio ao toque. No entanto, ela se recusou a parar e buscar ajuda: sua fé era tão forte que ela acreditava que se tivesse chegado a hora de morrer, ela seria chamada ao lado de Deus. Estupefata, apesar dos milagres que tinha visto, Calandra observou tal firmeza e determinação.

    Elas chegaram à costa, onde compraram uma passagem em um navio que partiria para uma cidade da península, perto de Roma. A brisa parecia melhorar a condição física e o humor de Bertilde. Mais uma vez viva e cheia de espírito, enquanto ela conversava com Calandra e a tripulação do navio, a inquietação rapidamente se apagou da sua mente. Sua pele recuperou a sua cor normal e passou vários dias no convés, exposta ao vento, ao sol e às ondas do mar.

    Muitas noites e dias passaram e, então, uma linha de costa se tornou visível, pontilhada com habitações do Império Romano. O sorriso floresceu, enquanto a tripulação se preparava para seu retorno à terra, todos os que ainda não o eram, tornaram-se fiéis aristotélicos graças a Calandra e seus ensinamentos, e mal podiam esperar para espalhar a palavra por si mesmos. O barco entrou no porto, e as duas companheiras se separaram de seus novos amigos, para iniciarem sua jornada para Roma.

    À medida que a viagem prosseguia, o estado físico de Bertilde agravou-se novamente; e isso aumentou tanto a ansiedade de Calandra quanto o tempo necessário para chegar ao seu destino. Chegou a um ponto em que as duas mulheres não podiam mais viajar. Elas pararam a uma certa distância de Roma, em uma pequena vila perto da cidade. Elas procuraram abrigo em uma pousada e Calandra cuidou de Bertilde por muitos dias.

    "Calandra... temo que o meu serviço ao seu lado tenha chegado ao fim", sussurrou Bertilde em uma noite.

    "Não fale assim, minha amiga, é uma situação temporária, você vai se recuperar e nós continuaremos a viajar juntos para Roma.", continuou Bertilde.

    "Não, mãe, não deve ser. Vou descansar esta noite e no dia seguinte não poderei saudar o novo dia", prosseguiu Bertilde.

    Calandra começou a chorar, incrédula, mas consciente de que não podia saber o que o novo dia traria. "Não, você vai estar lá, e você vai melhorar, e nós vamos continuar. Descanse, assim você recuperará suas forças. E eu estarei ao seu lado."

    Ela baixou os olhos, triste, para sua companheira, que já havia adormecido. Ela checou para ter certeza, mas estava dormindo, ela não estava morta, eis que podia sentir o hálito de sua amiga na bochecha. Aliviada, ela descansou a cabeça no peito de Bertilde e adormeceu também.

    Na manhã seguinte, Calandra ficou desolada, já que Bertilde havia, de fato, deixado este mundo. Seu corpo estava sereno e gracioso, em seu sono eterno e, ainda assim, as lágrimas não deixavam de verter dos olhos de Calandra. Triste, mas determinada, ela pediu ajuda para enterrar Bertilde, como havia merecido ao longo de sua vida.

    O local escolhido foi em uma pequena encosta coberta com grama doce, fresca e verde. Foi colocada dentro de um túmulo, escavado rápida e silenciosamente pelos aldeões, na presença de Calandra, que concedeu os direitos funerários à sua falecida amiga. A terra foi derramada sobre ela, para proteger seu corpo.

    Nessa noite, Calandra descansou intermitentemente, demorando várias horas a adormecer. No dia seguinte, ela acordou com os gritos dos aldeões, incapaz de compreendê-los. Então, vestiu-se rapidamente e correu para fora. Na colina onde Bertilde fora enterrada no dia anterior, uma magnífica roseira tinha florescido, virada para a sua sepultura. Completamente desenvolvida e magnífica, era impossível não se tratar de um milagre, pensou Calandra.

    "Olhem para este lugar, a pureza do seu coração, da sua alma e de todo o seu corpo tornaram a terra fértil. Guardem e protejam este lugar, mas nunca o escondam, tenham orgulho por que sua cidade foi escolhida para tal milagre", disse ela ao povo.

    Ela retornou imediatamente ao local onde estava, recolheu todos os seus pertences e recomeçou a sua viagem a Roma. Como o dia anterior começara com luto, ela iniciou o dia em comemoração, tendo em vista que o círculo da vida agora parecia mais evidente para ela do que antes. E agora ela estava motivada pela ideia do Papa de criação de uma Ordem, que precisava ser concluída.

    Capítulo Sete: Uma Assembléia em Roma

    Calandra chegou à Roma num só dia, impulsionada por seu objetivo e sua santa missão. A assembleia tinha começado alguns dias antes, mas havia um rumor circulava nos corredores entre as várias pessoas: Bertilde estaria representada nesta reunião.

    Causando uma grande comoção, Calandra entrou no salão onde as pessoas se reuniram para o evento, abrindo ela mesma a pesada porta dupla. Muitos religiosos e seus companheiros se levantaram para entender a causa da desordem e silenciosamente reconheceram a Apóstola. Ela levantou o pacote que Bertilde tinha guardado ao longo dos anos, cheio de cartas, fantasias, diários dos seus pensamentos e experiências. Calandra a jogou sobre a mesa, causando um barulho alto, causado pelo seu peso e chocando os transeuntes.

    "Isto é o que vocês realmente estavam procurando! Contemplem os escritos de Bertilde, a verdadeira fundadora da Ordem que vocês estão prestes a criar hoje! Saibam que é notório que seu corpo repousa na terra, onde no próprio dia de seu funeral nasceu uma roseira! Agora ela está com o Senhor, olhando por todos vocês lá de cima, enquanto vocês decidem o destino do seu trabalho e da sua Fé! Não a desacreditem.", declarou Calandra.

    Ela virou-se e retirou-se da sala, confiando o trabalho à pessoas mais competentes do que ela. Ela alcançou, como prometido, aqueles que ela havia deixado e continuou a ensinar. Um dia, ela recebeu uma carta, contendo as conclusões da assembléia convocada pelo Papa. Calandra sorriu, como faria todos os dias no futuro, até o momento de sua morte.

    Epílogo

    A Ordem declara estes documentos verdadeiros e, com boa intenção, sagrados; devem ser respeitadas e consideradas a revelação dos seus fundamentos. A Ordem também reconhece que Bertilde, a guerreira, é seu primeiro verdadeiro membro, sua Matrona e Cavaleiro da Ordem, apesar de nunca ter recebido tais títulos em sua vida. Os seus ensinamentos, através da recordação e da palavra escrita, foram preservados e considerados como os guias originais para a vida dos membros da Ordem.



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