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[LIVRO DAS HAGIOGRAFIAS] Os Escolarcas

 
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Adonnis
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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:16 am    Sujet du message: [LIVRO DAS HAGIOGRAFIAS] Os Escolarcas Répondre en citant

Citation:



    São Teofrasto (Theophrastus), o primeiro Escolarca do Liceu




    O Menino Prodígio



    ------No ano de 371 a.C. Tyrtamos, filho de Yiorgos e Elenitsa, nasceu na cidade de Eressos, na ilha de Lesbos. A criança rapidamente mostrou grande desenvolvimento, mesmo antes das outras crianças e, aos oito meses de idade, disse sua primeira palavras, diante dos seus pais, estupefatos. Eles ficaram ainda mais surpresos, porque sua primeira palavra foi "Deus". Desde tenra idade, Tyrtamos foi ensinado por Petros. Petros era talentoso e ensinou-lhe escrita, matemática e noções básicas de ciência. Petros nunca tinha visto um aluno tão inteligente e ficou surpreendido com a facilidade com o qual o garoto assimilava o conhecimento.

    ------Petros, que conhecia Atenas, propôs aos pais do jovem prodígio levá-lo a Atenas, a fim de que ele pudesse ter o melhor ensino. Yiorgos e Elenitsa tiveram que decidir e concluíram que, para Tyrtamos desenvolver todo o seu potencial, seria necessário deixá-lo ir. Por isso, decidiram deixá-lo sair da casa, na companhia do tutor, Petros. Tyrtamos e seu tutor, que se tornaram amigos, viajaram para a grande cidade de Atenas. Petros achou apropriado apresentar seu jovem aluno à Academia de Platão. Embora fossem necessárias excelentes referências para entrar, ele sabia que o talento da criança se tornaria evidente aos olhos dos professores.

    A Academia e o conhecimento

    ------A sorte estava com o jovem Tyrtamos, eis que apesar de sua origem advinda da classe trabalhadora, ele foi escolhido para se juntar às fileiras da academia. Atraído pelo talento do jovem, o próprio Platão veio conhecer o fenômeno. Assim, passou a assistir as aulas do mestre na academia, aprendendo sobre a filosofia e aperfeiçoando seus conhecimentos.

    ------Foi neste alto local de conhecimento que Tyrtamos conheceu Aristóteles. O jovem impressionou-se com as palavras do profeta; ele ouviu suas palavras e ensinamentos e os compreendeu melhor do que qualquer outro. Aristóteles logo percebeu a predisposição do jovem e deu-lhe lições particulares, contando-lhe como ouvira à Deus quando criança. Tyrtamos aprendia muitas coisas neste mundo, estava constantemente em debates com seus mestres, Platão e Aristóteles. Ambos não conseguiram deixar de notar que o jovem era excepcional, um excelente orador e dotado de um espírito elevado.

    ------Quando chegou o momento em que Platão e seu discípulo Aristóteles entraram em conflito sobre a "A cópia das ideias", Tyrtamos ficou surpreso ao ver como isso devastador para Aristóteles, o filósofo. Ele defrontou-se com as evidências com a qual Aristóteles havia demonstrado a singularidade de Deus e decidiu deixar a academia para seguir o profeta. Com a aprovação de seu mestre, Platão, ele deixou Atenas. Ele aprendeu muito e desenvolveu muitos talentos, incluindo a botânica, uma ciência que tinha fundado ao passar muitas horas observando plantas de todos os tipos. Apesar disso, seu amor pela teologia prevaleceu. Ele se sentiu atraído por essa ciência, como um inseto é atraído pela luz. Ele teve que encontrar as respostas para as suas indagações e, seguindo Aristóteles, permitiu-se saciar a sua sede por conhecimento.


    O Liceu, Aristóteles e a Teologia


    ------Tyrtamos desembarcou em Axos, na costa de Trôade, não muito longe de Atenas, onde Aristóteles tinha fundado o Liceu e ensinado teologia aos seus muitos discípulos. Ele então dedicou-se pesadamente ao estudo dessa nova ciência, ouvindo os longos discursos do Profeta, sobre a natureza única de Deus e sobre a virtude e amizade. Tyrtamos tornou-se, assim, o melhor discípulo e amigo de Aristóteles, que viu nele um grande futuro. Frequentemente, Aristóteles e Tyrtamos podiam ser encontrados juntos conversando:

      Tyrtamos: - "Mestre, sabemos que Deus é único, ele é o motor do mundo e a ordem cósmica do universo. Mas se somos seus filhos e a nossa quintessência é divina, não somos, então, o instrumento da sua vontade?"

      Aristóteles: - "Você vê meu amigo, Deus é àquele que tudo vê, tudo ouve e que tudo pode. Sua vontade foi de nos criar junto com esta terra. Ele nos deu tudo o que temos para suprir às nossas necessidades. Mas será que ele decidiu nos impor a sua vontade? Será que ele escolheu nos forçar a amá-lo?"

      Tyrtamos: - "Certamente que não. Ele lhe pediu que esclarecesse a humanidade de sua própria natureza."

      Aristóteles: - "E por que essa escolha? Por que ele simplesmente não se mostrou ao homem?"

      Tyrtamos: - "O Todo-Poderoso te escolheu entre os homens porque você não é divino. A sua escolha foi encarregar um homem de guiar os outros. Por essa escolha, ele nos deu liberdade... de acreditar em suas palavras e, finalmente, de acreditar nele."

      Aristóteles: - "Você está certo, meu querido amigo. Se Deus tivesse imposto a si mesmo aos homens, então não seríamos homens, mas sim ovelhas que seguem cegamente. Assim, ele nos deixou a vontade de escolher; prova que Ele acredita em nós e, portanto, nos considera seus filhos, bem como capazes de aprender e compreender."

    ------Tyrtamos, assim, tornou-se indispensável como uma voz do profeta, transmitindo e espalhando o que aprendeu aos estudiosos dos círculos gregos. Em Atenas, foi ouvido por um grande número de pessoas e, no Liceu, os seus colegas viram nele o prodígio que sempre foi. Tyrtamos fez muitas viagens pela Grécia, como também à Tebas e a Corinto. Cada vez, as suas palestras e discursos sobre o Altíssimo tiveram o apoio dos seus ouvintes. A clareza, concisão e precisão de suas declarações sempre foram elogiadas, e ele era visto como uma espécie de apóstolo de Aristóteles, agora considerado como um Profeta do Altíssimo. Tyrtamos foi muito apreciado por Aristóteles e ficou encantado com beleza de suas palavras. Em troca, este último deu à ele o nome de Teofrasto que, em grego, significa Orador Divino. O jovem se tornou um homem e a sua reputação cresceu vertiginosamente, de modo que somente o profeta possuía um conhecimento maior.

    ------Teofrasto permaneceu na Grécia quando o profeta deixou Atenas com seu aluno Alexandre, para conquistar o mundo. Ele foi nomeado Professor por Aristóteles, que o encarregou de treinar jovens discípulos e ensinar-lhes a palavra de Deus, revelada por Aristóteles. Isso durou vários anos, que ele usou para fazer o amor divino crescer no coração dos gregos, através das palavras do profeta e de seus ensinamentos.

    A sucessão do Profeta

    ------Aristóteles regressou à Grécia, aos sessenta anos, por ter viajado muito tempo com Alexandre e estava exausto. Enquanto isso, Teofrasto administrou perfeitamente o Liceu, de modo que o Profeta reconheceu, mais uma vez, o talento, entusiasmo e o rigor de seu discípulo.

    ------Alexandre morrera uns meses antes e já havia uma conspiração violenta para dividir os territórios unificados. Muitas pessoas em toda parte e na periferia de Atenas, responsabilizaram Aristóteles. Eles o acusaram de ter encorajado Alexandre em suas conquistas. Aqueles que queriam preservar a adoração aos deuses gregos o atacaram, queimando sua casa e cegando os olhos de seu filho Nicômaco. Exausto e cansado, o velho preferiu deixar a região e estabeleceu-se em Chalcis, onde viveu o resto de sua vida.

    ------No entanto, ele não esqueceu de nomear seu sucessor, fazendo de Teofrasto, o Escolarca do Liceu em -322. Embora ele tenha sido devastado pela partida de Aristóteles e pela forma como os seus inimigos o trataram, Teofrasto decidiu lutar pela sobrevivência da mensagem do Profeta. Assim, ele se empenhou em uma luta constante contra os defensores do politeísmo, falando em público, a fim de contradizer suas teorias e espalhar a palavra de Aristóteles.

      Teofrasto: "Meus amigos, você não vêem que esses homens vos estão enganando. Eles perseguiram o profeta e, com violência, tentaram nos silenciar. Eles afirmam que os deuses estão zangados, que Zeus, Haddes, Plutão e outros, em breve, nos esmagarão e nos punirão por acreditar em um só Deus. Isto é mentira!!! Aristóteles mostrou que só pode haver um único Deus, que é onisciente, onipotente e onipresente. Aquele que nos fez e que nos rodeia. Se eles se recusam a ver a verdade, é apenas porque o poder que tinham sobre os plebeus acabou assim que foi provado o carácter único do Altíssimo. Eles perderam o controle que tinham sobre nós e isso causou a sua frustração. Por muito tempo ouvimos suas bobagens, oferecemos ofertas e dinheiro aos sacerdotes politeístas. Hoje, sabemos porque Deus enviou sua mensagem pela voz de Aristóteles. O Todo-Poderoso nos deu a opção de acreditar nele eos sacerdotes politeístas, por sua vez, nos impõem seus deuses através do ódio e da injustiça. Não ouçam os seus discursos superficiais e não se deixem levar pela sua retórica, porque ela é traiçoeira e vã."

    ------Quanto mais Teofrasto falava com as pessoas comuns, mais elas refutavam a existência de muitos deuses. As longas palestras acadêmicas do Escolarca causaram um enorme impacto sobre os gregos, principalmente em virtude de sua capacidade na oratória. Ele desconstruiu os argumentos que os sacerdotes gregos usaram contra ele demonstrando, claramente, como Deus se revelou a Aristóteles e como todos tinham em si, uma parte de Deus.

    ------Aristóteles ouviu falar do desempenho de seu sucessor e disse ao filho que, agora, a esperança havia nascido e ninguém jamais poderia apagar o que tinha sido feito.

    ------Quando ele morreu, Teofrasto foi vencido pela dor e jurou manter o legado e a obra de Aristóteles para sempre. Então, ele escreveu e publicou suas memórias, contendo os muitos diálogos que ambos tinham partilhado.

    ------O Escolarca parecia então ter uma aura sobre ele; foi reconhecido pela sua grandeza e delicadeza, pelo seu espírito sutil e pelo seu conhecimento da teologia. Ele atraía cada vez mais discípulos ao Liceu, por isso não era incomum vê-lo ensinar mais de mil estudantes. O Liceu tornou-se obrigatório para quem quisesse aprender teologia e compreender a mensagem que Aristóteles deixara para a humanidade. Com muito fervor, Teofrasto usou o que havia aprendido. E não só, ele estendeu a mensagem do Todo-Poderoso às pessoas de todas as classes, aceitando estudantes de todos os estratos sociais, preferindo educar em vez de formar uma elite cultural de teólogos.

    ------Por mais de vinte anos, Teofrasto trabalhou arduamente para difundir a ideia de que só havia um Deus, explicando o que era a virtude e a amizade, demostrando que o homem era dotado de espírito e de alma. Os seus muitos alunos espalharam os seus ensinamentos por toda a Grécia, permitindo que a crença no Altíssimo alcançasse e se enraizasse, cada vez mais profundamente, no coração do povo.

    ------Depois veio Antíoco, filho de Seleuco, amigo de Alexandre e Aristóteles, cuja reputação de devoção e virtude tinha se espalhado da Síria para a Grécia. Muitos estudiosos acreditaram que Antíoco era o novo profeta.

    ------Teofrasto tinha ouvido falar desse jovem brilhante, que era tão convincente e religioso. Ele também sabia que Nicômaco, filho do Profeta, foi seu tutor. Ele decidiu encontrar-se pessoalmente com Antíoco, a fim de conhecer àquele que tinha sido favorecido por Aristóteles. Ele voltou da Síria, afirmando ter conhecido um grande homem, sábio e com grande domínio da teologia. Os dois mantiveram contato, encontrando-se poucas vezes, mas trocando cartas regularmente. Antíoco aprendia com Teofrasto e o Escolarca aprendia com Antíoco. Assim foi até a morte do Escolarca.


    Os últimos dias do Escolarca


    ------Teofrasto foi Escolarca do Liceu por trinta e quatro longos anos, durante os quais formou muitos discípulos, incluindo um, em particular, que chamou sua atenção - Straton de Lampsaque.

    ------Quando Teofrasto escreveu seu testamento, ele pediu a Straton que fosse seu sucessor. Ele tinha grande confiança no talentoso aluno, que tinha deixado Atenas para ensinar o Rei Ptolomeu II, na Corte de Alexandria.

    ------O Escolarca, durante aqueles longos anos, conseguiu reduzir e enfraquecer o culto politeísta que assolava a Grécia, administrando o Liceu e formando uma geração de teólogos fervorosos e seguidores do Deus único. Ele escreveu numerosas obras sobre Aristóteles, mas também sobre a sua vida e sobre o ensino de Teologia. Ele tinha um enorme prestígio entre os gregos, que o viam como um homem sábio e bom, um digno sucessor de Aristóteles. Nos últimos meses de sua vida, o Escolarca se ocupou em concluir seu trabalho, terminando as obras que ainda estavam inacabadas. Ele doou o dinheiro que havia angariado no Liceu, objetivando possibilitar a divulgação da mensagem do profeta.

    ------Com a idade avançada de oitenta e três anos, Teofrasto morreu enquanto dormia, rodeado do público que o venerava. Em honra de sua memória, os filósofos do Liceu e estudiosos de Atenas decidiram por um período de luto. Teofrasto foi, assim, visitado pelos maiores homens do seu tempo, que lhe prestaram suas últimas homenagens. Seu corpo foi enterrado em Atenas, em uma pequena praça com uma oliveira plantada sobre seu túmulo. A árvore logo deu belos frutos, fazendo com que alguns interpretassem isso como um sinal da virtude do divino Orador.




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Adonnis
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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:17 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:


São Straton de Lampsaque, Segundo Escolarca






O Nascimento de uma criança magricela


Straton, filho de Arcélias, nasceu por volta de -330, em Lampsaque, uma pequena cidade na Ásia Menor, perto do Estreito de Bósforo, localizada entre as cidades de Cyzique e Abydos, a sudoeste de Bizâncio. A criança nasceu cedo, muito magra, de modo que os pais até duvidaram que ele sobrevivesse aos três primeiros dias.

De facto, segundo a tradição, as crianças eram colocadas numa colina, não muito longe da cidade, durante os três primeiros dias após o nascimento. Se eles sobrevivessem, eram considerados fortes o suficiente. Para sua surpresa, Straton sobreviveu a essa provação e provou ser, apesar de sua aparência magricela, muito resistente.

Ele passou a infância entre as saias de sua mãe e os ensinamentos de seus tutores. O jovem rapidamente desenvolveu um talento inato para a ciência. Ele possuía capacidades de observação e análise bastante incomuns e se interessou, à princípio, pela física. Por ter sido sempre extremamente magro, a fraca criança era regularmente afligida por doenças com mais regularidade do que o passar das estações.

Portanto, ele frequentemente permanecia acamado ou confirmado em seus apartamentos, onde estudava vorazmente os livros que seus tutores lhe forneciam. Assim, aos treze anos de idade, tendo passado a maior parte de sua infância estudando, ele foi enviado, à conselho de seus professores, ao Liceu de Aristóteles para se tornar um filósofo e teólogo.


A Descoberta da Teologia Aristotélica


Até então, o jovem Straton nunca questionara, realmente, a existência de Deus. Certamente, ele sabia que em algumas regiões da Grécia, acreditava-se na existência de um único Deus, que criou tudo. Foi com Teofrasto, o Reitor do Liceu, que ele descobriu que tudo fazia sentido e não podia ser contrariado. O garoto raquítico, como era chamado na época, literalmente se encantou pelo teólogo e se esforçou para entender, de forma mais completa, todas as questões atinentes ao Altíssimo. Ele passou grande parte de sua adolescência estudando os escritos de Aristóteles e de seu Mestre, Teofrasto, sendo o restante de seu tempo dedicado ao estudo da Física, ciência pela qual desenvolveu um carinho particular.

Assim, ele passou sua vida entre o Scriptorium e as bibliotecas, onde se dedicou aos seus estudos e também aos banhos para tratar suas infecções recorrentes. Os médicos da época arrancavam os cabelos frustrados por não entender como um homem tão magro, podia comer três refeições grandes por dia e não crescer. Eventualmente, os médicos lhe deram apenas alguns anos de vida e previram que ele não iria viver além dos vinte e cinco anos de idade. Apesar dessas previsões terríveis, Straton continuou a aprofundar seu conhecimento e foi tão brilhante que Teofrasto se interessou muito por ele, levando-o sob sua asa e explicando-lhe os princípios da teologia aristotélica

Em -305, o Liceu havia se tornado um grande centro de Teologia, formando muitos discípulos na ciência e no conhecimento de Deus, e Straton era considerado o melhor aluno que a escola conhecera, desde o próprio Teofrasto. Apesar de jovem, Straton rapidamente ficou conhecido como físico por causa de sua excelência no campo. Ele desenvolveu a ideia da criação do mundo, o trabalho da Natureza através da força e da vontade do Altíssimo e através do movimento.

Segundo ele, a evolução do mundo e a sua complexidade vieram da interação permanente dos elementos e da existência de Deus. Ele conseguiu conciliar teologia e física, utilizando os fundamentos do nascimento do mundo, da essência divina, das suas observações práticas e das descobertas teóricas.

E ele estudou os movimentos e interações entre os elementos, publicando numerosos livros de referência sobre o assunto. Aos 30 anos, a Corte de Alexandria pediu a Teofrasto que enviasse um discípulo do Liceu para ajudar a educar o futuro rei. O Escolarca encontrou em Straton, o homem ideal para a tarefa. Sua proximidade com a cultura egípcia era uma dádiva e permitiria a difusão da fé pelo verdadeiro Deus. Assim, o jovem teólogo deixou seu Mestre em direção ao esplendor da Corte do Egito.


A Aventura Alexandrina


Em sua chegada à Alexandria, no Egito, Straton imediatamente percebeu que a existência de um único Deus ainda não era uma crença arraigada. Os sacerdotes egípcios praticavam o paganismo e acreditavam em um panteão divino composto por diversas divindades. Straton não confiava nesses padres e não falava abertamente da existência de apenas um único Deus, preferindo manter isso, inicialmente, para si. Ele foi encarregado do ensino de Ptolomeu II, filho de Ptolomeu I e irmão da Princesa Arsínoe II.

Straton descobriu que Ptolomeu II era uma criança pequena de nove anos de idade, curiosa e mais alerta do que as crianças em comum, e incutiu nele os valores que aprendeu no Liceu, apresentando-o os conhecimentos de filosofia, física e, claro, da teologia. Ele explicou ao jovem Ptolomeu como Deus criou tudo e pediu que ele não divulgasse o conteúdo de suas lições sobre esse assunto, em virtude da sua cautela com os sacerdotes pagãos.

Ele contou sobre como Aristóteles era o profeta do Deus verdadeiro, e como Teofrasto transmitira sua palavra e, portanto, a mensagem divina. Muito rapidamente, porém, os sacerdotes egípcios vieram a Straton para adverti-lo sobre ensinar o que chamavam de "erros fundamentais". Straton, no entanto, preferiu evitar o confronto direto e, apesar de defender seu ponto de vista, disse que se contentaria em ensinar, ao seu seu jovem estudante, unicamente a filosofia e a ciência. Ptolomeu, no entanto, era muito receptivo aos seus ensinamentos teológicos; ele parecia particularmente interessado em Aristóteles e em seu trabalho sobre virtude e amizade.

Ptolomeu era um homem inteligente, destinado a se tornar um Faraó, e como apenas os sacerdotes pagãos podiam endossar este título, ele optou por não divulgar suas crenças no Deus único e nos ensinamentos de Aristóteles até que ele emergisse ao trono do Egito. Assim, Staton e Ptolomeu decidiram manter as lições em segredo até que Ptolomeu se tornasse o Senhor das Terras de Alexandria.

Por oito anos portanto, Straton ensinou em segredo o que o profeta havia revelado à humanidade. Ele iludiu os sacerdotes politeístas da cidade, mas ganhou o maior respeito de Ptolomeu, que o favoreceu e lhe deu 80 talentos de ouro para agradecê-lo por suas lições. Com os preceitos de Straton, Ptolomeu se abriu à cultura e à Grécia, tornando-se o primeiro faraó a unir os dois reinos através de tratados de paz e acordos econômicos e culturais.

O estado de saúde do filósofo não havia melhorado e ainda era instável, deixando-o às vezes à beira da morte, mas apenas seu fervor o mantinha vivo, com a certeza de não ter terminado sua missão na Terra. Straton foi chamado de volta à Atenas porque Teofrasto tinha acabado de morrer, legando-lhe o Liceu, designando-o como Escolarca.


A Nova Era da Teologia

Após aceder à posição de Escolarca, Straton reformou o Liceu. Ele achou necessário modificar as condições de acesso e preferiu se concentrar no ensino da Teologia. Assim, o estudo dos ensinamentos de Aristóteles e da mensagem do Altíssimo tornou-se o pilar da escola em Axos. Embora Teofrasto já tivesse orientado incisivamente o Liceu nessa direção, Straton ratificou novos estatutos que definiam o estudo da teologia como o fundamento de todas as outras ciências. Embora não fosse um orador tão bom quanto seu antecessor, ele era um excelente orador, e seus longos discursos sobre a natureza da alma cativaram seus alunos. Straton se propôs a entender o que a alma humana se tornou e o que ela produziu em cada um de nós. Na frente de seus discípulos, ele explicou:

    Straton - "A alma e a mente são duas coisas distintas. O Altíssimo dotou a cada um de nós com uma alma que, ao perecermos, se unirá ao seu Reino. Mas a alma e a mente estão intimamente entreligados, pois uma inspira a outra. Sem pensamento, nenhum sentimento pode ser percebido; assim, a alma é o símbolo da nossa fé e nos dá a capacidade de sentir. Sabemos o que é certo e o que é errado, e decidimos conscientemente nos comportar virtuosamente ou não. É por isso que nossa alma afeta nosso pensamento e vice-versa, nossos pensamentos afetam o futuro de nossa alma."

A vida de Straton foi marcada com o selo de Deus em um dia de verão, quando ele estava entrando em seu quadragésimo ano. Descansando pacificamente no arborizado Jardim do Liceu, ele caiu em um prazeroso sono, recostado à uma velha árvore. Durante o sono, ele foi tomado por um sonho, no qual ele se via vagando nos prados verdes do Paraíso Solar, ao lado dos Arcanjos, de Aristóteles e do próprio Altíssimo. Deste lugar, pareceu-lhe que podia ver a terra e os Homens agitados como formigas tentando sobreviver em um mundo hostil. Em seu sonho místico, ele conversou com Deus, que lhe disse que disseminar os ensinamentos do profeta seria sua salvação.

Foi quando vários dos seus discípulos se depararam com ele e pensaram que ele estava morto, tão pálida era sua pele e tão fraca era sua respiração. Eles ficaram mais do que surpresos ao vê-lo cercado por uma fina e brilhante auréola e imaginaram que Straton definitivamente havia deixado o reino terrestre. Para muitos, não seria surpresa, já que ele sempre se apresentava muito fraco e magro. Mas, surpreso, enquanto um dos discípulos se aproximava dele, o Escolarca abriu os olhos e sua pele recuperou a cor. Em seu rosto, podia se ver apenas serenidade e calma. Quando ele se levantou, todos descobriram na árvore em que ele estava inclinado, a marca do seu corpo. Depois daquele dia, Straton foi ainda mais amado e respeitado por todos, convencido de sua ligação direta com o Profeta e com Deus.

Durante seu reinado, ele foi o arquiteto da crença no Deus único. Sua virtude e disponibilidade lhe permitiram estar próximo do poder ateniense e obter dos líderes da época a aura de um guia espiritual. Se surgisse um conflito entre duas cidades helênicas, Straton era consultado e suas opiniões serviam como decisão. Ele era sábio e suas palavras traziam certeza e razão, onde as incertezas e perplexidades surgiam, ele era ouvido como oráculo e ninguém duvidava de sua fé no único Deus.

O estudioso escreveu dezenas de livros, descrevendo os ensinamentos de Aristóteles, esclarecendo e explicando certos pontos. Esses textos viabilizaram o enraizamento da crença no único Deus, dentro do território grego, e sua amizade passada com Ptolomeu garantiu que a religião aristotélica recém-criada fosse reconhecida no distante Egito.

Straton também ampliou os vínculos que Teofrasto havia estabelecido com Antíoco da Síria, e quando este último acedeu ao trono e pediu que o Liceu lhe enviasse seus melhores teólogos, o Escolarca aceitou. Ele escolheu dentre seus melhores discípulos e os enviou ao encontro daquele à quem Deus incumbiu a evangelização das terras distantes do Oriente Médio e da Ásia.

Straton foi, assim, reconhecido por ter possibilitado a difusão da fé no Deus Único, através das orientações que ele deu ao Liceu. Ele tinha muitos discípulos, e três deles receberam toda a sua atenção: Hipócrates, Epicrates e Lycon. Mas, dos três, apenas Lycon ganhou sua estima pela sua eloquência e sua compreensão, quase perfeita, da Teologia. Ele o incentivou a aperfeiçoar sua arte, durante os vinte anos que passou no Liceu e, finalmente, o indicou como seu único sucessor à frente do Liceu.


Fim da vida que se tornou uma Lenda



Quanto mais velho ele ficava, mais se dizia que ele desafiava as leis da medicina e que devia sua longevidade à Deus. Seu corpo era tão magro e sua saúde tão frágil, que ele só saía de seu apartamento para lecionar aos seus discípulos. Aos sessenta e dois anos, Straton era tão magro e sua palidez o fazia parecer um cadáver. Os médicos estavam se esforçando para aliviar a dor que invadiu seu corpo e não conseguiam entender como um homem tão raquítico poderia ter vivido tanto tempo. Assim, em toda a Grécia, começaram a se espalhar rumores de que Straton tinha o apoio do Altíssimo, que lhe deu uma vida mais longa para continuar a missão que lhe fora confiada. No início do inverno, prejudicado ainda mais pela fria e contínua fragilidade de seu corpo, com dor e tosse tão fortes que era quase impossível imaginar, Straton morreu. Ele se tornou uma lenda e foi isso que Diógenes disse sobre isso:

    Diógenes - "Havia um homem nascido em Lampsaque, com um corpo magro e doentio, que me ouviu e que sempre lutou contra a doença. Que morreu sem nenhum conhecimento da dor que atravessava seu corpo."

Assim, reza a lenda que Straton morreu, minado por sua doença, mas sem nunca ter se dado conta da dor que passava por seu corpo. De Straton, toda a Grécia se lembrará que ele era um homem justo, forte, digno da mais alta estima e excelente em todos os tipos de estudos, especialmente no estudo e no ensino da Teologia de Aristóteles.


_________________

------Sancti Valentini Victoriarum Cardinalis Episcopus - Altus Commissarius Apostolicus - Cardinalis Sacri Collegii Decanus
---Gubernator Latii - Primas Portugaliae - Archiepiscopus Metropolita Bracarensis - Episcopus Sine Cura Lamecensis et Ostiensis


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São Lycon de Troade, Terceiro Escolarca


Um Sinal do Altíssimo 


Lycon, filho de Astyanax, nasceu no ano de -302, em uma pequena cidade na costa de Trôade. Sua história é a de um homem colocado sob a influência do Altíssimo, desde o seu nascimento. De fato, o jovem Lycon, veio ao mundo com uma marca de nascença na base do pescoço, representando um círculo perfeito. Ele passou sua infância com sua família, em amor e amizade, conhecendo a vida que toda criança sonha ter. Foi num dia de outono que ele recebeu a bênção do Altíssimo. Trancado em uma caverna, esperando o fim de uma tempestade escura com fortes chuvas, Lycon, então com 13 anos, viu um brilho intenso vindo do fundo da caverna. Ele, então, se adiantou para entender o que estava acontecendo e viu apenas um auréola de luz sobre o granito claro da parede de pedra. De repente, um rosto apareceu na pedra, com os traços de Aristóteles e, depois, com seus próprios traços, antes de desaparecer na sombra. O jovem não tinha muito conhecimento, mas conhecia Aristóteles, cujas estátuas estavam entronizadas em muitas cidades. Ele admitiu que este era um sinal do Altíssimo, do qual ele pouco conhecia. Ele voltou e decidiu deixar sua família, a fim de ir ao Liceu, em Axos, onde Aristóteles foi Escolarca. Ao chegar lá, em -289, ele se apresentou às portas do Liceu pedindo para ser recebido pelo Escolarca. Diante de seu ar determinado e sua tenacidade, um discípulo o levou a Teofrasto, que conversou com ele. Lycon explicou-lhe o que vira na caverna e como interpretara esse sinal. Teofrasto testou o jovem fazendo-lhe muitas perguntas sobre lógica, filosofia e até teologia. Ele ficou surpreso ao ver como, com evidente bom senso, o jovem respondeu corretamente e com talentosa precisão o que lhe era perguntado. O estudioso decidiu permitir que ele entrasse no Liceu e confiou-o ao seu melhor discípulo para guiá-lo em seus ensinamentos. 


Aprendendo a Teologia Aristotélica


Lycon era um aluno brilhante, sua capacidade de compreensão excedia em muito as dos outros alunos, e até Teofrasto ficou surpreso ao ver com que facilidade o jovem aprendia. O jovem não tinha tido a sorte de ter tido um bom ensino, então estava trabalhando duro para recuperar o atraso e alcançar o objetivo. Se, por um lado, ele apresentava uma excelente eloquência, por outro lado, ainda era deplorável como escritor. Quando o Escolarca faleceu, Straton se tornou seu sucessor e retomou o ensino que seu ex-professor havia dado ao jovem Lycon. Ele também ficou surpreso ao ver como, em pouco tempo, o jovem grego havia desenvolvido um profundo conhecimento da teologia.

Assim, Lycon passou seus primeiros anos no Liceu, envolto com o estudo da teologia, da ciência e da filosofia. Ele mostrou grande interesse em estudar a voz de Deus e os textos do profeta Aristóteles, procurando identificar o motivo pelo qual ele havia recebido um sinal. Ele costumava falar disso com seu mestre Straton, que estava convencido de que Lycon havia encontrado a vontade divina em seu caminho. Ao seu redor, outros discípulos começaram a invejar seu status como discípulo favorito de Straton. Hieremias, um brilhante aluno da burguesia ateniense, tinha uma opinião ruim sobre o jovem de origem mais modesta. Ele questionou a validade de seus argumentos quando discursou sobre a natureza de Deus e virtudes. Lycon, com grande facilidade, muitas vezes o derrotava com um raciocínio infalível. Hieremias e Lycon tornaram-se inimigos, de modo que seus diálogos, frequentemente, tomavam a forma de justas oratórias. E, sem surpresa, sempre era o jovem de Troade quem tinha a última palavra.

Straton observou essa adversidade construtiva por muito tempo e, cada vez mais, Lycon ia tornando-se mais autoconfiante. Ele mostrou talentos extraordinários nos oratórios de Atenas, onde o Escolarca o enviava regularmente para ensinar teologia. Suas boas palavras e argumentos não podiam ser contestados. Embora ele fizesse uso dos melhores ensinamentos que Aristóteles havia legado ao Liceu, ele sabia no entanto como garantir a atenção de seu público com suas boas palavras e seu humor sutil.

Straton o achou tão talentoso que propôs que ele se juntasse à Corte de Alexandria, onde o Faraó Ptolomeu II, cujo tutor ele havia sido, acabara de revelar a mensagem do profeta Aristóteles. Lycon não pôde recusar tal oportunidade e aceitou sem pestanejar. Foi em contato com o Faraó que Lycon começou a dar atenção especial à sua aparência, entendendo que, além do eloquente discurso, belos trajes poderiam, finalmente, convencer a última reticência. Lycon ficou com o Faraó por vários anos, indo e voltando para a Grécia para relatar as evoluções da Fé no verdadeiro Deus do Egito, e regando o jovem Ptolomeu com seu conhecimento sobre o assunto.

Em 268, com a morte de Straton, ele foi designado, pelo testamento deste, como Escolarca do Liceu.
 
Straton de Lampsaque a écrit:

Lycon sucederá à minha escola, eis que os outros estão muito velhos ou muito ocupados; e ele se sairá bem, assim como os outros, se aprovarem esta disposição. Eu lhe dou todos os meus livros, exceto aqueles que escrevi, e lhe lego todos os meus móveis de mesa, minhas xícaras e minhas roupas.




O reinado do Escolarca


Lycon de Troade, então com trinta e quatro anos, tornou-se o terceiro Escolarca do Liceu, um privilégio reservado à elite dos teólogos. Foi na Grécia, o início da Batalha de Queroneia das cidades unidas contra a Macedônia. Atenas, sob o impulso de Lycon, aliou-se a Esparta e a Ptolomeu II. Sua grande proximidade do Faraó facilitara a compreensão dos dois povos e a na contenção dos impulsos ofensivos dos macedônios. Por alguns anos, o novo Escolarca concentrou-se na direção do Liceu, esforçando-se para ensinar aos jovens discípulos as palavras do profeta Aristóteles e a mensagem que ele havia revelado. Ele se esforçou, especialmente, para aperfeiçoar sua capacidade de educar e se tornou um excelente Professor. Ele disse sobre este assunto:

    Lycon - "Os jovens devem ser governados pela vergonha e pelo amor à honra, assim como os cavalos são governados pelas esporas e freios."

Com o passar dos anos, ele conseguiu superar sua mediocridade na escrita e publicou alguns ensaios sobre a questão do ensino, textos que mais tarde foram usados ​​por seus sucessores para melhorar o ensino do Liceu. Ao contrário de seu mestre e antecessor, Lycon cuidava muito de si mesmo e passava muitas horas se exercitando à cada semana, mas também prestava atenção especial às roupas que usava, de forma que ganhou a reputação de um homem excessivamente atencioso e bem vestido. Para ele, era uma questão de respeito e elegância.

Lycon tornou-se um excelente conselheiro para os atenienses, ajudando estudiosos e outras pessoas famosas quando lhe procuravam. Sua empatia e sua tendência caritativa fizeram dele um homem venerado por seus pares. Todos o reconheceram como um gênio na abordagem da teologia, e seus discípulos ficaram tão talentosos que aqueles que os ouviam acabavam aderindo as teses aristotélicas. O Escolarca foi chamado por Antíoco quando defendeu Pérgamo nas fronteiras da Ásia Menor, em direção ao Mar Egeu. De fato, o Rei Selêucida precisava colocar um teólogo ali, mas ele havia descoberto uma biblioteca de tamanho incomum, tão grande quanto a de Alexandria. Lycon, então, foi ao local após longos meses de viagem com o jovem Andonios para delegá-lo a reconstrução da biblioteca de Pérgamo. Foi lá que ele conhece Eumenes, que derrotou Antíoco e deu independência a Pérgamo. Mais tarde, ele se tornou amigo de Átalo, o sucessor de Eumenes e o primeiro Rei de Pérgamo. Seu trabalho, ao seu lado, permitiu que ele mantivesse intacta a Fé em Deus que Antíoco trouxera para essas terras longínquas, tendo doado muitas obras para a Biblioteca administrada por Andonios. Uma rivalidade, assim, se estabeleceu entre as duas maiores bibliotecas do mundo civilizado. A de Alexandria, praticava o estudo do léxico, textos verso por verso, palavra por palavra. Em Pérgamo, pelo contrário, buscava-se o significado profundo e até oculto dos textos, considerando que o que realmente significava não correspondia, necessariamente, ao que estava escrito.

Assim, o Escolarca visitou muitos reinos, incluindo Síria de Antíoco Teos, Esparta, Egito, Babilônia, que estavam em declínio pela negligência de desde Seleuco I, em favor de Selêucia do Tigre. Onde quer que fosse, o Escolarca levava teólogos brilhantes do Liceu e os apresentava aos líderes de cada cidade, deixando-os como conselheiros e preceptores.

Lycon foi o primeiro Escolarca a priorizar o Liceu e, assim, encontrou o primeiro esboço de uma instituição religiosa, cujo dogma era a mensagem de Aristóteles. Sua reputação com seus contemporâneos e líderes mundiais lhe trouxe uma aura considerável que o fez conselheiro de todos os que tinham fé no Altíssimo. O Escolarca, então, dirigiu o Liceu e seus melhores discípulos, uma vez que se tornaram professores, foram responsáveis ​​por transmitir os ensinamentos de Aristóteles. Toda semana, ele reunia um cenáculo, composto por seus amigos professores, onde cada um tinha um papel específico. Um foi responsável por reunir os pedidos teológicos vindos de fora do Liceu, outro foi responsável por arquivar os discursos realizados em público, outro foi responsável pelas relações com os líderes dos vários Reinos que apoiavam o Liceu. O cenáculo tornou-se um verdadeiro órgão que gerenciava o funcionamento do Liceu, que consistia em Rulon, Callinus, Ariston, Ampbion, Python, Aristomaque, Heraclius e Lycomede.


Dignificado até a Morte 


Por quarenta e quatro anos, Lycon de Troade dirigiu o Liceu e promulgou a teologia aristotélica como um esboço de uma religião hierárquica e organizada. Lycon, aos setenta e oito anos, havia conquistado a amizade de muitos líderes e visto um número igualmente grande perecer na guerra ou ser assassinado. Ele foi reconhecido em todo o mundo grego e nos reinos vizinhos, incluindo a Macedônia e o Egito. Seu trabalho, portanto, permaneceu um dos mais importantes ao desenvolver o funcionamento do Liceu para torná-lo uma verdadeira ferramenta para a glória do Altíssimo.

Nos últimos anos, o Escolarca sofria de uma doença incurável, que o obrigava a andar com o auxílio de uma bengala. Apesar de seus males, ele continuou a ensinar seus discípulos e a aconselhar os atenienses. Todos lhe pediam para descansar, mas ele queria, acima de tudo, terminar o que havia iniciado há muito tempo. Em seu desejo de mudança, enquanto cada Escolarca havia nomeado seu sucessor até então, ele decidiu que o Cenáculo do Liceu escolheria aquele que seria melhor capaz de liderar a Escola de Aristóteles. Foi Ariston de Ceos, quem obteve o voto de seus colegas professores do Liceu e sucedeu o Escolarca.

Era uma noite de outono em -224, que Lycon de Troade morreu, vestido com seus melhores trajes e sempre pronto à conhecer um Grande Rei. Seu amigo, o Rei Átalo I, falou sobre sua morte:

    Átalo I - "Não posso me calar sobre o destino de Lycon, que morreu afligido por um mal sem igual; surpreende-me que, tendo que percorrer o longo caminho da outra vida e tendo sempre precisado de ajuda para caminhar, o tenha feito em uma noite."



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Santo Ariston de Ceos, Quarto Escolarca


Infância 


Ariston nasceu em Loulis, na Ilha de Ceos, no Mar Egeu, por volta do ano -269. Pouco se sabe sobre sua infância, exceto que ele pertencia a nobreza local e, como todo homem mais jovem das famílias de Ceos, ele foi enviado à Atenas para se tornar um Escolarca. Nesta época, Atenas não é mais que o reflexo de si mesma, que esteve sob o domínio dos macedônios por quase um século, e foi sendo gradualmente esquecida, embora tenha mantido uma grande influência cultural em toda a Grécia e além do império persa e mesopotâmico.


Sabedoria, teologia e medicina 


O jovem de Ceos entrou no Liceu, fundada por Aristóteles em -335, como estudante e tornou-se discípulo de Lycon de Troade, então Escolarca e responsável pelo ensino da Teologia. Ele acompanhou assiduamente os cursos ministrados e era um aluno brilhante. Ele rapidamente sucumbiu aos preceitos deixados pelo profeta do Altíssimo e sua fé no Deus Único rapidamente se voltou para o sacerdócio. Com apenas vinte anos de idade, Ariston se tornou um dos discípulos mais proeminentes do Liceu, assimilando com precisão e sabedoria as palavras de Aristóteles. O jovem mostrou um especial interesse por uma outra disciplina que não estava na moda na época: a medicina. Ele viajou para o Egito para aperfeiçoar sua arte e estudou brilhantemente a fisiologia e medicina humana ao lado de Herófilo de Chalcedon, fundador da Grande Escola de Medicina de Alexandria. Ele voltou cinco anos depois, após a morte de Herófilo, com suas malas carregadas de ensaios que tratavam dessa ciência em particular.

Em seu retorno, diante da excelência de seus discursos sobre o assunto e da famosa argumentação do jovem Ariston, Lycon de Troade decidiu confiar-lhe a cadeira de medicina. Quando ele falava de sua arte, o jovem simplesmente flutuava, misturando com precisão as teorias médicas e a teologia aristotélica.

    Ariston de Ceos - "Aristóteles não nos instruiu a nos integrarmos plenamente à cidade? Ele não nos ensinou a viver em amizade e a praticar virtudes? Por esse motivo, digo que, se dominamos uma arte como a medicina, devemos compartilhá-la para o bem da cidade! Trazer bem-estar e cuidados aos doentes, aos necessitados e aos menos favorecidos está, em todos os aspectos, em harmonia com a amizade virtuosa e o interesse coletivo. Se Deus nos deu o conhecimento da medicina, não é ostentá-lo nas reuniões sociais, mas sim para usá-lo com aqueles que são vítimas de uma injusta aflição."

Assim, no ano de 234, Ariston fundou a primeira Clínica Médica em Atenas. Ele contratou os seus melhores discípulos e ofereceu atendimento e terapia àqueles que sofriam os piores males. Ele praticou essa ciência como a tinha aprendido, voluntariamente, sem nunca pedir um centavo. Para cobrir as despesas, ele buscou patrocínio, e foi ouvido por muitos nobres gregos. Estes, ante a incomparável e cintilante verve de Ariston, doaram um edifício e equipamentos para permitir que os cuidadores realizassem seu trabalho. A clínica cuidava de milhares de pessoas doentes e, embora nem todas ficassem curadas, cada uma recebia algo para ajudá-las a suportar seu sofrimento e dor.

Quando Lycon decidiu reformar o Liceu e criou o Cenáculo, ele convidou Ariston, que se tornou responsável por missões de caridade. Com cerca de quarenta anos, o médico tornou-se um dos discípulos mais queridos do Escolarca e, com o tempo, as relações professor-aluno se transformaram em amizade. Dentro do Cenáculo, cada decisão tomada era validada por votação, sendo o Escolarca responsável pela decisão final. Lycon sempre contou com todos os seus conselheiros, professores e amigos. Quando ele morreu em -224, ele não designou, ao contrário de seus predecessores, nenhum sucessor, mas deixou como regra que os membros do Cenáculo escolhessem, entre si, o próximo Escolarca. Assim, após três longos dias de debates e discursos, Ariston de Ceos foi eleito o Quarto Escolarca do Liceu. 


Um estudioso que encarna a virtude


Quebrando os preceitos de Aristóteles e do proselitismo, Ariston continuou, iluminado pela aura de seus antecessores, a transmitir os ensinamentos do profeta, misturando-os com as várias conclusões sobre virtude, moral e amizade, que haviam sido trazidas desde então. Ele concluiu a reforma do Liceu gravando em mármore os estatutos do Cenáculo, seu funcionamento e sua organização. No espaço de poucos anos, o Liceu assumiu uma nova dimensão no mundo grego, tornando-se um lugar indispensável para que líderes e nobres de todo o Império Macedônico pudessem encontrar conselhos e princípios. Ariston enviou seus melhores teólogos através dos Reinos, tanto no Egito como na Pérsia, passando pelas primeiras terras da Ásia.

Incapaz de manter seu dispensário, ele nomeou um sucessor, que ele trouxe para o cenáculo, para o cargo que anteriormente ocupava. Determinado a convencer as pessoas da validade de suas escolhas, ele teve criou outros dispensários, buscando convencer os governantes dos impérios e reinos vizinhos da necessidade de cuidar dos doentes. Seus grandes e eloquentes discursos sobre o assunto emocionaram aqueles que os ouviram, eles se sentiram investidos em uma missão de ordem divina e praticaram patrocínio em todos os lugares onde foram criados os dispensários. Ariston estava convencido de que tinha de restaurar a justiça neste mundo, para trazer um pouco mais de equidade àqueles que eram vítimas de injustiça e que morreram dos males cujo tratamento era conhecido. Assim, ele dedicou grande parte de seu trabalho a promover o atendimento aos necessitados. Os dispensários abertos por ele nos quatro cantos do mundo helênico receberam milhares de pessoas doentes e sofredoras que foram curadas por curas térmicas e plantas medicinais. Esse trabalho foi considerável e ajudou a melhorar a vida de muitos de seus concidadãos. Ariston sempre apresentou os ensinamentos de Aristóteles e o amor do Altíssimo. Ele fez questão de levar solidariedade à cidade e à comunidade dos homens. Quer fossem ou não crentes, todos aqueles que passavam pelas portas dos seus dispensários eram sembre bem vindos. Embora tenha passado muito tempo no Liceu, administrando seu trabalho, ensinando teologia, aconselhando líderes e aristocratas, Ariston visitou os locais de atendimento que havia legado aos seus discípulos. Ele sempre encontrava tempo para encontrar os doentes e ajudá-los quando os médicos se atrapalhavam.

Foi durante uma de suas visitas que uma história especial se desenrolou. Um jovem carente e com muita dor foi ao dispensário em Atenas. Desde a infância, ele sofria sem que ninguém soubesse o porquê, suas dores o dilaceravam e seu corpo machucado apenas sobrevivia. Quando os médicos diagnosticaram sua morte rápida com as piores dores, Ariston foi para o lado da cama. O jovem parecia-lhe virtuoso e amoroso, contente por viver na miséria sem exigir nada, aceitando sua dor sem ser capaz de fazê-la desaparecer. O Escolarca, então, contou a ele as palavras de Aristóteles e o amor de Deus, ele pegou sua mão para compartilhar um pouco de seu sofrimento. Naquele dia, algo extraordinário aconteceu, um calor intenso foi liberado das mãos do Escolarca, surpreendendo-o tanto quanto ao jovem. Depois de uma noite de sono mais calma do que o habitual, o pobre homem acordou sem dores, curado pelas palavras do Escolarca e pela imposição de suas mãos. Ele, então, pediu para ver Ariston, a fim de homenageá-lo e este último, por sua vez, lhe mostrou afeto e respeito com as seguintes palavras:

    Ariston : -"Meu jovem amigo, você não precisa me agradecer ou me elogiar por me preocupar com você. Não há homem em nosso mundo que deva sofrer a indiferença e o sofrimento como você sofreu. Aristóteles nos ensinou isso e o Altíssimo, em sua clemência, nos ordena a ajudar uns aos outros. Agora, viva sua vida como devia ter sempre vivido e não se esqueça de ajudar àqueles a quem você pode ajudar."

O jovem nunca mais adoeceu e, ao longo de sua vida, deu sua amizade e ajuda àqueles que, como ele, sofreram mais do que deveriam. Ariston, por sua vez, graças à essa cura excepcional, adquiriu o apelido de "Médico de Deus". Ele continuou a prestar cuidados e terapias sempre que podia.

Por volta do ano de 200, a República de Roma iniciou sua expansão para os Impérios Mediterrâneos. Roma, Pérgamo e Rodes se aliaram contra Filipe V da Macedônia, desencadeando a segunda guerra da Macedônia. O Escolarca terá, então, que lidar com ambas as partes, afirmando conclusões inflexíveis sobre as ambições bélicas, através do Cenáculo. Ariston considerou esta guerra insuportável, porque era ilegítima e desnecessária, ele lutou ferozmente para interromper a luta, mas falhou. No entanto, graças à sua influência, ele conseguiu ajudar a Grécia a obter a sua independência.

Durante seu reinado como Escolarca, que durou trinta e nove anos, Ariston realizou a transformação do Liceu que, de um lugar de ensino teológico e filosófico, tornou-se um local de decisões baseadas nos preceitos e ensinamentos do profeta. Como o Liceu permaneceu um lugar de sabedoria e conhecimento, houve um aumento considerável durante esses anos, tornando-se, por fim, uma espécie de conselho de teólogos, ouvido e respeitado por muitos líderes.

Entre seus muitos discípulos, Ariston contou com Critolaos de Phaselis, à quem nomeou para o cenáculo, aos vinte e cinco anos de idade, como encarregado da diplomacia. Ele rapidamente se tornou amigo desse jovem teólogo, cujo conhecimento do comportamento humano o surpreendeu. Ele disse sobre ele:

    Ariston de Ceos: - "Ele é tão astuto e meticuloso ao observar a menor expressão corporal que consegue perceber se alguém está proferindo um discurso falso, sem sequer fazer uma única pergunta!" 


Uma morte na Amizade 

Foi em -185, que Ariston de Ceos passou da vida para a morte, varrido pela velhice aos oitenta e quatro anos, cercado pela amizade dos membros do Cenáculo. Todos tiveram como primeira preocupação, mostrar-lhe o quanto ele significava para eles. Todos vieram vê-lo quando ele estava morrendo e lhe contaram alguns versos sobre seu passado comum. Dizem que, em suas memórias, Ariston anotou cada palavra que lhe foi dita e enviou uma cópia para cada um de seus amigos. Finalmente, em cada dispensário que havia surgido graças a ele foi gravado em mármore o nome de Ariston e uma máxima:

    "Se eu puder salvar até mesmo uma alma de uma morte dolorosa, então eu salvarei a minha! [Ariston de Ceos - Fundador do Dispensário]"

De acordo com as disposições que ele tomou e estabeleceu nos estatutos do Cenáculo, Ariston não nomeou um sucessor. O Cenáculo teve que assumir essa tarefa. O quarto Escolarca foi enterrado como os três anteriores, nas criptas do Liceu e seus escritos foram publicados postumamente por seus discípulos. Ariston marcou o Liceu com suas obras e fervor e virtude.


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São Critolaos, Quinto Escolarca 


Quando a aflição traz o presente 


Perdida na costa e localizada na Ásia Menor, Phaselis era uma cidade da Lícia sob domínio macedônio desde a libertação da terra por Alexandre, o Grande. É aqui que Critolaos, em -220, abriu os olhos para o mundo e cresceu entre os seus. Seu pai, um nobre de Phaselis, deixara o bebê sob os cuidados de sua mãe, que era afligida por uma grave deficiência, já que ela não podia emitir o menor som. A criança teve que aprender a se comunicar com ela e entender o que ela estava tentando lhe dizer, sem ouvir uma palavra. Ele desenvolveu uma habilidade extraordinária para compreender a raça humana e analisar suas ações e gestos, muitas vezes chegando à conclusões claras. Diante desse homenzinho fenomenal, seu pai decidiu mandá-lo para a Grécia, afim de estudar com os teólogos-filósofos objetivando que ele se tornasse um erudito. Ele chegou ao Liceu, aos quinze anos, então liderado por Ariston de Ceos.


Um discípulo exemplar e talentoso 


Desde o início dos seus estudos, Critolaos manifestou grande capacidade na compreensão da teologia. Ele foi, rapidamente, notado pelo Mestre do Liceu, que depositou nele grandes expectativas. O jovem continuou a trabalhar na ciência do comportamento, aprimorando sua arte à ponto de, rapidamente, se tornar um mestre no campo. De todos os seus discípulos, Ariston disse que ele era o melhor, especialmente porque sabia quando expressar o argumento fulcral para subverter um discurso errado. Critolaos sabia quando alguém era dominado pelo medo, ansiedade, segurança ou confiança. Ele sabia como usar isso, de forma inteligente, sempre que precisava participar de um debate sobre um tema filosófico ou teológico. Critolaos poderia, facilmente, usar isso para apresentar argumentos falsos, mas ele nunca o fez. Pelo contrário, ele preferia usar isso sempre para ir onde não queriam que ele fosse, para colocar o dedo no ponto, cujo orador que o encarava, não dominava.

Foi aos vinte e cinco anos que ele foi nomeado Professor, a precocidade dessa nomeação testemunha sua excelência na realização de grandes discursos teológicos. Como sempre, o homem confiava no que era capaz de interpretar no outro, usando seu talento para minar seus oponentes oradores e concluir com seu discurso, com uma magnificência quase absoluta. Muito rapidamente, Ariston o nomeou para o Cenáculo do Liceu como encarregado da diplomacia. O Cenáculo, órgão decisório e funcional do Liceu, foi o garante dos preceitos de Aristóteles em todo o Império Macedônio, bem como na Mesopotâmia e no Império Selêucida. O papel de Critolaos, no Cenáculo, consistia em conhecer os principais regentes e homens de poder da Grécia e da Macedônia e submeter-lhes as propostas do Liceu no campo da teologia, mas também da virtude e da amizade. O Escolarca depositava toda a sua confiança nele e Critolaos era mais do que digno dessa confiança. Foi ele quem acompanhou Ariston quando um conflito eclodiu e o Liceu procurou pôr fim, em nome da amizade virtuosa entre os povos. Critolaos estivera na origem de muitos tratados de não agressão e cessar-fogo.


Um Escolarca em Roma 


Critolaos tinha apenas trinta e cinco anos, quando Ariston de Ceos morreu, deixando o Liceu sem um Escolarca. Como havia sido decidido alguns anos antes, nos estatutos do Cenáculo do Liceu, uma eleição fora realizada para designar seu sucessor. Os debates não demoraram muito porque os membros escolheram, por unanimidade, Critolaos de Phaselis. Assim, em -185, ele se tornou o o quinto Escolarca do Liceu, fiel e fervoroso sucessor do profeta Aristóteles.

Os relacionamentos que ele construiu, ao longo dos anos, com os líderes do mundo grego, macedônio, mesopotâmico e selêucida serviram para aumentar a influência do Liceu e difundir amplamente a palavra do profeta do Altíssimo. Assim, a adoração ao Deus Único encontrou um novo marco, sem pôr fim ao paganismo e outros ritos pagãos. Um ano após sua ascensão ao título de Escolarca, na República Romana, Catão foi nomeado para a posição de Censor Romano. Este último teve uma visão sombria da ascensão da cultura grega na vida romana. Assim, ele tomou Critolaos, como alvo principal, representante supremo de uma certa cultura grega. Ele se opôs ferozmente à ele, com discursos longos, furiosos e veementes. Embora ele fosse um homem culto, ele ainda era um idiota em teologia, e sua crença nos cultos pagãos do panteão romano foi, repetidamente, rebaixada pelo Escolarca.

Assim, Critolaos passou os anos administrando o Liceu e investindo na vida grega com fé e amizade. Ele era cada vez mais respeitado por seu povo que, inicialmente, o via como um anarquista deplorável. Com o passar do tempo, tornou-se cada vez mais evidente que ele era um homem excepcional como os seus antecessores. A única coisa que realmente o incomodava era o avanço da República Romana, que estava se tornando cada vez mais expansionista e estava tomando tribos fortes dos povos conquistados ou integrados. Embora a Grécia ainda fosse independente, estava sob domínio romano há quase cinquenta anos.

Foi no ano -155 que um dos eventos mais importantes ocorreu. Roma, ainda atormentada pelos impérios e reinos conquistados, queria atingir Atenas com um imposto excepcional e impôs a apreensão de muitas obras de arte e muitas obras de excelência, bem como uma homenagem tão importante que teria deixado a cidade na palha. Critolaos, então, propôs à Diógenes da Babilônia, Diretor da Escola Estoica e a Carnéades de Cirene, Diretor da Academia Platônica, para que fossem à Roma para dialogarem com o Senado Romano. Ele enviou uma mensagem à atenção dos dois cônsules, para que eles abrissem uma embaixada extraordinária, a fim de se expressarem diante dos representantes do Poder Republicano. A embaixada foi aceita. O discípulo mais sério de Critolaos chamava-se Diodoro e ele foi admitido no Cenáculo, por causa de sua grande virtude e excelência no uso da palavra. O Escolarca, que o teve como aluno por um longo tempo, pediu-lhe que o acompanhasse à Roma para transcrever os debates. A Assembléia durou uma semana, durante a qual Diógenes, Carnéades e Critolaos puderam falar em defesa do que acreditavam. Catão, o feroz Censor de Roma, veementemente contrário à ascensão da cultura helenística na República, tentou impedir a realização da Assembléia, convencido de que o Escolarca converteria o Senado e o povo romano ao Deus Único. 


O discurso de Critolaos 


A assembléia foi realizada em frente ao Senado Romano, e foi Carnéades quem começou com sensacional discurso de dois dias. Diógenes o seguiu, no terceiro dia, e também recebeu aplausos dos Senadores. Finalmente, foi a vez do Escolarca falar, determinado a curvar o Senado e forçá-lo a reconsiderar sua decisão, ao tempo em que incutia a fé no Altíssimo no coração dos Senadores. Infelizmente, apesar de suas extraordinárias habilidades comportamentais, ele rapidamente viu que os Senadores já eram, em sua maioria, corruptos. Seu discurso tratou de uma única pergunta: "Prazer ou virtude?" Critolaos se esforçou para demonstrar aos Senadores que eles haviam cometido um erro, preferindo chafurdar no prazer de suas posições em vez de usar a virtude e o trabalho no interesse geral do povo romano.

    Critolaos de Phasélis - "A virtude não é um dom, nem uma ciência. Ela consiste em um meio termo, determinado pela moralidade. É sobre o que é certo e o que é errado. Não estou falando aqui apenas de uma atitude, mas de moral e do que, finalmente, constitui nossa alma. Todo ser humano deve trazer a virtude para as profundezas de sua alma, a fim de que possa sempre fazer as escolhas que representam o bem soberano. Pois sim, o bem não é prazer, nem riqueza ou honra; não, o bem supremo está acima de toda as considerações particulares e isso é de interesse geral. Assim, Senadores romanos, eu vos digo, reconsiderem a vossa República, retornem às virtudes, pela grandeza do Altíssimo e pelo bem da humanidade."

Critolaos colheu uma chuva de aplausos daqueles que queriam ver o Senado recuperar sua pureza, enquanto recebia os apitos e zombarias daqueles que já haviam navegado, por muito tempo, nas águas turbulentas da corrupção. Nem mesmo a evocação do Deus Verdadeiro e Único não teve o impacto que ele desejava, pelo contrário. Catão estava convencido de que era necessário agir, o mais rápido possível, antes que o culto monoteísta acabasse com as crenças romanas. O Escolarca voltou ao Liceu, em chamas, com um discurso extravagante e uma nova reputação, devido as suas façanhas oratórias no Senado Romano. Critolaos tornou-se ainda mais respeitado no mundo grego. Até então, ele havia sido apenas um catalisador da Fé em Deus, transmitindo os ensinamentos do Profeta.


Sob a proteção do Altíssimo 


Embora sua vida pudesse ter continuado assim até o fim, o Escolarca viveu uma experiência bastante singular. Numa manhã fria de primavera, um destacamento romano entrou à força no Liceu, que ainda adormecia. Liderado por um forte Centurião, o único objetivo dos soldados era a erradicação de Critolaos, então considerado o inimigo mais perigoso de Roma. Alguns dos seus discípulos tentaram interpor-se no caminho dos soldados seu caminho e foram alvejados pelos golpes das espadas, que os deixou no chão, banhados em seu próprio sangue. A selvageria com que esse ato foi realizado, resignou os outros discípulos, que preferiram permanecer vivos ao invés de morrer pelas lâminas romanas. O destacamento ordenou, então, que lhe trouxessem Critolaos, o que foi feito. O Escolarca não poderia permitir que tal barbárie continuasse sem reação. Convencido de que era o fim dos seus dias, ele confrontou os soldados. Ameaçado pelas armas e recebendo ordens para que se rendesse, sem resistência, Critolaos respondeu

Critolaos : - "Vocês ousam entrar aqui, em um lugar de conhecimento e fé, ameaçando com suas armas crianças pobres e inocentes. Não permitirei que vocês façam mais mal do que já fizeram e eu peço perdão por aqueles que vocês feriram, porque vocês não sabem o que fizeram. Que o Altíssimo nos proteja de suas mãos sangrentas." 

Os soldados se tornaram mais ameaçadores e o Escolarca caiu de joelhos diante deles, esticando o pescoço como permitisse que o matassem. Vendo isso, o Centurião desembainhou sua espada para terminar a missão. Quando ele se aproximou do Escolarca para matá-lo, ele caiu no chão em um grito de dor e morreu instantaneamente. Os dez soldados que o acompanhavam, ficaram atordoados. No entanto, um deles avançou e, por sua vez, sofreu o mesmo destino que seu líder. Vendo isso, os outros largaram suas armas e se curvaram diante de Critolaos, pedindo perdão por terem ousado minar a integridade dos seus seguidores. Os estudiosos do Liceu que testemunharam a cena, entenderam que Deus não permitiria que àqueles que o serviam, através da virtude e da amizade, fossem mortos. Todos permaneceram convencidos de que isso era prova da Onipotência do Altíssimo. A história rapidamente se espalhou pelo País e chegou até Roma, que ainda planejava acabar com o Escolarca. Entretanto, diante da grande reputação de Critolaos, o Senado decidiu que era inútil fazer dele um mártir aos olhos dos gregos, de modo que os senadores proibiram qualquer ação que visasse prejudicá-lo e aos seus discípulos. Assim, o Escolarca continuou, durante todo o seu reinado, a lutar contra a violência, viajando regularmente à Roma para pregar a fé em Deus, sendo ouvido por uns e humilhado por outros. No entanto, todo homem que o conheceu só podia dizer que ele era tão virtuoso e tão amigável que era difícil se opor a ele. Somente os mais corruptos e os que mantinham o culto romano tinham visto nele o pior dos perigos.


O desaparecimento do Escolarca 


Foi no final de uma vida plena e de uma reputação merecida que Critolaos de Phasélis morreu. Levado pela velhice, aos sessenta e dois anos, o Escolarca deixou para trás uma obra central para o seu tempo. O Escolarca marcou seu tempo com sua virtude e sua sabedoria. Muitos foram os amigos que lamentaram sua morte, e muitos foram os inimigos que se arrependeram pois, seja por um ponto de vista ou por outro, todos concordaram que ele era um homem excepcional.

Critolaos de Phaselis foi enterrado na cripta do Liceu e seu nome foi gravado no mármore sob o nome dos Escolarcas anteriores, na Estela acima da entrada do Cenáculo. Critolaos é lembrado por seu famoso discurso em Roma, pelo episódio do ataque ao Liceu e por suas excepcionais qualidades como diplomata combinado com uma fervorosa e magnífica manipulação da teologia aristotélica.


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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:18 am    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:



    São Diodoro de Tyr, Sexto Escolarca


    Nas origens da Fé


    Tyr é uma cidade grande e distante, situada na costa fenícia, onde Diodoro nasceu em -181. A cidade, sob o domínio selêucida por vinte anos, foi um porto essencial no mundo antigo. A Igreja Oanista, religião oficial do Império Selêucida, alcançara a fusão perfeita entre os preceitos de Aristóteles e o legado de Oane, sob a liderança de Antíoco I. Assim, foi desde tenra idade que Diodoro foi entregue nas mãos dos guias espirituais Oanistas, renomados teólogos que, em sua maioria, seguiram o ensino do Liceu de Aristóteles.

    Ele aprendeu a escrever, ler e pensar através da educação religiosa, descobrindo a história de Oane e a mensagem do Profeta do Altíssimo. Diodoro rapidamente mostrou excelentes disposições e rapidamente se tornou o discípulo favorito de seus tutores. Seu ensino durou toda a sua juventude até os 13 anos de idade. Uma manhã, Diodoro foi surpreendido por um homem muito curioso. Ele estava vestido com uma longa túnica branca e brilhava na penumbra do amanhecer. Ele olhou para ele sem entender e então perguntou a ele: 

      Diodoro: -"Quem é você, senhor? Você é meu novo tutor?" 

      Jorge: "Meu filho, eu sou Jorge, Arcanjo da amizade, enviado pelo Altíssimo para iluminar seu caminho. De todas as crianças pequenas, Ele o escolheu para espalhar a amizade onde ela foi perdida. No Oriente, surge uma nova ameaça, a dos pagãos que se recusam a reconhecer Deus como o Único Criador de todas as coisas" 

      Diodoro: "O que posso fazer, tenho apenas treze anos..." 

      Jorge: "Porque teu coração é virtuoso e tua alma é pura de toda impureza, o Altíssimo te transmite a Palavra Divina, assim tu sempre brilharás, usarás sabiamente e encherás este mundo de Amizade e Virtude."

    A figura desapareceu nas sombras da sala, deixando o garoto atordoado e cheio de esperança. Ele havia descoberto o amor de Deus e a amizade ao lado dos guias espirituais Oanistas, e essa aparição foi sua revelação. Diodoro ficou ainda melhor e brilhou ainda mais em seu aprendizado, mostrando uma relevância e nitidez de espírito que os teólogos nunca tinham visto antes. Diante da excelência deste aluno, decidiram enviá-lo ao Liceu para aperfeiçoar seu ensino. 


    Da amizade flui a virtude 


    Diodoro entrou no Liceu em -168, sendo rapidamente notado pelo Escolarca Critolaos, em virtude da sua verve e seu talento em oratória. Em poucos anos, ele se tornou um dos melhores discípulos do Liceu. Aos dezoito anos, seus conhecimentos já superavam o da maioria dos outros alunos. Ele foi nomeado teólogo e, portanto, foi autorizado a lecionar. Ele também obteve a posição de escriba do Escolarca e foi encarregado de gravar no mármore os discursos de Critolaos.

    O que melhor caracterizou Diodoro foi a sua amizade. Ele sempre procurou aproximar as pessoas, tratando à todos com justiça e equidade. Sempre se dizia dele que era o mais confiável, que era com ele que se podia contar. Seus gestos de solidariedade foram numerosos durante os anos em que estudou no Liceu, criando um escritório para os necessitados, o qual ele nomeou como Escritório de Caridade de Aristóteles. Desta forma, ele tentou diminuir as desigualdades e os sofrimentos daqueles que não podiam reivindicar as mesmas honras que os plebeus. Ele não fazia isso por glória ou orgulho, Diodoro era verdadeiramente altruísta, eis que só a igualdade e a justiça entre os homens lhe importava.

    Aos vinte e dois anos de idade, enquanto distribuía alimentos, uma patrulha romana o deteve. O decurião se aproximou e jogou um dos indigentes no chão enquanto ele pegava de Diodoro um pedaço de pão. 

      Decurião: -"Saia daqui, seu pestilento! E você, o que anda fazendo? Quem diabos é você?" 

      Diodoro: -"Sou Diodoro, Teólogo do Liceu, ofereço caridade aos pobres deixados para trás por nossa sociedade." 

      Decurião: -"Você vai parar com isso agora mesmo e me seguir antes de pegar uma mandala." 

      Diodoro: -"Meu amigo, por que tanta raiva? A visão deste homem o incomoda tanto que você não suporta o fato de que ele possa viver e se alimentar como bem entender? Essa atitude é muito lamentável e demonstra a extensão do seu egoísmo. Você deveria ter vergonha, usando seu poder para fazer o mal. Quem o ajudará quando precisar? Você gostaria de ser jogado no chão e deixá-lo morrer de fome?" 

      Decurião: -"Quem diabos você pensa que é? Seja você um teólogo ou não, vai sentir meus punhos se não parar agora mesmo." 

      Diodoro: -"Mais uma prova de sua perfídia, meu amigo, ameaças, nada além de ameaças, enquanto eu procuro apenas tornar a vida dessas pessoas mais suportáveis. Bata nele apenas uma vez e você vai colher a ira do Altíssimo!" 

      Decurião: -"Diga-me o que tenho que fazer novamente e é o meu pé no saco que você ganhará!"


    O decurião dispersou à todos e levou Diodoro um pouco mais longe. Ele o agrediu, deixando-o na calçada como um cão sarnento antes de sair sem pedir mais nada. Diodoro poderia ter avisado ao Escolarca e lhe pedido indenização pelo gesto hediondo, mas não o fez porque não guardou ressentimento contra esse homem perdido, que não fora iluminado por Deus. Alguns meses depois, enquanto fazia um novo ato de caridade em um bairro de periferia, ele encontrou o decurião, vestido com trapos, muito magro, sujo e visivelmente doente. Diodoro ficou surpreso ao encontrá-lo lá e alegremente ofereceu-lhe um pouco de pão e uma boa taça de vinho. Ele entendeu que o homem cometera um erro e, em virtude disso, fora condenado por seus superiores. Para evitar o pior, ele preferiu fugir e se encontrava em extrema miséria. Diodoro, por seu ato de caridade, mostrou-lhe o caminho da virtude e o ex-decurião o seguiu, sem nunca mais abandoná-lo. Ele foi aceito no Liceu, com a ajuda do teólogo e logo depois deixou a Grécia, para viajar pelo mundo e falar sobre a bondade da amizade virtuosa. 


    Um reinado que simboliza a unificação 


    Foi em -148 que Diodoro foi promovido à posição de Escolarca. De fato, após a morte de Critolaos, o Cenáculo se reuniu em assembléia extraordinária e o nomeou após votação unânime. Aos Trinta e Três anos, ele se tornou um dos homens mais influentes do mundo helênico. Se, até então, o Liceu tinha se limitado a transmitir a mensagem do Profeta e organizar um projeto de religião, o novo Escolarca se comprometeu a reformular essa organização. Tendo sido criado pelos guias selêucidas oanistas, ele decidiu convidar os líderes da igreja oficial do império vizinho. A Igreja Oanista Selêucida teve sua influência desde os dias de Antíoco I, principalmente por causa das guerras internas que minaram e atrapalharam as fronteiras do império. No entanto, os religiosos permaneceram, em todo o território, como respeitados guias espirituais. Eles conheciam o Liceu e respeitavam as palavras do Escolarca, mas não tinham autoridade na Igreja. Assim, Diodoro propôs a eles unir suas forças e integrar os preceitos oanistas no no ensino do Liceu. 

      Diodoro: "Meus caros amigos, é um imenso privilégio recebê-los aqui. Se vos convidei, foi porque cresci com os seus princípios e valores; e que eles me parecem estar em perfeita harmonia aos ensinamentos do Profeta. Somente nós não somos nada, a verdade e a palavra do Altíssimo são meu único objetivo. Assim, vos proponho a reformulação do Cenáculo do Liceu para incluir os superiores de cada um de seus templos. Desejo que a Igreja Oanista e o Liceu atuem juntos pela grandeza do Todo-Poderoso e pela amizade entre os povos."

    Os guias Oanistas optaram por aceitar e o Liceu foi revolucionado. A partir de agora, os ensinamentos contaram as histórias oanistas e levaram em conta os valores dessa igreja. O Cenáculo tornou-se, assim, ainda mais influente para o grande desgosto de Roma que, apesar da oposição feroz, foi forçada a permitir, correndo o risco de provocar uma revolta que não poderia ser contida. A república romana estava se enfraquecendo a cada dia, as desigualdades entre os plebeus e os praticantes cresciam, os senadores gozavam de um poder quase ilimitado e as guerras estavam se tornando cada vez mais numerosas.

    A igreja Oanista, portanto, confiava nas decisões do Cenáculo. Esse corpo tornou-se um local de grande decisão na escolha de orientações teológicas, na difusão dos escritos e na tomada de palavra em todo o mundo helênico e selêucida. Diodoro foi ainda mais respeitado por esse gesto e ninguém podia questionar suas ações, já que elas eram tão óbvias.


    A morte de um Mártir 


    Ao longo de seu reinado, o Escolarca influenciou seus contemporâneos, agindo sempre em busca de justiça e igualdade através da amizade. Ele escreveu muitos textos com autoridade. Em Roma, porém, tornou-se cada vez mais difícil aceitar essa influência, que estava até afetando os estratos mais baixos da República. As sucessivas guerras travadas por Roma criaram uma lacuna entre os cidadãos mais ricos e os mais pobres. Enfraquecida, a sociedade romana foi muito influenciada pelas ideias e valores do Liceu. Determinado a lutar, o consulado romano conspirou para assassinar o Escolarca, enviando seus melhores homens, disfarçados de plebeus gregos para as proximidades do Liceu. Enquanto Diodoro perambulava pelos jardins do Liceu cercado por cerca de quinze discípulos, os romanos se aproximaram ameaçadores e sacaram suas armas. Um deles deu um passo à frente.

      Romano: "Diodoro de Tyr, você morrerá e suas idéias irão com você!" 

      Diodoro: "A morte não me assusta, meu amigo, servi ao Altíssimo por toda a minha vida e me unirei à ele em Sua glória." 

      Romano: "Depois de o matarmos, incendiaremos seu Liceu e executaremos seus amigos, assim o reinado do seu Deus chega ao fim." 

      Diodoro: "O reinado de Deus não pode chegar ao fim, pois ele é o Todo-Poderoso, o Único e o Criador de todas as coisas. Você tem seu sangue tem seu amor, não pode reconhecer sua bondade? Se você me matar, não vai mudar nada, Deus está no coração e na mente de cada um de seus filhos, mesmo daqueles que não acreditam Nele!"


    Enquanto os capangas do cônsul se lançavam na direção do Escolarca, os discípulos que o acompanhavam se interpuseram e se uniram para protegê-lo. Diodoro tentou dissuadi-los, mas todos permaneceram diante dos incrédulos. Os últimos, surpresos com tal resistência, hesitaram por um momento e depois decidiram derrubar todos com o poder das armas. O massacre foi desprezível e o sangue escorreu pelas placas do chão, deixando uma poça de sangue avermelhada. Os assassinos, então, se viram face a face com Diodoro, que renunciou: 

      Diodoro: "Vão em frente, acabem com isso! Mas lembrem-se que Deus julgará suas ações no momento de sua morte. Não tenho medo porque conheço o caminho que me espera: felicidade e amizade eterna ao lado de Deus e de Aristóteles."

    Diodoro ajoelhou-se e abriu a gola das vestes como sinal de submissão. Os romanos, diante de tamanha coragem, decidiram executá-lo de forma limpa, com um golpe de espada no pescoço. Em um ruído agudo, o Escolarca desabou na própria poça de sangue. Alertados pelo barulho, muitos discípulos reuniram-se e, diante de seu número, os romanos fugiram como ladrões comuns, desistindo de incendiarem o Liceu. Estes assassinos, pagos em Roma, não tiveram que esperar muito tempo. Na verdade, apenas sete dias após a morte de Diodoro, todos eles morreram em terrível sofrimento.

    Os teólogos e membros do Liceu, consternados com tal ato e por amor à Diodoro, prestaram-lhe uma homenagem final e o enterraram com seus antecessores. Assim, em -110, Diodoro entrou no Paraíso Solar por toda a eternidade. [/i]



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MessagePosté le: Lun Avr 27, 2020 5:19 am    Sujet du message: Répondre en citant



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    Santo Erymneos, Sétimo Escolarca


    A infância à luz da teologia


    Erymneos nasceu em Antioquia em -153, capital do Reino Selêucida, de uma família aristocrática. Como o último a nascer, ele estava destinado a conhecer uma vida dedicada à teologia. Assim, ele passou a infância no Templo de Antioquia, fundado por Antíoco I, aprendendo a mensagem do profeta Aristóteles e os ensinamentos de Oane. Com muito ardor, ele absorveu os escritos de Aristóteles e os textos dos fieis oanistas. Até os treze anos de idade, este era o seu único alimento espiritual.

    No mesmo dia do seu décimo terceiro aniversário, enquanto observava Antioquia de uma torre do templo, algo extraordinário aconteceu. Uma figura emergiu do céu e veio em sua direção. Erymneos não entendeu imediatamente o que estava acontecendo, o medo o tomou por um momento e, então, um grande calor penetrou no fundo do seu coração. Diante dos seus olhos, a figura veio em sua direção, permitindo-o descobrir o corpo de um homem vestido apenas de branco, que o saudou e entregou uma mensagem.

      "Erymneos, eu sou Miguel, o Arcanjo da Justiça, enviado por Deus para iluminar o seu destino. Dedique sua vida a trabalhar pela justiça, mostre às pessoas que Deus é bom, que Ele é o Único, que Ele é Amor. Durante toda a sua vida, você deve defender os preceitos de Aristóteles e lutar para que a justiça possa brilhar ao ar livre como o sol brilha em um dia de verão. Deus te escolheu porque você é virtuoso e bom, e seu coração e alma não será corrompida pelos vícios do poder. Durante toda a sua vida, você será a personificação da virtude e da justiça e deverá lutar contra a corrupção do bem pelo mal, incluindo até aqueles que considera mais fervorosos."

    O jovem foi transformado por essa aparição e se dedicou ainda mais ao estudo da teologia. Demonstrou tanta excelência em sua juventude, que foi elogiado pelo guia do templo de Antioquia e, mais tarde, pelos guias dos outros templos selêucidas. Aos vinte anos, foi nomeado tutor de Antíoco VIII, descendente de Antíoco I e destinado a tomar as rédeas do Reino. Ele ensinou à este último o que havia aprendido, ao mesmo tempo em que forjava uma verdadeira amizade, e transmitiu a Fé em Deus para que o futuro Rei continuasse o trabalho de seu ilustre antecessor, Antíoco I.

    Por sua trigésima primavera, por causa de sua virtude e quase perfeição em teologia, ele foi nomeado Guia Espiritual do Templo de Antioquia. Este templo era o maior templo dedicado ao Todo-Poderoso do Reino e, anteriormente, ao Império Selêucida. Portanto, de acordo com as regras do Liceu, ele foi convidado a sentar-se no Cenáculo. Lá, ele conheceu os melhores teólogos e o Escolarca Diodoro. Erymneos aprendeu muito ao seu lado e logo foi encarregado de promover a justiça, através da influência do Liceu, entre os grandes dos mundos grego e romano.


    A Justiça como Virtude


    Na década que se seguiu, Erymneos esforçou-se por defender os valores da justiça. Ele tinha desenvolvido uma concepção teologicamente fundamentada desta virtude. Baseado no julgamento divino, ele criou uma filosofia de justiça analisando as ações e as palavras dos homens. Assim, quando a sua ajuda era procurada para resolver um conflito ou por fim em um dilema, a sua decisão era sempre aplicada por ser justa. Diodoro, o Escolarca do Liceu, tendo notado muito cedo a sua aptidão, colocou-o à cargo desta disciplina.

      Diorodo: "Meu caro Erymneos, encarrego-o de promover a virtuosa justiça de Deus aos homens. Use os teus conhecimentos e a influência do Liceu para incutir no coração dos homens o que é justo e virtuoso."

      Erymneos: "Mas, caro Escolarca, não há risco de provocarmos a ira dos governantes e aristocratas?"

      Diorodo: "Não há intenção de substituir sistema de justiça em vigor. Ambos sabemos que ela é corrupta e que suas decisões são injustas. É a justiça do dinheiro e do vício. Você lutará contra essa farsa da justiça, mas só poderá fazer isso por si mesmo. Faça de si o advogado das causas perdidas, o defensor dos pobres e do povo contra a opressão. Seu papel também será servir como mediador. Pela palavra, você poderá resolver muitos casos..."

    A Grécia, sob o domínio romano, adotou seu complexo sistema jurídico. Erymneos tornou-se um advogado renomado e nunca perdeu um caso. De fato, o teólogo sempre optou por defender as injustiças cometidas contra as pessoas comuns. Tornou-se uma figura popular na luta contra a corrupção e o abuso. Seu comprometimento e entusiasmo fizeram dele um temido oponente, Erymneos desenvolveu ainda mais o impacto do Liceu na vida grega e o seu talento foi exportado para Roma, onde foi muito elogiado no mundo jurídico. Os melhores advogados, quando questionados, citaram Erymneos como exemplo. Como prova de sua virtude, Erymneos não cobrava por seus serviços, uma vez que fazer justiça e poder influenciar no destino de homens e mulheres quebrados pela corrupção era sua única remuneração. Erymneos costumava dizer que a satisfação de ter posto fim à injustiça valia todo o ouro do mundo.

    O homem também não negligenciou as questões espirituais, uma vez que era membro de pleno direito do cenáculo. Ele também aplicava os mesmos preceitos utilizados nos Tribunais quando era necessário um mediador para resolver um conflito. Ele se tornou o teólogo mais respeitado depois do Escolarca Diodoro, eis que poucos foram os que questionaram a verdade de suas palavras.

    Até os quarenta e três anos, Erymneos continuou seu negócio. Ele se tornou, não apenas o teólogo mais influente do Liceu, mas também um dos homens mais respeitados das classes mais baixas. Quando Diodoro foi assassinado, Erymneos foi devastado por toda a covardia e ignomínia. O Cenáculo do Liceu não estava preparado para tal evento e precisou reagir. Um conselho extraordinário foi convocado com urgência para se pronunciar sobre duas questões: a eleição do novo Escolarca e a atitude a ser adotada para expressar a indignação de todos, diante do assassinato de Diodoro.


    Uma Nova Era


    Em -110, Erymneos foi eleito, unanimemente pelo cenáculo, o sétimo escolarca do Liceu. Seu primeiro desafio foi resolver a questão da morte de seu antecessor. A grande maioria de teólogos, diante da monstruosidade do assassinato de Diodoro e do massacre de discípulos ao seu redor, opinou para que o Liceu formasse uma milícia armada para defender seus interesses. Erymneos se ofendeu com tal proposta.

      Erymneos: "O Liceu não foi fundado para treinar soldados e defender seus interesses. Foi fundada pelo profeta Aristóteles para difundir a mensagem do Altíssimo. Quer defender nossos interesses é contrário à virtude, incentivar a violência à palavra é uma aberração. O assassinato de Diodoro foi profundamente injusto, é claro, mas nos comprometermos no altar da violência destruirá tudo pelo que Aristóteles e seus sucessores lutaram. Recuso-me a transformar o Liceu em uma academia militar. Lutaremos, sim, mas com nosso coração, nossa alma e nosso discurso!"

    A palavra de Erymneos foi respeitada, mas os eventos que se seguiram à morte de Diodoro criaram uma grande perturbação no Liceu. A morte de Diodoro, embora mascarada pela astúcia de Roma, logo se transformou em rumores. Os gregos souberam rapidamente que o Cônsul da República Romana era o instigador do assassinato. O medo penetrou tanto na sociedade grega que nenhum discípulo foi enviado por vários anos. Pior, muitos deixaram o Liceu por medo de represálias. Roma, assim, ganhou sua primeira batalha contra os teólogos e influência. Não querendo criar um mártir, o cônsul ordenou que ninguém mais fosse morto. Todavia, os membros da academia foram incessantemente perseguidos. Erymneos foi convidado a deixar de atuar como advogado, pois todas as decisões se tornaram desfavoráveis a ele, apesar da excelência de seus discursos.

    O Liceu se retirou em si mesmo e, apesar de sua boa vontade, o Escolarca não conseguiu manter o equilíbrio. Os anos se passaram e, embora o Cenáculo tenha mantido grande parte de sua influência na aristocracia grega, selêucida e romana, as pessoas comuns se afastaram dele, intimidadas e assustadas. Os discípulos e teólogos permaneceram enclausurados dentro dos muros do Liceu, obrigados a acolher aqueles que desejavam utilizar seus serviços. Esta situação inevitavelmente levou a novos tumultos, já que alguns teólogos se envolveram na busca pelo poder. Os aristocratas gregos e romanos, os únicos que ousaram desafiar a proibição simbólica de Roma no Liceu, tentaram abusar do Liceu para forçar seu destino e conquistar ainda mais riqueza. Alguns teólogos, então, começaram a encontrar sua própria corrente entre os discípulos que ainda permaneciam no Liceu. Apesar de toda a delicadeza que demonstraram, Erymneos não se enganou. Ele sentiu um vento de revolta e o cheiro da corrupção infectando os corredores do próprio cenáculo.


    A Marcha dos Virtuosos


    Durante uma noite sem lua, Erymneos teve um sonho estranho. Ele sonhava que viajava pelo tempo e pelo espaço para alcançar o Sol. Lá, ele conheceu Aristóteles, que o ordenou a reunir o Liceu e testar a fé de todos os seus membros. No dia seguinte, ele convocou todos os discípulos e teólogos para um conselho extraordinário e, então, ele contou à todos o que havia sonhado.

      Erymneos: "Ontem à noite eu tive um sonho. Eu sonhei que o Liceu se levantaria como um homem para lutar contra seus demônios. Eu tive um sonho em que lutaríamos juntos pela virtude e pela fé, na prova que Deus nos enviaria. Hoje partiremos à pé para o Monte Citerão, sem água e nem comida e, juntos, o escalamos para a glória do Altíssimo. Que aqueles que se recusam a se submeter à decisão do Altíssimo abandonem imediatamente o Liceu e que aqueles que aceitarem o desafio, iluminem a humanidade com seu fervor. Que aqueles que amam à Deus me sigam!"

    Em -90, o Liceu tinha apenas doze teólogos e trinta discípulos. Três teólogos e uma dúzia de discípulos decidiram partir voluntariamente, sabendo que eram incapazes de tal façanha. Todos os outros seguiram os passos do Escolarca para atravessar Axos e Atenas, rumo ao norte. Depois de três dias, dois teólogos desistiram, seguidos por alguns discípulos. A marcha foi longa e árdua, com o sol e o calor minando o entusiasmo. Erymneos, que liderava a procissão, parecia não ter sede nem fome, tampouco sofrer pelas condições climáticas. Ele avançava como um pastor guiando suas ovelhas. Muitos sofreram com a provação, perdendo peso com o passar dos dias e quase dormindo enquanto caminhavam. Após dez dias, os fiéis de Deus alcançaram o pé do Monte Citerão. Uma provação real, então, começou a testar a fé de cada um. Subindo a montanha pé por pé, Erymneos parecia ser carregado por uma força intangível, ele sorria toda vez que um de seus acompanhantes o observava, rezava ao Todo-Poderoso à cada hora, enquanto a maioria deles apenas descansava. Um deles, Dhamianós, discípulo de apenas dez anos de idade, parecia ser tomado pelo mesmo fervor. Ele procurava ajudar os outros, instilando neles o amor do Todo-Poderoso. Infelizmente, nem todos foram virtuosos e muitos morreram durante a subida. Erymneos insistiu que eles fossem enterrados com dignidade e fez um discurso de redenção para cada um deles. Finalmente, a procissão concluiu sua jornada e alcançou o topo do Monte Citerão. Erymneos estava cercado por apenas seis teólogos e quinze discípulos. Todos dormiram no cume, enfrentando o frio e a noite e, ao amanhecer, todos recuperaram suas forças. O caminho de volta para casa foi ainda mais fácil e Erymneos os parabenizou no topo da montanha.

      Erymneos: "Meus amigos, meus irmãos, nós conseguimos! Superamos a prova que Deus nos impôs graças a nossa fé e amor por ele. De agora em diante, devemos reconstruir o Liceu e manter viva a palavra de Deus ao longo da história."


    A procissão voltou na metade do tempo, tranquilizada pela fé que fora destilada neles durante essa jornada. Ao mesmo tempo, o Escolarca adquiriu o apelido de "Advogado dos Perdidos". Uma vez no Liceu, Erymneos recuperou o controle da instituição e respirou um novo vento de virtude. Ele decidiu realizar serviços dedicados ao Altíssimo todos os dias e impôs jejum uma vez por mês.


    O fim da vida dedicada ao Altíssimo


    A influência do Liceu havia perdido seu brilho na República Romana, mas permaneceu ainda mais presente na Grécia e no Reino Selêucida. Para os lados de Antioquia, foram contadas as façanhas de Escolarca e seus seguidores; os templos selêucidas, que mantinham o monopólio da espiritualidade em todo o reino, experimentaram um reavivamento do fervor e um influxo de fieis. Quanto ao Liceu, uma vez mais, passou a ser frequentado por novos discípulos que se maravilharam com as façanhas do Escolarca e de seus seguidores. Mesmo em Roma, ouviu-se falar da marcha virtuosa de Erymneos. Alguns queriam acreditar, mas outros, em sua soberba, preferiram pensar que era uma história infantil contada ao redor da lareira.

    Aos setenta e três anos, Erymneos foi vítima de uma tentativa de assassinato, enquanto fazia um discurso em frente ao Liceu para uma multidão de espectadores. Do telhado de uma cabana, uma flecha foi disparada e o atingiu no abdômen. O Escolarca sorriu e se ajoelhou. Ele pegou a flecha com as duas mãos e puxou-a para fora com um golpe brusco. Dhamianós, que agora o acompanhava a cada passo que ele dava no Liceu, veio ao seu lado para ajudá-lo a se levantar e apoiá-lo. Ele colocou a mão na ferida de Escolarca, rezando ao Altíssimo para que ele salvasse esse homem extraordinário que era Eymneos.

      Dhamianós: "Erymneos, você não pode morrer!"

      Erymneos: "Eu sou forte graças à fé... mas não tanto. O crepúsculo me invade, e logo a noite cairá... E assim é o caminho da Fé..."

      Dhamianós: "Eu daria minha vida para salvá-lo. Deus, ouça minha prece e leve a minha vida em troca da dele."

      Erymneos: "Você não entendeu? Se eu vou morrer assim, é porque Deus me lembra que já cumpri o meu destino..."



    Mas o Escolarca não morreu naquele dia, ele viveu mais dois longos anos, anos de sofrimento, tendo em vista que nunca se recuperou totalmente de sua ferida profunda. Mais uma vez, Roma tentou matar a serpente pela raiz e silenciar os boatos que vinham da Grécia, que iluminou o coração dos homens com o amor de um único Deus. O Escolarca aproveitou a sua sobrevivência para escrever. De fato, ele se sentiu investido na missão divina de perpetuar a história do Liceu ao longo dos tempos. Ele registrou e esboçou a vida de cada Escolarca, desde Teofrasto, e os grandes textos que cada um tinha produzido.

    Em -78, aos setenta e cinco anos e, após trinta e dois anos de reinado, Erymneos, o Advogado dos Perdidos, o andarilho de Deus, morreu durante o sono, com um sorriso fixo no seu rosto por se juntar ao Altíssimo e à Aristóteles no Paraíso Solar.



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