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[Textos Doutrinários] As Doutrinas da Igreja Aristotélica

 
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Adonnis
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MessagePosté le: Dim Fév 13, 2022 8:02 pm    Sujet du message: [Textos Doutrinários] As Doutrinas da Igreja Aristotélica Répondre en citant



Citation:



    A Governança na Fé e na Virtude

    No ensaio sobre as contradições no seio da Igreja, tentei mostrar como a natureza obrigatória do batismo e o conteúdo coercitivo das concordatas eram antinômicos aos fundamentos dogmáticos aristotélicos. A Igreja e os governantes temporais teriam assim se desviado a fim de melhor impor a virtude, quebrando assim o livre arbítrio de que cada pessoa é dotada desde o nascimento pelo Altíssimo. Se não se trata de voltar atrás neste postulado, que eu defendi e ainda defendo, parece igualmente necessário mostrar como o batismo e a fé aristotélica são a própria essência do poder temporal.


    • Conduzindo a cidade para o bem comum


      A competência primária de um funcionário eleito temporal, seja ele um Prefeito, Conselheiro Ducal ou Condal, Duque ou Conde e até mesmo Rei, é orientar aqueles pelos quais ele é responsável, aqueles que são chamados de administrados ou súditos. Guiar o próprio povo não pode ser feito para a própria grandeza, mas para a do povo. A ambição de carreira pode ser parte da força motriz por trás da liderança do governante, uma vez que não se é capaz de abraçar tais posições por acaso. Entretanto, é fundamental que a outra vertente do que conduz a esses altos cargos, a mais importante, mesmo a mais fundamental, seja ter uma visão do interesse coletivo, do que se deve fazer por seu povo. E foi Aristóteles quem explicou isto muito bem, falando sobre a moralidade.

      Vida de Aristóteles, Diálogos X - A Moral a écrit:
      Porque o bem supremo reside no divino [...] O bem do homem, isto é, o que tende a realizar a perfeição da sua própria natureza, é portanto uma vida dedicada a assegurar as condições de harmonia no seio da cidade. Agora, o bem da cidade é tudo o que contribui para o seu equilíbrio, uma vez que a natureza da comunidade é a de se perpetuar. Assim sendo, tu podes constatar: o bem do homem leva ao bem da cidade.


      O profeta, portanto, sustenta esta frase: o bem do homem está no divino. Este bem do homem é o que leva ao bem da cidade. Mas este argumento não termina aí, se o bem do homem leva ao bem da cidade, então o bem da cidade reforça o bem do homem, porque um não pode viver sem o outro. O líder deve estar inevitavelmente nesta perspectiva, a de perpetuar a comunidade, de trazer o equilíbrio ao coração da cidade. Então, como se pode ser um líder sem estar ciente disso? Como liderar sem ter sempre em mente, o que deve orientar a própria política de governança? Nada mais, portanto, entra em jogo, pois o resto é apenas uma questão menor de economia e política, cujo único objetivo é assegurar o preceito fundamental revelado por Aristóteles.

      Então, surge a questão de como um governante pode governar se não é um homem de virtude, consciente de que deve trazer a harmonia ao povo, que deve guiar a cidade em direção ao equilíbrio a fim de assegurar sua continuidade e o bem de cada indivíduo dentro dela?


    • O batismo abre o caminho para a virtude


      Muitas vezes, é apresentado o argumento do batismo tornado obrigatório pelas concordatas para os eleitos ducais e condais. Muitas vezes, uma lista é aceita e validada em função do número de pessoas batizadas que possui. É este o principal critério que motiva a decisão de validar uma lista? Isto é precisamente uma aberração porque não é tanto o batismo que importa, mas o que ele significa para o governante temporal. Sim, o batismo é um compromisso e, sobretudo, uma forma de afirmar a todos que se pertence a uma comunidade que busca harmonia e paz. Mais uma vez, vou citar o Mito Aristotélico que expressa bem o que o batismo simboliza.

      Livro do Fim dos Tempos, Capítulo V: As Questões a écrit:
      Eu fiz de vós eleitos no momento do vosso nascimento, porque vós tendem naturalmente para Mim. São os vossos pecados que vos desviam da Minha divina perfeição. O batismo possibilita que a virtude redima o pecado, possibilita que o amor vença a apatia. [...] Este sacramento é apenas um meio de viver em virtude.


      A forte idéia do que é o batismo pode ser resumida nesta palavra: virtude. Sim, o batismo, mesmo que não seja a garantia de ser um indivíduo de virtude, perfeito e irrepreensível, é o que abre o caminho. Este sacramento é a porta de entrada para uma concepção espiritual da vida. Ela afasta o indivíduo da concepção puramente materialista de sua existência e é, portanto, na minha opinião, o que deve guiar o líder acima de tudo. Não se pode ser um governante para a riqueza ou para atrair o poder, pois isso é negar a virtude e abraçar o vício. O bem da cidade não pode ser encontrado no vício de um governante.

      Para ir mais longe, o batismo, por ser precedido pelo cuidado pastoral que dá a base dogmática e canônica do que é a Igreja, traz luz e conhecimento àquele que recebe o sacramento. O indivíduo então possui o conhecimento da mensagem dos profetas, seus ensinamentos e, portanto, a palavra do Altíssimo. Assim, o homem não pode se esconder atrás da ignorância. Um governante que não tenha recebido o sacramento do batismo seria um homem que é complacente em sua ignorância e se recusa a ver que a virtude é o único caminho que pode levar a cidade a se perpetuar. O exemplo de Oanylone, porque os homens haviam esquecido Deus, a fé e as virtudes, é o mais revelador. A cidade, administrada em total preguiça, tornou-se o lugar das piores exações e do comportamento mais cruel. Oanylone pereceu em sangue e violência, ficou atolada na pobreza e, no final, foi pela mão de Deus que veio o castigo final.

      Portanto, há apenas um caminho que pode ser seguido para guiar a comunidade, para liderar a cidade, o da Fé.


    • A fé é o último baluarte da salvação humana


      Se o batismo é o início do caminho virtuoso para o paraíso, ele pressupõe que o homem tenha fé. Isto pode parecer como afirmar o óbvio, mas nos dias de hoje é importante dizer isso. Pois sim, há muitos que são batizados por interesse e não por convicção ou porque a fé em Deus os tocou. Christos disse há muito tempo que esta é uma máxima muito precisa.

      Logion 14 de Christos a écrit:
      Acreditem em Deus, porque, além de Deus e da religião, não há verdade, não há valores, não há significado; nada existe além de Deus. Por outro lado, a sua existência é livre, por isso acreditem nele e deixem de fadigar-me.


      Com exceção do final desta linha, só se pode concordar que faz todo o sentido. Como Deus é matéria, movimento, o Criador de todas as coisas, não faz sentido se afastar Dele. A fé, porque leva à virtude, é, portanto, o que conduzirá o Homem à sua salvação, como o próprio Deus explica a Ysupso.

      Livro do Fim dos Tempos, Capítulo V - As Questões a écrit:
      O futuro do mundo depende apenas da vossa virtude. Devem respeitar o Mundo que Eu transmiti a Aristóteles e a Christos, pois, se o vosso comportamento for semelhante ao dos habitantes de Oanylone, o vosso destino estará vinculado ao destino do mundo que tanto amais.


      Ysupso até acrescentou que seria a virtude que decidiria o destino da humanidade.

      Livro do Fim dos Tempos, Capítulo IV - O Julgamento Divino a écrit:
      A virtude deve guiar cada um dos nossos passos. Todos devem transmitir a virtude para os seus descendentes. Tal é a Palavra de Deus. Nenhum de nós pode escapar do sábio caminho da Sua mão, ou chegará o dia em que o mundo desaparecerá e todos nós seremos julgados.


      O que mais pode ser dito? Exceto que o destino de toda a humanidade, sua salvação, depende da virtude que ela terá, do amor que dedicará ao Altíssimo. Assim, quem melhor que um fiel aristotélico pode liderar o povo? Através da fé, ele agirá mais virtuosamente, guiado pelo espiritual e pelo homem da Igreja. O que o motivará será o bem comum, e este bem comum não pode ser extraído da fé e da virtude. Um líder esclarecido saberá tomar as palavras de Ysupso como um lema e conduzir seu povo nos passos virtuosos como Deus ensinou aos homens através das palavras de Seus profetas.


    • Governar é conciliar a fé e a virtude


      O governo de um estado, de um ducado, de um condado ou de uma cidade não pode, portanto, ser o trabalho de um indivíduo qualquer que lá chegou porque o lugar era quente e que tenha uma concepção puramente materialista da vida. O governante não pode ser um pagão que desconhece o que é virtude, uma pessoa infiel, pois isso não pode levar ao bem do Homem e ao bem coletivo. Como tenho demonstrado tão rigorosamente, o governante só pode ser uma pessoa fiel que conhece a mensagem do Altíssimo e os ensinamentos dos profetas. Tomemos o exemplo de São Luís, Rei da França, que foi um desses governantes iluminados, fiel entre os fiéis. Ele recebeu a santificação por ter trabalhado em virtude e fé. Portanto, ouçamos a sua prece de quando ele esteve preocupado com o Languedoc.

      Vida de São Luís, Rei da França a écrit:

      «Entrego-me a Ti, Criador de todas as coisas.
      Tu que confiaste a terra ao Humano para te servir,
      Ajuda-me a ser a coroa de espinhos que manterá o herege afastado das nossas terras,
      Ajuda-me a proteger a terra de Languedoc da sombra da criatura sem nome,
      Que as nossas terras não sofram, como Christos sofreu,
      Que desta vez sejam os nossos espinhos que furem os corações dos Teus inimigos.»



      São Luís, Rei da França, portanto, recorre a Deus em busca de ajuda. Ele busca a luz de seu Criador para guiar suas ações e se comportar como um governante iluminado. Que um Homem que tem nas mãos o destino de uma nação deve confiar em sua fé para liderar é prova de um senso inato de virtude, de uma capacidade de questionar-se e de apelar para Deus, como que para provar seu caráter imperfeito e apelar para a perfeição do Todo-Poderoso.

      Enfim, para mostrar como a liderança só pode estar intimamente ligada à fé aristotélica, quero falar do sonho de Aristóteles sobre a cidade ideal, a cidade que ele construiu após a queda de Aornos. Esta cidade era composta por três círculos correspondentes a três classes de cidadãos, a classe de bronze composta pelos produtores. A classe de prata, a dos soldados, e a classe de ouro, a dos sábios governantes da cidade, da qual ele fala nestes termos.

      Vida de Aristóteles, Diálogos XI - O sonho a écrit:

      A terceira classe de cidadãos é a dos reis filósofos, a classe dourada. Estes são os mais antigos [...] Seu único bem é a razão, pois são libertos de suas posses terrenas. Sua fé em Deus é sua única arma. Eles são ilustrados pela prática das virtudes da maneira mais perfeita. [...] constituir o governo da cidade.



      Esta é a reflexão final, se alguma fosse necessária, para demonstrar que os líderes temporais só podem ser fiéis aristotélicos. Sim, é a fé deles que deve guiar sua ação, porque esta fé os faz agir virtuosamente e os leva a pensar em ação política para o bem coletivo. A única busca que o governante temporal deve ter é a de preservar a comunidade, fazê-la viver e dar-lhe esperança e futuro. Como isso pode ser feito se não se está ciente da mensagem de Deus e dos ensinamentos de Aristóteles e Cristos? Como se pode orientar as pessoas para a felicidade se não se entende o conceito? Quando se ignora as noções de vícios e virtudes, como não deixar que a comunidade se afunde no estupor e conduza o homem ao terrível julgamento de Deus? Assim, mesmo que eu permaneça firmemente convencido de que a Igreja não pode impor a ninguém que abrace sua fé para aceder às funções de liderança, é totalmente absurdo que as rédeas de um estado, de um ducado, de um condado ou mesmo de uma cidade sejam entregues nas mãos de um pagão ou de um homem ignorante da virtude e do amor a Deus.


    Redigido em maio de 1460 pelo Monsenhor Bender Rodriguez.


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Adonnis
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MessagePosté le: Dim Fév 13, 2022 8:02 pm    Sujet du message: Répondre en citant



Citation:



    A vocação religiosa através do dom de si

    O Dom de Si


    Antes de mais nada, é necessário entender qual é a virtude do dom de si mesmo. Como colocar em prática esta virtude fundamental que cria o vínculo entre os membros da comunidade humana. Na questão fundamental desta virtude, uma coisa é essencial, mesmo antes de qualquer reflexão. Esta coisa, no centro de tudo o que pode ser escrito, é o Ser. Parece impensável falar de doação sem falar deste "eu" em questão, este "eu" que na verdade não é um "eu". Pois sim, não pode ser resumido em uma entidade tão singular. Esta virtude, o cimento de nossa comunidade, é refletida através de um "eu". Para ir ainda mais longe, podemos dizer que este "eu" deve ser colocado frente a frente com o outro, este famoso par, este reflexo de si mesmo que devolve tantos elementos necessários para o desenvolvimento deste "eu". Para entender isso, basta fazer a nós mesmos estas simples perguntas: o que seria de mim se estivesse sozinho? Eu poderia falar se eu fosse o único da minha espécie? Eu seria eu se o outro não fosse "ele"?

    O "eu" é, portanto, o resultado da vida na comunidade humana, e é também um reflexo da comunicação que foi estabelecida entre cada indivíduo. Se somos todos semelhantes porque o Altíssimo nos fez do mesmo material, nos moldou de forma idêntica, somos no entanto singulares e únicos, dotados de uma alma que cria esse "eu". Mas além desta questão puramente filosófica, o "eu" é essencialmente uma qualidade espiritual, o "eu" é a alma que anima o corpo e o transforma em algo que não seja uma simples concha vazia. Esta alma, este "eu" é, em última análise, a imagem do Altíssimo que é o "eu" perfeito. Uma passagem do Mito Aristotélico traduz isto, palavras do Altíssimo inspiradas e transmitidas a Oane.

    Livro da Criação - Capítulo VIII - « A Decisão » a écrit:

    « Eu fiz da tua espécie Meus filhos. Eu faço agora dos vossos espíritos, almas. Elas diferenciam-se dos espíritos das outras espécies na medida que elas ficarão daqui por diante as únicas de natureza superior, a virem até a Minha divina perfeição. Assim, eu divido o tempo em sete partes, chamados "dias", para que a cada sétimo dia, tu e os teus se reúnam para honrar o vosso pai: Eu. »


    Assim, no final, é uma questão de "dar ao Altíssimo", já que Ele é o "Eu" perfeito que fez de nós o que somos. Entregar-se a outro é entregar-se a Deus. O Ser está, portanto, no centro do que é, porque sem o Ser, nada pode ser. Isto pode parecer óbvio, mas não é simplesmente o indivíduo em termos de um envelope ou uma alma que esta virtude deve ser concebida, não, ela deve ser concebida a partir do eu como uma alma entre outras almas, singular e única, mas semelhante e igual a outras. Foi Aristóteles quem demonstrou a importância para o Homem de viver na cidade. Uma observação é, portanto, essencial acima de tudo: para praticar a virtude, é preciso viver com os outros. O dom de si mesmo implica em devolver uma parte deste "eu", que na verdade é um "eu", ao outro. Não é apenas uma espécie de atitude sacrificial, mas um desejo de criar um elo entre os pares, de construir o cimento que compõe qualquer comunidade, qualquer fraternidade. Mas como podemos desenvolver esta virtude como devemos? Como podemos agir melhor para colocá-lo em prática? O Arcanjo Micael, Arcanjo do Dom de Si, diz isso corretamente na oração que ele fez ao Altíssimo.

    São Micael a écrit:

    « Ó Deus Todo-Poderoso,
    Pai da Humanidade
    E Omnipotência Divina,
    Fecha os meus ouvidos
    Às tentações
    E abre os meus olhos
    A um amor sem fim que tu me dás,
    Que eu possa dar àqueles que devem receber,
    Amar aqueles que devem ser,
    Sabendo sempre,
    Que se eu não estivesse lá,
    Qualquer outro estaria lá para o fazer
    Pois és Tu que falas pela minha boca
    E quem trabalha pelas minhas mãos.
    Perdoa o meu irmão e todos os outros
    Eles não sabem o que fazem. »


    O dom de si é, portanto, aquela virtude que permite a cada pessoa expressar sua natureza fundamentalmente humana, sua semelhança com os outros, com seu próximo. O homem de fé ou da igreja não é uma exceção a esta regra, pois antes de ser padre, bispo ou pároco, ele é um homem. É, portanto, bastante natural que encontremos esta virtude no que faz do clérigo um ser pertencente à comunidade. Mas esta virtude é exacerbada em sua vocação de conduzir a humanidade em direção a sua salvação. Portanto, é relevante refletir sobre a medida em que o homem de religião exerce esta virtude e o que seu status humano implica na prática de sua missão eclesiástica.


    O sacrifício dos religiosos, um dom de si para a salvação dos outros


    É essencial nos perguntarmos primeiro o que significa vocação. É o ato pelo qual Deus predestina cada homem para um papel determinado. Este papel constitui a finalidade de sua existência pessoal, para a qual ele veio ao mundo. Pode-se então perguntar até que ponto o indivíduo é livre para abraçar esta vocação religiosa e se as restrições desta vida não são ainda maiores do que o simples dom de si mesmo. A questão do sacrifício é levantada porque, como Christos disse aos apóstolos:

    Vida de Christos, Capítulo VIII a écrit:

    Se vocês optarem por se dedicarem a guiar outras pessoas no caminho da Igreja, será necessário priorizarem à Deus. Depois, afastem-se dos seus bens, do seu trabalho, das suas ferramentas, digam adeus à sua família... Prefiram a simplicidade e as instruções aos ornamentos das pessoas ricas e às belas decorações. Pois nossa tarefa exigirá que sacrifiquemos o bem pessoal ao bem coletivo, ainda assim, em troca, vocês se tornarão santos entre os filhos de Deus.


    É, portanto, um sacerdócio, aquele estado que faz do Homem o pastor que conduz as ovelhas. Os religiosos têm o privilégio do sacro, eles são os faróis da Fé no oceano da noite escura da humanidade. Cada um deles se oferece como sacrifício para rezar em nome do povo e transmitir o ensinamento dos profetas e o amor do Altíssimo. Assim, como bem disse Christos, o homem de fé, o homem religioso que se comprometeu a servir o Todo-Poderoso, terá que enfrentar todas as dores do rigor de sua condição antes de poder colher as recompensas de seu sacrifício.

    Vida de Christos, Capítulo VIII a écrit:

    A estrada será longa e tortuosa, o caminho será difícil, o horizonte será distante, a encosta ingrime, mas o sol iluminará nossos passos. Teremos problemas, disputas, raivas, paixões, hesitações, mas o amor e a amizade nos unirão e o próprio Deus nos apoiará.


    Não há necessidade de procurar mais a questão central que deve orientar a vida dos religiosos. É, naturalmente, uma virtude, pois dela flui este comportamento sacrificial. Esta virtude que São Bento chamou de nobreza de alma e com a qual ele aconselhou a não se contentar. Expressando a fragilidade desta nobreza diante das provas que os seres humanos reservam para seus semelhantes. Nessas palavras, ele explicou:

    Hagiografia de São Bento a écrit:

    Só existe nobreza na alma, e é no seu coração que você deve ser nobre. Mas saiba que, mesmo assim, você estará vulnerável, porque a nobreza costuma ser prejudicada pela mesquinhez


    Mas da virtude, é Aristóteles quem fala melhor. Mesmo que ele não fale dos eclesiastes, já que eles não existiam na época, seus ensinamentos e sua mensagem têm um caráter transcendental. O profeta fala do homem como um ser vivo e nenhum homem da igreja pode escapar desta pertença. Segundo o profeta, a virtude só pode ser praticada com os outros, dentro da comunidade, e não apenas como um eremita. O mito do recluso religioso em sua igreja por causa da Grandeza do Altíssimo não tem, portanto, sentido. Ele deve estar com seu próprio povo, como explicou o mensageiro do Altíssimo ao eremita que encontrou em seu caminho.

    Vida de Aristóteles, Diálogos XII: O Eremita a écrit:

    Ser um humano é viver de acordo com a virtude. E a virtude é uma prática que só se pode exprimir com os outros. Você vive bem certamente, mas não pratica nenhuma virtude, já que não existe ninguém com quem a possa praticar. Vive como um urso, independente. Mas alguém viu um urso mostrar virtude? Você não é um homem feliz, já que nem sequer é um humano. Um humano tem amigos, onde estão os seus?


    Estas palavras também ligam virtude à felicidade e até mesmo ao caráter humano daquele que vive separado dos outros, privando-o assim, por essência, de qualquer virtude. Assim, a virtude leva à felicidade e esta felicidade depende dos outros e de pertencer a uma comunidade formada por seus semelhantes. Esta comunidade, que Aristóteles chama de "cidade" e que se refere à comunidade aristotélica para os religiosos, incluindo os fiéis e clérigos, só pode florescer através da virtude. Assim, não há dúvida de que o clérigo, como o simples camponês, alcança a felicidade através de seus vínculos com os outros. É por isso que esta passagem, que mais uma vez cita o primeiro profeta, é tão significativa.

    Vida de Aristóteles, Diálogos X: A Moral a écrit:

    O bem do homem, isto é, o que tende a realizar a perfeição da sua própria natureza, é portanto uma vida dedicada a assegurar as condições de harmonia no seio da cidade. Agora, o bem da cidade é tudo o que contribui para o seu equilíbrio, uma vez que a natureza da comunidade é a de se perpetuar. Assim sendo, tu podes constatar: o bem do homem leva ao bem da cidade.


    O bem do homem seria, portanto, o que traz o bem da cidade. Isto também significa que a virtude leva ao bem da cidade e que é somente na comunidade que este bem pode ser expresso. Uma espécie de círculo de perfeição é então desenhado no qual virtude, felicidade e o bem comum estão todos ligados. O homem está no centro deste círculo e aqueles que dele saem não podem ser virtuosos. Portanto, eles não conhecerão a felicidade e só diminuirão o bem comum ao enfraquecer a unidade da comunidade. Foi isso que Christos explicou a seus apóstolos com as seguintes palavras:

    Vida de Christos, Capítulo VIII a écrit:

    Se você quiser viver em grupo, no amor ao próximo e na multidão, se você deseja compartilhar seu pão com seus amigos, com seus irmãos, então venha até mim e siga-me. Nesse caso, se você cair no caminho, um irmão irá ampará-lo e ajudá-lo.


    A solidariedade decorre desta virtude e contribui para o bem comum e, portanto, para a felicidade do indivíduo. O indivíduo realizado pode então mostrar virtude e tender a melhorar a "cidade", participando de seu desenvolvimento e perpetuação. Não há outro sistema que possa ser tão fiel à mensagem do Todo-Poderoso. Baseada no amor, a virtude guia o homem em sua vida diária.

    E quanto aos religiosos em tudo isso? Certamente não foge desta regra, mesmo que esteja integrada em uma comunidade dentro da comunidade dos Homens. A amizade aristotélica no coração da humanidade. Muitas vezes em comparação com o pastor que guia seu rebanho, ficando assim encarregado de proteger cada membro, do primeiro ao último, do mais jovem ao mais velho, com o único objetivo de chegar com segurança ao seu destino, a pessoa religiosa deve ser virtuosa, gentil e amorosa. Se ele esquece um membro, ele quebra a unidade da comunidade e a enfraquece. Se ele favorece um em detrimento dos outros, corre o risco de trazer ciúmes, orgulho e raiva, enfraquecendo também a comunidade. Ele é, portanto, aquele que deve estar acima da baixeza da humanidade, ainda que carregue todo o estigma dessa humanidade. De fato, ele não pode se despojar de sua essência profundamente humana e imperfeita. Por outro lado, distanciando-se de tudo o que poderia desviar a força indizível que o coloca em movimento, distanciando-se do que faz de cada um de nós um pai, um marido, um filho, um amigo, ele se distancia da visão de mundo puramente materialista. Ela também se distancia do amor puramente humano do amor espiritual e da luz do Todo-Poderoso. Existe assim uma forma de ambiguidade na condição eclesiástica, já que o clérigo, por sua própria vontade, se distancia de seu próprio povo para entrar em outra comunidade, a dos religiosos. Aqui reside o maior risco de nosso século, que a Igreja se desligue da comunidade, retirando-se para dentro de si mesma. A virtude não pode ser praticada sem outras, e a comunidade religiosa, embora seja uma forma de "cidade", não pode florescer isolada. Seu papel principal de guiar a humanidade rumo à salvação só pode iluminar as pessoas se cada guia tomar parte plena na vida de sua própria comunidade, de sua povoação, de seu ducado, de seu condado, de seu reino. Em resumo, o risco é sair desta vida em meio à humanidade para cultivar apenas a grandeza do ofício em prol do Todo-Poderoso e da glória de sua Igreja. A glória desta Igreja só virá através de seu reconhecimento como eterna, sábia, virtuosa e única por toda a humanidade.

    Monsenhor Bender. B. Rodriguez, Abril de 1460.


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Citation:



    As duas fontes de Fé

    Feito na Abadia Cisterciense de Noirlac, no dia 24 de dezembro do ano da graça 1453

    • Capítulo Primeiro: A Revelação Divina. As duas fontes da Fé.

      O Altíssimo, que criou a humanidade e toda a natureza num movimento de Seu infinito Amor, não queria que esta humanidade fosse abandonada nas trevas do erro.
      Ele se revelou primeiramente na doutrina iluminada e nos ensinamentos de Aristóteles, uma doutrina cujo equilíbrio anunciava profeticamente o Ensino da Luz aos homens e mulheres através de Christos.
      A união destes dois ensinamentos deu origem à Santa e Imutável Igreja Aristotélica.

    • Capítulo Dois: Harmonia da Fé e da Razão:

      Acreditamos firmemente que a Verdade é una, e que a Revelação de Christos se harmoniza com a sólida compreensão da natureza e da alma humana que encontramos na Doutrina de Aristóteles. Fé e Razão são como duas facetas da mesma realidade. Esta verdade, portanto, constitui um único conjunto harmonioso de grande beleza, um conjunto que é como o reflexo da sublime beleza da união harmoniosa de dois reveladores da Palavra Divina. Através de Aristóteles, o emblema da Razão, os pobres de espírito aprenderão a ciência, e através de Christos, o portador da Fé, os estudiosos progredirão em sabedoria e piedade.
      Pois a pureza da Fé depende da pureza das idéias. E sem fé as idéias são vãs. O equilíbrio divino encontra ali seu fundamento.


      O estudo da filosofia e da teologia deve ser desenvolvido neste espírito de união, e os teólogos devem estar conscientes de que a beleza e a pureza de sua doutrina determinará a imagem que os fiéis terão da própria beleza de Deus.
      Assim, os Livros Santos da Revelação de Christos e os da Revelação do Logos escritos por Aristóteles devem ser lidos em conjunto e se complementam.

    • Capítulo Terceiro: Das idéias na Igreja.

      Este equilíbrio e essa harmonia da Fé são encontrados nos membros da Igreja Aristotélica: alguns, místicos em essência, buscam na imitação de Christos o caminho para o conhecimento. Suas idéias os conduzem às esferas do absoluto, em contato direto com a divindade. São eles que sustentam as seguintes idéias como verdadeiras:

      1) As coisas são cópias das Idéias.
      2) A beleza sensata é uma imagem da Beleza eterna que a alma sempre contemplou.
      3) A felicidade é uma forma de contemplação, que o sábio deve se esforçar para alcançar.
      4) A metafísica é a ciência das causas primárias.

      Outros, por outro lado, confiando na razão, têm Aristóteles como seu mestre e seguem seus passos no conhecimento da verdade através do raciocínio, tendo as seguintes idéias como fundamento de sua Fé:

      1) A essências das coisas está nelas mesmas, e lhes dá forma..
      2) A beleza resulta de certas proporções e de certas medidas e ritmos harmoniosos.
      3) O homem sábio deve participar da vida da cidade.
      4) A Metafísica é a ciência do que é, como é: do ser como ser.

      Cada crente participa mais ou menos em cada um desses grupos, mas todos trabalham com um só coração para a glória da Igreja e o amor de Deus.

    • Capítulo Quarto: O Poder Interpretativo da Igreja.

      Somente a Santa e Imutável Igreja Aristotélica está qualificada para interpretar o ensinamento divino. É o Soberano Pontífice através da Cúria, somente ele, com ou sem consulta aos Bispos do Universo Aristotélico, que fixa a doutrina da Igreja. Ele terá a guarda do depósito da Fé, e o preservará com cuidado e deferência, sem alterar nada essencial no que seus predecessores instituíram no dogma. Desta forma, ele zelará pela manutenção da unidade da Fé, pela harmonia da doutrina e pela concordância dos crentes como um bom pastor.



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MessagePosté le: Dim Fév 13, 2022 8:02 pm    Sujet du message: Répondre en citant



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    O Estatuto de Christos

    traduzido na Abadia Cisterciense de Noirlac no dia 2 de janeiro do ano da graça 1454


    Capítulo Primeiro: A Natureza de Christos

    Em sua infinita bondade, Deus Todo-Poderoso não queria que o homem ficasse abandonado a si mesmo...

    Aristóteles, o grande profeta que tinha acesso à revelação divina, previu que um homem escolhido por Deus encarnaria a amizade virtuosa dedicando sua vida aos outros. « Amai-vos uns aos outros » seria seu lema.
    De fato, até a chegada deste messias, as regras de "solidariedade" serão internas à etnia; além do grupo étnico estão as populações a serem exploradas.

    Este homem escolhido por Deus chegará em um período de derrocada, manifestará a vontade de ir « ensinar todas as nações » e terá contra ele aqueles que recusam esta visão e conspirarão contra ele até que o queiram matar. O escolhido terá a escolha entre « entrar na linha » ou sacrificar-se para mostrar a Deus que o homem pode alcançar uma amizade perfeita, virtuosa e unitiva ao ponto de sacrificar-se pelos outros sem esperar nada em troca.

    Capítulo Segundo: Os títulos de Christos

    Ele é o Messias, guia e espelho da divindade.

    Capítulo Três: A Salvação

    Foi assim que Christos veio entre nós, mas o ódio que escurece as mentes cegou os homens, e rejeitando a mensagem de amor, eles o crucificaram como quem abate um cordeiro indefeso. Ele, amando até o fim, um homem perfeito e livre de todo pecado, aceitou este destino com humildade, a fim de reparar com seu sacrifício voluntário os pecados de todos os homens, passados, presentes e futuros, e de estabelecer amizade entre os homens e com Deus para sempre.

    É, portanto, por este sacrifício que Christos trouxe a salvação aos homens, para que pudessem ser salvos realizando as obras de Deus, ou seja:

    Adesão à Igreja Aristotélica, que ele fundou, A fé nos ensinamentos de Aristóteles, e a união, a obediência e a imitação de Christos, que veio à terra para dar força e majestade aos ensinamentos de Deus registrados nos livros da Revelação.


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MessagePosté le: Dim Fév 13, 2022 8:03 pm    Sujet du message: Répondre en citant



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    As Virtudes e Pecados

    Considerações Gerais

    Deus nos criou a partir Dele. Somos, portanto, parte integrante Dele e nossa existência é dedicada a servi-lo.

    Assim, viver em virtude é viver como Deus quer. Viver em pecado é negar a vontade de Deus e, portanto, negar nossa própria natureza divina. É, portanto, a negação de nós mesmos, através da negação de Deus.

    Como resultado, os seres humanos são naturalmente seres sociais, pois viver em comunidade é viver de acordo com nosso status como componentes de Deus. Esta é a lógica da comunidade aristotélica, possibilitada pelo sacramento do batismo.

    Deus é perfeito. Ele, portanto, une todas as virtudes em Si mesmo, dando-lhes todo o seu significado. Sendo ao mesmo tempo espírito e matéria, nós, humanos, podemos lutar por essa perfeição, mas nunca alcançá-la. Um santo é, portanto, definido como uma pessoa que se aproxima da perfeição pela virtude, não como uma pessoa que a atingiu, pois não somos Deus.

    O pecado absoluto seria a negação total da natureza de Deus. Como tudo é parte de Deus, este estado de pecado absoluto é impossível de ser alcançado, porque seria a negação total do que somos. Ninguém, nem mesmo Deus, pode alcançar este estado, embora nossa natureza de seres imperfeitos nos torne capazes de lutar por ele.

    A virtude perfeita, de natureza divina, está dividida em sete virtudes, para que possamos abordá-la mais facilmente: a amizade, a conservação, o dom de si, a temperança, a justiça, o prazer e a convicção. Cada uma delas é oposta por um pecado: (respectivamente) a avareza, a gula, o orgulho, a ira, a inveja, a preguiça e a luxúria.

    Todo ser, exceto Deus, portanto, encontra-se entre cada um desses extremos. Assim, todo ser, exceto Deus, está entre a amizade e a avareza. Ele nunca poderá atingi-los. Somente Deus é de perfeita virtude e ninguém é de puro pecado.

    Não devemos, portanto, esperar alcançar a perfeição em uma ou mais virtudes, pois isso é impossível e, portanto, um pecado de orgulho. Ao invés disso, devemos buscar o Justo Meio entre cada virtude e cada pecado.

    O Justo Meio não significa um meio-termo matemático, a igual distância destes dois extremos, mas uma tendência a avançar em direção à virtude, tendo consciência da impossibilidade de alcançá-la.

    Das Virtudes e dos Vícios correspondentes

    A amizade é a capacidade de se preocupar com o destino dos outros. É empatia, caridade, ajuda mútua, reciprocidade nas relações sociais, amor ao próximo... A amizade opõe-se a avareza, que é o vício do ser cujo egoísmo só se iguala ao desprezo pelos outros.

    A conservação é a capacidade de trabalhar para a própria sobrevivência. É a consciência das necessidades primárias de comida, água e sono. A conservação opõe-se a gula, que é o abuso do prazer das necessidades primárias, o vício daqueles que não têm a medida das necessidades de sua subsistência.

    O dom de si mesmo é a capacidade de sacrificar-se em benefício da comunidade aristotélica e da república, além de sua própria individualidade. É a consciência de ser parte de um todo. O dom de si opõe-se ao vício do orgulho, que é a sensação de poder viver fora da comunidade, ou de poder alcançar o estado de divino.

    A temperança é a capacidade de moderar a si mesmo, de seguir o caminho do Justo Meio exigido por sua condição de crente, de mostrar compreensão para com seus semelhantes. A temperança se opõe a raiva, que é o vício de quem entrega-se a seu ódio aos outros, ou que tenta com todas as suas forças lutar contra sua condição.

    A justiça é a capacidade de uma pessoa demonstrar magnanimidade, de reconhecer o valor dos outros, de identificar os interesses dos outros. A justiça opõe-se a inveja, que é o vício de quem deseja se beneficiar das justas recompensas recompensas atribuídas aos outros, ou de quem cobiça os bens ou a felicidade de seu semelhante.

    O prazer é a capacidade do homem de trabalhar para criar as condições de sua própria felicidade. É a consciência de si mesmo, do seu corpo, da sua alma e das necessidades destes para tornar sua existência feliz e fácil. O prazer opõe-se a preguiça, que é o vício de quem entra em depressão espiritual, que permanece passivo, que não tem mais gosto pela vida e que ignora sua própria satisfação.

    A convicção é a esperança em um futuro cheio de promessas. É mais amplamente a consciência das necessidades e interesses futuros da comunidade de crentes, das necessidades da conservação da espécie (portanto da reprodução). A convicção opõe-se a luxúria, que é o vício daqueles que se entregam ao abuso das coisas da carne e ao niilismo mais total.


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MessagePosté le: Dim Fév 13, 2022 8:03 pm    Sujet du message: Répondre en citant



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    Da Amizade Aristotélica

    Capítulo Primeiro


      1) A Amizade Aristotélica, de acordo com os princípios de Aristóteles estabelecidos durante a refeição com Polyphilos, só pode ser verdade se os membros desta amizade forem iguais uns aos outros. A Amizade Aristotélica é a comunidade dos batizados na Igreja. Ela poderia ser representada por um círculo, o próprio símbolo da perfeição divina. O estudo do círculo nos permite destacar dois elementos. O primeiro é o centro, que é o único e mestre de tudo, e o segundo é sua circunferência, na qual todos os pontos são iguais. Assim, a comunidade aristotélica é uma comunidade de pessoas que têm fé comum no Altíssimo e, portanto, são todas iguais perante Ele por este mesmo fato. O crente é introduzido na comunidade pelo batismo. O batismo, ou o rito de entrada, dá ao novo crente as premissas de uma perfeita amizade aristotélica. Esta amizade ainda está em construção e precisa ser desenvolvida através do contato com Deus na oração e nos sacramentos, e também através do testemunho de gentileza e compaixão para com os outros. Pode-se falar neste nível de uma primeira etapa da vida espiritual, a dos iniciantes, na qual o aristotélico tenta remover os vícios que permanecem nele. Este caminho também é chamado de Caminho Purificador, que purifica a alma de suas impurezas.


      2) Depois vem a etapa dos progressistas, ou caminho iluminador no qual o aristotélico, liberto de seus vícios, pratica ativamente as virtudes e assim desenvolve seu vínculo com Deus e seu próximo. O ponto central desta etapa será a prática da caridade fraterna, e a principal prova de santidade será a irradiação espiritual para os outros. O objetivo do praticante deste caminho é, acima de tudo, ajudar seus irmãos no caminho da virtude.


      3) Finalmente, chegamos à amizade perfeita, ou via unitiva. Este é o caminho do perfeito. Deve-se entender que o aristotélico se dedica primeiro a Deus, e que é em um relacionamento privilegiado com Ele que se encontra o ponto mais alto da espiritualidade. Este relacionamento com Deus se traduz em uma profunda caridade para com os outros, com um perfeito senso de amizade e uma força de caráter que permite mostrar aos outros a verdade sem machucá-los. Mas esta união com Deus terá uma condição, a de ter uma amizade perfeita nesta terra com um de nossos vizinhos. Somente aqueles que fizeram de sua aspiração à perfeição uma realidade através da união da alma com outro aristotélico poderão alcançar o título de "Amigo de Deus", e portanto de seu igual.





    Capítulo segundo sobre a Amizade Aristotélica: Relações com o poder público...

    Temos dito que mais do que um sentimento subjetivo, a amizade aristotélica estabelece, através do batismo, uma comunidade objetiva de vida entre todos os batizados, entre os membros da sociedade celestial e os da sociedade terrestre. Este elemento tem grandes consequências para o tecido social e para a concepção que devemos ter do lugar da Religião na organização temporal do mundo.

      1) A comunhão dos santos, o fundamento de toda a sociedade.

      A bem do esclarecimento, chamaremos esta comunidade de vida de "comunhão de santos".

      O objetivo principal da organização temporal das sociedades é fornecer as estruturas que permitam ao homem desenvolver todas as suas faculdades materiais e espirituais. Deste ponto de vista, uma sociedade que não se baseia no conceito de comunhão dos santos fracassaria seriamente em seu propósito, pois lhe faltaria a etapa mais elementar e fundamental da união entre os homens e de toda a vida social aristotélica.
      Portanto, é lógico que para estar plenamente integrado em uma sociedade conforme ao ideal aristotélico, é preciso ser membro da comunhão dos santos, membro da amizade aristotélica. Aqueles que não são membros da comunhão dos santos não possuem as bases fundamentais da vida em sociedade, são lágrimas no tecido social e, como todas as lágrimas, correm o risco de se espalhar e colocar em perigo a própria existência da sociedade.

      Portanto, é compreensível que os poderes públicos devam, para o bem da sociedade que governam, fazer todo o possível para evitar este rasgo, pois é a própria sobrevivência do tecido social que está em jogo. As autoridades públicas cuidarão, portanto, de preservar o caráter aristotélico de seus concidadãos e de apoiar os esforços da Santa Igreja para a salvação das almas e o bom funcionamento da cidade de Deus, na terra e no céu.

      2) Sobre o estatuto das religiões parcialmente aceitas.

      Algumas religiões, embora manifestamente errôneas, possuem nelas algumas sementes de verdade. Estas são o Espinozismo e o Averroísmo. Estas religiões (é difícil dar-lhes este nome, dado seu erro manifesto) são, portanto, menos prejudiciais do que os outros erros. É necessário, portanto, dar-lhes um estatuto separado, que chamaremos de "estatuto de tolerância". Os membros desses cultos devem ser mantidos o mais distantes possível da autoridade pública, pois o espetáculo de seu erro teria consequências para o povo que não poderiam ser mais prejudiciais. Além disso, como eles não estão unidos ao corpo social pela comunhão dos santos, haveria uma manifesta falta de coesão social. Portanto, eles devem ser tolerados, mas não devem ser autorizados a deter o poder.




    Capítulo Terceiro: O Papel da Amizade na Concepção da Hierarquia da Igreja


    Temos dito que todo "aristotélico" está unido aos demais por um vínculo especial que recebe no Batismo. Este vínculo faz de sua existência um caminho para a luz, um caminho que ele não percorre sozinho, mas em comunidade.

      1) A história da comunidade

      Para que alguém avance, duas coisas são necessárias: direção e força para seguir em frente. Veremos agora porque a hierarquia é necessária para um aristotélico.

      Aristóteles nos ensinou, há quase 1800 anos, uma doutrina complexa, cujo propósito é nos ancorar no Bem, no Belo, no Verdadeiro. Esta ancoragem é feita contemplando a beleza eterna de Deus, e transcrevendo esta beleza nas coisas cotidianas. Mas após a morte de Aristóteles, ou melhor, após sua ascensão à glória da contemplação, precisávamos de guias que transmitissem fielmente sua mensagem a pessoas de todos os séculos e de todas as culturas. Por esta razão, por volta dos anos 30-35 da nossa era, foi realizada uma assembléia de sábios em Tarso. Esta assembléia reuniu os herdeiros da tradição filosófica aristotélica e os discípulos de Christos, o Sábio, com seu líder Paulo. Foi esta assembléia que decidiu fundar uma instituição que unisse as duas tradições em uma única visão, sintetizando assim os mais belos ensinamentos humanos e divinos.
      Esta assembléia foi logo visivelmente assistida pelo Espírito Divino, e a religião aristotélica se espalhou por todo o Império Romano, apesar das perseguições que o diabo não deixou de colocar em seu caminho.
      Mas apesar das ondas de perseguição, apesar do tormento das heresias, a Igreja manteve sua retidão original graças a sua hierarquia solidificada.

      2) A ajuda divina necessária para o caminho

      Esta constância da Igreja de Deus é concebível em meio a tantas vicissitudes somente através da ação santíssima de Deus, por intercessão de Aristóteles e dos santos de todos os tempos, especialmente os mártires que morreram pela glória e pela luz eterna. Esta ajuda de Deus tinha um canal: a hierarquia da Igreja.

      De fato, na Igreja alguns são chamados a serem mais do que meros aristotélicos: eles são chamados a serem os guias de seu rebanho, e para isso recebem uma graça especial chamada ordenação. Se o batismo introduz o crente na comunidade especial da amizade aristotélica, a ordenação torna o fiel um membro especial, escolhido e eleito para uma função particular, a de guiar os fiéis e ser o canal de luz nas almas.

      3) A hierarquia

      O primeiro desses homens é o Papa, representante da luz divina na terra, aquele que recebeu como último recurso o direito e o poder de resolver todas as questões religiosas, respeitando contudo o trabalho de seus predecessores.

      Depois vêm os cardeais, os homens ilustres que por sua ação, sua generosidade e a profundidade de sua inspiração pelo Espírito de Luz, mereceram ser os instrumentos de Deus para a designação do novo papa.

      Os bispos são os canais da graça de Deus nas almas dos fiéis. Eles são os padres de sua diocese e querem a salvação de todos.

      E finalmente, os párocos são os fiéis assistentes dos bispos na difícil tarefa de orientar as almas para a contemplação da Beleza eterna: o próprio Deus. O pároco é um padre que recebeu uma missão particular do bispo.

      Os padres sem cura são auxiliares valiosos e podem ajudar os párocos em sua tarefa, ou ajudar o bispo no conselho diocesano.

      Os diáconos também se entregam a Deus, mas não recebem esta ordenação especial. Seu serviço particular os leva a ajudar na gestão material da Igreja.




    Capítulo Quarto: Amizade e Meios de Santificação.

    Como acabamos de ver, a hierarquia é o canal de ajuda divina. Esta ajuda é transmitida através do que é chamado de liturgia.

      1) A natureza da liturgia

      Seria errado pensar que a liturgia é apenas um ensinamento. O ensino é um aspecto, mas não é o único, longe disso. É sabido que o batismo aristotélico dá ao batizado um vínculo especial, um vínculo que é, antes de tudo, um vínculo de Fé. A liturgia é, portanto, um alimento para a fé, ela fortalece o vínculo com toda a comunidade eclesiástica. O vínculo da amizade aristotélica está, portanto, no centro de toda a vida do crente, e a liturgia é essencial para a vida deste vínculo.


      2) A função pegagógica da Liturgia.

      Há duas maneiras de ensinar: a pregação e o sermão na missa.
      É bom distinguir entre as duas: a pregação ajuda a fortalecer a convicção dos fiéis e de si mesmo no nível das Idéias, enquanto o sermão lhes mostra o caminho a seguir, e as Idéias que eles devem cultivar e estender. Ou seja, o Sermão mostra aos fiéis o caminho a seguir, enquanto a pregação é o meio para avançar neste caminho.


      3) A natureza da Missa

      A Missa é o quadro geral em que se realiza o Sermão, mas não é só isso. Na Missa o padre transmite aos fiéis, por uma misteriosa comunicação, a experiência de sua contemplação de Deus. E mais do que isso, ele é como o canal pelo qual os fiéis chegam a Deus. A pureza da fé e das idéias do padre desempenha, portanto, um grande papel: se o canal é impuro, como os fiéis verão Deus?

      4) O Ensino

      Acerca do ensino aristotélico. O ensino aristotélico consiste na partilha de conhecimentos entre certos clérigos experientes e seus semelhantes. Estes clérigos perpetuam o culto do espírito, sempre em busca de novas descobertas, conforme explicado por Aristóteles. O ensino é igualmente vital, se não mais, do que o sermão, pois permite aos clérigos tomar consciência da verdade, compreendê-la melhor. É esta compreensão da verdade que permitirá a qualquer um ajudar seu semelhante no caminho da Virtude.


      Feito pela primeira vez na Abadia Cisterciense de Noirlac, no dia 24 de dezembro do ano de 1453, pelo Padre Lescure
      Atualizado em Roma, no dia 13 de agosto do ano de 1455, pelo Padre Zabouvski



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    Dos Treze Aforismos do Livro das Virtudes

    I. Deus é um Ser perfeito.

    II. Sempre existiu e sempre existirá, porque é atemporal, eterno.

    III. Ele é o criador de todas as coisas,pois todas as coisas foram criadas por seu pensamento.

    IV. Ele dotou os homens de um espírito capaz de raciocinar e sentir, para que, por meio dele, o homem pudesse experimentar o amor ao seu criador.

    V. Os seres humanos são os únicos que compreendem o amor.

    VI. Deus permitiu que a Criatura sem Nome tentassem os homens para testar seu amor por ele.

    VII. Eles também devem amar uns aos outros,pois o amor é o único sentido verdadeiro da vida.

    VIII. O homem deve cultivar amizade dentro da comunidade aristotélica; o que significa não matar outro homem.

    IX. Deus tornou a vida uma maravilha para aqueles que sabem saboreá-la.

    X. Todos os homens são iguais perante Deus,portanto eles são seus Filhos.

    XI. O trabalho é um presente de Deus, negligenciá-lo é um pecado.

    XII. Após a morte, humanos justos serão enviados ao Sol, mas os pecadores irão para o tormento eterno na Lua.

    XIII. Existem sete príncipes-demônios: Asmodeus se entregou à luxúria, Azazel à gula, Belial ao orgulho, Lúcifer à preguiça, Belzebu à avareza, Leviatã à raiva, Satanás à inveja. E há sete Arcanjos:Gabriel encarnou a temperança, Jorge a amizade, Miguel a justiça, Mikael o altruísmo, Galadriel a conservação, Sylphael o prazer e Rafaela a convicção.


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    Da Doutrina sobre a Morte

    Durante meu retiro na minha cidade natal de Reykjavik, tive a oportunidade de ver a morte em todas as suas formas. Tendo passado uma vez por mim durante minha estadia na Normandia, voltei com perguntas que me assombraram por muito tempo.
    Por que algumas pessoas decidem voltar à vida? E qual é a diferença entre mortes simples e mortes por erradicação? Por que algumas pessoas voltam à vida, sem grandes efeitos secundários, e outras completamente transformadas, mantendo em comum com seu passado apenas sua alma e algumas de suas memórias?

    Assim, passei vários dias de retiro imerso em textos religiosos ou filosóficos e em certos livros médicos.

    A primeira questão era definir o que diferencia a morte simples da grande morte que alguns chamam de erradicação.
    É claro que é necessário diferenciar a erradicação do corpo com aquela de que se fala nos textos do Eclipse e que é a erradicação do vínculo entre a vida terrena e a vida divina ou maldita.

    Tive uma longa conversa com o Dr. House, um médico episcopal em Reykjavik e um amigo pessoal. Para ele, o que diferencia os vivos dos mortos é seu calor.
    Ele baseia isto nos escritos de nosso profeta Aristóteles, que definiu que, no campo da biologia, o calor está ligado à idéia de vida e o frio à idéia de morte. Aristóteles determina as diferenças qualitativas nos opostos. Assim, definindo que o sol é quente e representa esperança e felicidade, o que é superior a tudo. Enquanto a lua é fria e representa desespero e melancolia, ele define ao mesmo tempo a superioridade do quente sobre o frio e, portanto, da vida sobre a morte.

    Quando se morre simplesmente sem intervenção divina, o corpo esfria e se torna rígido, devido à falta de energia vital. Se for bem preservado, é muito comum ver a vida voltar pouco a pouco, deixando apenas pequenos efeitos secundários, pois a transição entre o estado de vida e o estado de morte foi suave.

    Em algum momento a frieza do corpo é tal que a própria alma não pode mais dar-lhe vida sem sofrer sequelas profundas, então dizemos que o corpo terrestre está erradicado, poderíamos praticamente dizer que o personagem não existe mais. Além disso, algumas pessoas utilizam a fórmula « este personagem não existe, ou já não existe, ou ainda não existe ».
    Isto é de uma antiga prece fúnebre:

    Rezo por vós que não existe ao nosso lado
    Tu meu amigo que já não existes na terra
    Existireis onde o Criador quer que esteja.

    A morte é, portanto, a perda total do calor corporal, resultando em um frio que endurece o corpo à medida que congela nossos lagos no inverno. Parece que em geral, a erradicação é o ponto de não retorno, o ponto onde não se existe mais como criatura viva.
    Entretanto, parece que em casos muito raros algumas pessoas passaram da vida à não-existência sem morrer ou ter tido uma extrema perda de calor ou mesmo a destruição do próprio corpo...
    E a liberdade de aceitar ou não o julgamento divino neste caso? Isto continua sendo um enigma para mim, mas há testemunhos onde a alma encontrou, ou recebeu, outro corpo para existir novamente...

    Parece que existem testemunhos mais ou menos confiáveis que mostram que houve casos que alguns consideram ser reencarnação. As testemunhas parecem afirmar que a pessoa volta sob um perfil bastante diferente e está muito diminuída física e intelectualmente e que somente aqueles próximos a ela o reconhecem além dessas diferenças.
    Se estes fatos fossem verdadeiros, como podemos distinguir entre uma ressurreição apesar da erradicação do corpo e uma simples usurpação de identidade?

    Vamos analisar as coisas concretamente.

    1) Reconhece-se que nenhuma matéria pode sobreviver sem energia e nenhuma criatura pode viver sem uma alma e vice-versa.
    2) Reconhece-se que o limite do tempo de sobrevivência de uma alma sem o corpo é de cerca de 10 dias.
    3) Parece ser um facto estabelecido e inegável que nem tudo é explicável e que a vontade divina é superior às leis da vida.
    4) Também é comumente aceito que as leis da física e as leis divinas não são alteradas por Nosso Criador, pois se Ele as mudasse, Ele mudaria toda a criação e, portanto, se tudo não mudar, nada foi mudado.

    Portanto, acho que não devemos continuar a rejeitar o que não entendemos e que se levarmos em conta os fatos e a lógica como nos ensinaram nossos profetas: não podemos determinar se aquele que não parece ser quem afirma ser está dizendo a verdade sem um mínimo de questionamento.

    Sugiro, no entanto, que sejamos mais firmes no acompanhamento dos funerais e na definição do que a Igreja considerará como uma pessoa que não existe mais para o nosso mundo.

    Eu proporia, por exemplo, o estabelecimento de regras firmes no direito canônico sobre este assunto.
    O funeral aristotélico, no qual a Igreja presta assistência espiritual ao falecido e honra seus corpos, ao mesmo tempo em que proporciona aos vivos o conforto da esperança, deve ser celebrado de acordo com as leis litúrgicas.

    A erradicação da vida deve ser confirmada por um clérigo ou médico reconhecido por Roma. A erradicação da vida significa que o corpo não pode estar mais frio e menos vivo e que é impossível para a alma recuperar a posse dela de qualquer forma.
    A cerimônia de sepultamento só deve ocorrer após esta constatação e após uma missa de acordo com o dogma para confirmar a erradicação do vínculo entre a alma e o corpo do defunto.
    A cerimônia deve ser seguida de uma inscrição em um registro do falecido com o testemunho dos parentes e, se possível, para aqueles que podem pagar, um retrato representando o perfil do falecido deve ser anexado ao registro.
    Dependendo dos meios dos parentes e dos costumes locais, uma estela com o retrato do falecido será erguida sobre a sepultura.

    Se todos estes pontos tiverem sido respeitados, a Igreja considerará que a pessoa em questão não existe mais fora da memória coletiva e no coração daqueles que o conheceram.

    Se uma pessoa, mesmo com um perfil diferente, afirmasse estar viva quando a crença popular a considera falecida, a Igreja não teria que se pronunciar sobre a veracidade ou não dos fatos, se a erradicação da alma não tivesse sido realizada de acordo com as regras estabelecidas.
    Por outro lado, se a anulação do casamento lhe diz respeito, ela permanece válida, pois a lei prevê a separação em caso de desaparecimento. O sobrevivente, como ele ou ela pode ser chamado se for reconhecido por sua família e pelo sistema de justiça leiga, deve ser abençoado após ter feito a confissão e ter sido absolvido. Ele renovará seus votos batismais e assim recuperará seu status de membro fiel da comunidade de crentes. Se ele era padre, também deveria renovar seus votos.

    Entretanto, se o funeral foi realizado de acordo com as regras, ele não pode ser reconhecido como um sobrevivente.

    De fato, se uma pessoa é declarada morta pela igreja, o corpo foi identificado e o funeral foi realizado de acordo com as regras, e quaisquer que sejam as condições de um possível retorno da pessoa, ela não mais se beneficiaria dos sacramentos e do título dado pela igreja, porque um sobrevivente é outro nascimento, desde que este sobrevivente seja real e não uma farsa.
    Mas para a vida secular do sobrevivente a igreja não precisa decidir e cabe à lei das cidades decidir, porque nossa missão é proteger a humanidade salvando almas.
    Naturalmente, para que isso seja feito sem complicações desnecessárias, será necessário manter um registro do funeral e um registro dos mortos em um local seguro.


    Espero que minhas pesquisas e reflexões ajudem a evitar muitos conflitos e facilitem o retorno para nós dos raros sobreviventes que encontramos.


    Jeandalf, de Reykjavik, em outubro de 1455.


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    Do Resumo dos Escritos de Aristóteles

    A Poética - Aristóteles - Grego

    A Poética é uma obra que Aristóteles dedicou aos vários aspectos da arte poética, tais como tragédia, epopeia e, de maneira anedótica, à música. Enquanto estava na companhia do Grande Alexandre III e já amigo, Aristóteles se propôs a decifrar a arte da poesia e registrou suas descobertas em um trabalho pensado com muito cuidado e rigor. Cada palavra foi escrupulosamente escolhida, pesada e usada em seu sentido próprio e preciso. A obra é composta de vinte e seis capítulos, cada um deles tratando de um tema principal estudado com grande reflexão.

    Nesta grande obra de Aristóteles, encontramos a definição exata da poesia, assim como as variantes que dela derivam. Explica a necessidade de um poema ter uma ação com um nó, um desfecho, o que é plausível e interessante. É necessário que os protagonistas tenham um caráter, moral e linguagem adequados. Na Poética, somente a tragédia é tratada diretamente, e às vezes de forma epopática.

    Catarse:

    Aristóteles vê a arte poética como um meio para o homem purificar a alma de suas paixões. Esta purificação, chamada catarse em grego, vem da pena e do medo que aqueles que são espectadores sentem pelos personagens da tragédia. O mecanismo de catarse consiste na identificação dos personagens cujas paixões culpadas são punidas pelo destino, o espectador da tragédia é então libertado, expurgado dos sentimentos inabaláveis que ele secretamente sente. O teatro assume então uma dimensão moral e uma função de elaboração do pensamento e da moralidade. Mais amplamente, a catarse consiste, portanto, em libertar-se de um sentimento que se pensa ser inominável e que se mantém profundamente dentro de si mesmo.

    Mimese:

    A fim de tornar isto possível catharsis, os personagens devem ser uma imitação, chamada mimesis em grego, das paixões humanas. Estas mimesis deve ser tão plausível quanto possível. Quanto à trama, ela deve ser muito coerente e seu desenvolvimento deve ser o mais fluido possível, desde o início até o epílogo. De acordo com Aristóteles, a tragédia é mimesis da ação e não dos homens, portanto é uma questão de criação, de imitar para representar. Mimesis significa um movimento de objetos preexistentes em direção a um artefato poético, e a arte poética, segundo Aristóteles, é a arte desta passagem. Segundo Aristóteles, os espectadores das tragédias têm grande prazer em ver cenas que seriam insuportáveis para eles na vida real; é de fato nesta transfiguração da realidade através da estética do espetáculo que os sentimentos podem ser purificados.

    Das espécies de arte poética:

    Aristóteles explica em detalhes que há várias espécies que são semelhantes em conteúdo e forma: epopéia, poesia trágica, comédia, poesia ditirâmbica, alética, citarística. Contudo, estas espécies diferem em três aspectos: os elementos de imitação são diferentes, assim como os objectos imitados, e por fim, os procedimentos e a forma de imitação.

    Do nascimento da poesia:

    Aristóteles descreve duas causas para o nascimento da poesia, que ele diz serem naturais. A imitação, porque a imitação é inerente à humanidade desde a mais tenra infância. De facto, o primeiro conhecimento adquirido é graças à imitação. Explica então que gostamos de contemplar coisas que vemos com dificuldade. O espectáculo destas imitações instrui-nos e faz-nos raciocinar sobre a natureza de cada coisa.

    A Tragédia:

    Aristóteles nos explica que a tragédia é a imitação de uma ação séria e completa, possuindo uma certa extensão e proposta em linguagem agradável. Cada parte que compõe a tragédia deve poder subsistir separadamente e cada uma se desenvolve com protagonistas que agem e não por meio de uma narração. Cada parte usa a piedade e o terror para expurgar as paixões. O ponto mais importante na tragédia é a constituição dos fatos, pois a tragédia é uma imitação de ações, vida, felicidade e infortúnio. Aristóteles explica que é em relação à moral que se constrói a moralidade dos homens, mas o fato de serem felizes ou infelizes está na relação que têm com suas ações. É por isso que os poetas trágicos imitam a moral, mas o fazem por meio de ações, de modo que são os fatos e a fábula que constituem o fim da tragédia.

    A comédia?

    Aristóteles não aborda a comédia em sua obra, pode-se ficar muito surpreso com essa ausência. Por quê? Simplesmente porque a comédia é um gênero mimético da mesma forma que a tragédia e a epopeia, Aristóteles os menciona no mesmo nível. Há uma forte probabilidade de que Aristóteles tenha lidado com a comédia em um segundo volume de A Poética que teria sido inteiramente dedicado a ele. Este trabalho teria sido perdido, mas nenhum vestígio dele foi encontrado em qualquer escrito.

    Física - Aristóteles - Grego

    Enquanto Aristóteles ainda estava na Academia de Platão, ele escreveu um livro chamado Física. A obra consiste em uma introdução à filosofia da ciência e às demais obras que ele compôs sobre as ciências naturais. A física é, portanto, uma reflexão sobre o conhecimento das realidades naturais e da natureza em geral. Assim, Aristóteles caracteriza a natureza como uma mudança. Esta coleção trata, portanto, da ciência da natureza que visa conhecer as causas das coisas. Segundo Aristóteles, o conceito de natureza é um princípio baseado no movimento e no repouso. Depois de ter definido o que era a natureza, ele procurou estabelecer sua existência fazendo a si mesmo uma pergunta: as coisas estão em movimento e, em caso afirmativo, a causa do movimento é uma natureza? Se sim, isso é um princípio? Assim, Aristóteles trabalhou para definir o movimento, que, de acordo com seu trabalho, seria uma "energia ativa e efetiva do poder como tal".

    Segundo o filósofo e profeta, para conhecer algo é preciso entender o porquê, ou seja, a causa inicial. Este é o caso da geração e da corrupção e de todas as mudanças físicas. As respostas a esta pergunta do porquê são assim chamadas de causas. Aristóteles afirma singularmente que esta resposta exige um grande número de causas. Ele admite, entretanto, que o acaso desempenha um certo papel nesta questão que, segundo ele, não é absoluto, ou seja, não é central na busca de causas.

    A Física explica que, para entender o movimento das coisas na natureza, deve-se fazer uma distinção entre a metafísica do "ser em potencial" e a do "ser em ato". De acordo com Aristóteles, qualquer mudança indica que uma energia efetua um ato, par exemple qu'une chose en devienne un autre, qu'une chose se déplace d'un lieu à un autre...etc. Aristote émet quatre hypothèses quand au sens du terme causas:

    - A Causa Material inerente à matéria prima, que seria um poder puro sem forma própria e, portanto, não poderia ser conhecido. A matéria e a forma seriam fundidas no sunolon, a substância composta.

    - A Causa Formal, considerando a forma ou padrão. Segundo Aristóteles, tudo o que sabemos é uma mistura inteligente de formas e modelos. A forma refere-se tanto à forma geométrica quanto ao conceito de uma coisa, ou seja, o que a torna definível.

    - A Causa Eficiente, que trata da continuidade do movimento e seu efeito. Uma coisa em movimento cria um efeito e esses dois elementos permanecem em continuidade. Este é um conceito filosófico.

    - A Causa Final, explicando que qualquer sistema evolui como se perseguisse um objetivo, uma finalidade. Então, essas são as consequências de certa forma.

    Finalmente, Aristóteles menciona a pluralidade de causas que uma coisa pode ter, a ordem das causas pode ser diferente e, uma causa pode se sobrepor a outra. Ele também indica como as causas têm uma modalidade que as divide. Ele assim distingue as modalidades por si só ou por acidente, simples ou combinadas e individuais ou universais. A isto devem ser acrescentadas outras subdivisões conforme as causas estejam em energia ou em ato. Essas divisões permitem dar as regras precisas em termos de causas.

    Aristóteles - Ética a Nicômaco I - O Bem e a Felicidade

    Aristóteles queria que sua obra se chamasse Ética a Nicômaco, em homenagem a seu pai, como uma obra que trata da ética. É o primeiro dos três principais livros que expressam a filosofia moral de Aristóteles. Deve ser tomado como um tratado prático cujo objetivo é orientar o homem para a felicidade e o cidadão para o bem comum da Cidade.

    Nesta série de textos, Aristóteles define virtude como uma disposição adquirida voluntariamente, pela razão e de acordo com a conduta de um homem atencioso. Ele explica como o homem deve adotar um comportamento virtuoso, demonstrando a importância do contexto neste sentido. Ele indica assim que a felicidade, identificada com a virtude, é o objetivo da vida. O homem "bom" seria, portanto, aquele que consegue realizar a si mesmo e alcançar este fim. Em suma, a questão é entender que o homem deve ser verdadeiramente humano, ou seja, desenvolver dentro de si o que o faz existir dentro da comunidade e, portanto, da cidade. É, portanto, a virtude que o define como um homem.

    O Bem e a Felicidade é o primeiro livro de Ética a Nicômaco, nesta obra, Aristóteles explica que toda ação tem um fim que é o seu bem. Ele assim filosofa sobre a questão do fim humano que é uma unidade de nossa condição. Para ele, o bem supremo é a felicidade sabendo que este bem pode assumir várias formas que ele nos explica em substância: prazer, honras ou riqueza. Mas Aristóteles também esclarece o fato de que o bem supremo está infinitamente acima dos bens particulares, que são para ele meios de alcançar a felicidade. Portanto, não há apenas uma definição para o bem, mas uma ligação entre diferentes versões do bem. Aristóteles distingue assim três elementos característicos do bem:

    - Autarquia: o homem feliz, como um deus, não precisa de nada nem de ninguém. Os meios não são o que encarna o fim
    - Conclusão: está acabado, nada pode ser adicionado a ele
    - O caráter funcional.

    Aristóteles concebe a felicidade sem restringi-la à virtude, segundo ele, para atingir o propósito da vida, a felicidade deve levar em conta os bens do corpo e os bens externos, assim, a felicidade depende do Homem e do contexto em que se desenvolve. O homem que pratica a virtude usa esse contexto para agir com a maior nobreza possível, deve se contentar com o melhor que pode obter sem querer buscar alcançar a felicidade perfeita. Aristóteles conclui discutindo a característica última do bem, que consiste em ser um ato próprio de cada indivíduo. Ele expressa a idéia de que a felicidade não é ser, posse ou potencial, mas é um uso real, uma atividade e um "fazer". Segundo ele, o ato de cada pessoa está em conformidade com sua essência, é a excelência da alma e é colocado em virtude intelectual e moral.

    Aristóteles - Ética a Nicômaco II - A Virtude

    O segundo volume da obra Ética a Nicômaco trata da virtude, que vem do grego aretè o que significa excelência. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida do estado de espírito do homem e não inata; consiste em encontrar um justo meio relativo a nós e que seria induzido pela lei ou regra do direito e seria tal que o homem prudente o determinaria. A virtude, portanto, não é uma ciência. Aristóteles indica que não basta saber qual é o bem para alcançá-lo, não se trata de discurso mas da paixão e da alma, em última análise, a virtude deve, portanto, ser totalmente integrada à alma irracional, a sede das virtudes morais.

    Nesses textos, Aristóteles nos mostra que não pode haver uma definição geral de virtude porque ela se baseia na experiência do que ele chama de virtude. O homem prudente, e no discernimento que adquiriu, sabendo que esses dois aspectos formam a regra certa. No entanto, diz-nos que existe um critério objetivo constituído pela linha média entre o excesso e a deficiência, de certa forma um uso medido da paixão. Este uso é de fato um equilíbrio que depende de um indivíduo e de uma situação. Assim, as virtudes convivem com as situações, sem elas não há virtudes definidas, razão pela qual, segundo ele, a existência precede a virtude.

    O volume dois de Ética a Nicômaco desenvolve a ideia de que os homens têm uma capacidade para a virtude, mas que é necessário agir sobre ela para concretizá-la, expressa a ideia de que "é construindo que nos tornamos construtores". Seria, portanto, imperativo cultivar bons hábitos da juventude. Da mesma forma, virtude é um estado quando o prazer ou a tristeza entram em consideração, o interesse está lá para fazer o que é melhor. Aristóteles prevê, portanto, três maneiras de considerar uma coisa para agir: o belo, o agradável e o útil que se opõem ao feio, ao nocivo e ao desagradável. Aristóteles pergunta como distinguir uma bela ação de um ato virtuoso e explica como uma ação justa existe quando é realizado com pleno conhecimento dos fatos, com vontade e firmeza. Assim, a virtude seria o estado que torna um homem bom e que lhe permite comportar-se bem acima de tudo por si mesmo, porque o mal é uma coisa fácil, enquanto o bem é altamente complicado. É por isso que para o homem que tem espírito, a virtude vem de uma decisão tomada segundo uma média que todos estabelecem.

    Aristóteles escreve como nem todas as ações podem ser virtuosas, no entanto, algumas são ruins e é ilusório querer chegar a um justo meio. É por isso que a virtude não é a média dos atos praticados por um homem, mas o princípio de uma ação que visa a média das ações potenciais. Em seguida, o autor expressa a dificuldade de ser virtuoso, retomando o tema do justo meio para fazê-lo existir no momento certo, o que, segundo ele, exige conhecimento. Assim, deve-se escolher o menor dos males e não escolher o prazer e o agradável desde o início.

    Aristóteles - Ética a Nicômaco III - A Coragem e a Temperança

    Este terceiro volume de Ética a Nicômaco ttrata da questão da determinação voluntária, em particular das condições que a ela conduzem. Segundo Aristóteles, parte de nossas ações não depende de nossa vontade, o que implica que é impossível nos responsabilizarmos por elas. Estes são os atos não consentidos que produzimos por ignorância ou por violência. De fato, a história indica que às vezes estamos sujeitos a elementos externos aos quais não podemos resistir, então é fácil entender que não somos responsáveis ​​por nosso comportamento. No entanto, deve-se notar que, qualquer que seja a ação, é sempre uma questão de escolha. Isso explica por que praticamos más ações, simplesmente porque desconhecemos seu caráter nocivo e, ao mesmo tempo, não temos noção de uma ação melhor, portanto, não há mal voluntário e, portanto, não há acusação a ser feita.

    Aristóteles mostra que agir por ignorância é diferente de agir na ignorância. De fato, na ignorância implica que estamos sob um efeito que nos faz perder nosso próprio controle. Por ignorância implica o desconhecimento das circunstâncias particulares que poderiam ter guiado o julgamento de outra forma. Para isso, é necessário colocar em perspectiva o ato consentido que reside no princípio de que a ação é tomada pelo homem conhecendo todas as circunstâncias particulares. Assim, os atos cometidos por impetuosidade ou desejo ainda são questões de consentimento. É por isso que a ignorância às vezes é punida, quando as coisas dependiam do homem que sabe e deveria saber, o que pode nos levar a entender que agimos erroneamente ao reconhecer nossa ignorância e erro. Note que esta ignorância nunca é absoluta porque devemos sempre considerar que a vontade entra em jogo, em resumo, quando nossas ações são ruins é geralmente porque estamos equivocados sobre as circunstâncias contextuais e os meios a serem utilizados. Aristóteles também descreve ações feitas por prazer, indicando que as fazemos sempre da mesma maneira: buscando o prazer, portanto, somos responsáveis por elas.

    A obra continua a diferenciar entre decisão e consentimento, mostrando como estas são duas coisas diferentes e como um ato consentido nem sempre reflete uma decisão. Segundo ele, a decisão não é um prazer, pelo contrário, ela pode contrariar esse prazer. Também não é o resultado do ardor, assim como não é o resultado de um desejo, porque se pode desejar coisas impossíveis. O desejo é, portanto, o fim de uma ação, enquanto a decisão diz respeito aos meios. Da mesma forma, Aristóteles indica como uma decisão difere de uma opinião porque é definida por deliberação, e nós não deliberamos sobre tudo, mas apenas sobre o que depende de nós. Também devemos entender que as coisas são possíveis quando podemos fazê-las por nós mesmos. Assim, a deliberação é tomada pelo homem, mas trata-se de atos que não são finais, há um desejo deliberativo de levar a um fim desejável.

    O homem de virtude percebe a verdade em tudo porque é ele que mede esta verdade levando em conta os prazeres ou as tristezas. Isto leva Aristóteles a falar sobre responsabilidade e a explicar como o vício e a virtude dependem de nós, como a maldade depende de atos consensuais. Ignorar as leis conhecidas por todos nos torna responsáveis. Ele acrescenta que o caráter de alguém é o que construímos ao longo do tempo, por isso passamos a adotar atitudes ruins que nos impedem de ser bons, e é por isso que somos responsáveis pelo que representamos. Em conclusão, Aristóteles demonstra como somos totalmente responsáveis por nossas ações, mas ele equilibra isso dizendo que somos apenas parcialmente responsáveis por nossos estados, já que estes são circunstanciais e contextuais.

    Aristóteles - Ética a Nicômaco IV - As Diferentes Virtudes

    O quarto volume de Ética a Nicômaco centra-se na definição das diferentes virtudes. Aristóteles as divide em dois grupos: a virtude ética ou prudência e a virtude intelectual ou sabedoria. Ele distingue, portanto, entre as virtudes intelectuais da sabedoria, inteligência e prudência e as virtudes morais da liberalidade e da moderação. Ele expressa o fato de que a liberalidade é um justo meio entre a ação de doar e receber riqueza, enquanto a moderação é definida por um justo meio em nossas ações. O trabalho também fala do que faz a natureza do homem, do que lhe é próprio e o distingue dos animais, ou seja, sua razão. As virtudes intelectuais são implementadas por uma atividade derivada da atividade racional, enquanto as virtudes éticas são devidas à moral e aos costumes; enquanto as primeiras, como prudência, intelecto e sabedoria, caracterizam os hábitos de método e reflexão que regulam a vida intelectual, as segundas, como coragem, moderação e temperança, destinam-se a definir a conduta moral.

    A prudência, é uma virtude intelectual que se relaciona com o que Aristóteles chama de bom agir. É uma disposição cuja finalidade é o sujeito agindo sobre si mesmo, a prudência nos permite assim nos tornarmos virtuosos. Ele regula, por assim dizer, as paixões que nos animam, moderando nossas paixões e nos afetam de acordo com as circunstâncias. Assim, enquanto está na parte racional da alma, esta virtude não diz respeito ao necessário, mas ao contingente, uma vez que está sujeita às circunstâncias. A prudência deve nos levar a saber quando devemos ficar com raiva, até que ponto e diante de quem. É, portanto, uma capacidade de ação, dependendo do contexto e da atitude que é bom adotar em resposta ao contexto. A conclusão é que o homem prudente sabe como aplicar, após deliberação, os princípios universais a situações particulares.

    A sabedoria é uma virtude intelectual da parte racional da alma que lida com o necessário. Ela decorre de princípios teóricos e práticos, o que a torna uma ciência que consiste em saber por que as coisas são feitas, para que propósito elas são empreendidas. É, portanto, uma ciência da teoria que procura conhecer o mundo de maneira científica, decodificar o que é necessário em tudo, e assim encontramos a física, a cosmologia, a ontologia e a teologia. Mas esta virtude é também um todo, inclui também a prudência e a vida virtuosa que é prática. Consistindo no entendimento das verdades necessárias, ele difere das contingências e é dito que é divino. Segundo Aristóteles, a sabedoria é a forma mais elevada que a virtude pode tomar, o que se reflete nesta citação: "O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete".

    Finalmente, Aristóteles aborda o medo e a coragem. A coragem é, segundo ele, o meio entre o medo e o destemor. Temer o mal é apreendê-lo, o que nos leva à questão de quando somos corajosos. Ele responde a esta pergunta dizendo que não se deve ter medo de uma bela morte ou de uma morte iminente. Ele continua explicando que o medo dos medrosos é normal e que os mais corajosos também temem, portanto, em conclusão, a verdadeira coragem é uma média e não um excesso ou um defeito.

    Aristóteles - Ética a Nicômaco V - A Justiça

    O livro V de Ética a Nicômaco consiste em um tratado sobre justiça. É interessante entender como este volume chega à conclusão da reflexão sobre as virtudes morais, que Aristóteles iniciou no livro III e continuou no livro IV. Assim, o profeta decidiu devotar um livro inteiro à virtude da justiça. O objetivo deste texto sobre justiça é diferenciar a justiça de uma abordagem puramente moral, e Aristóteles assim elabora distinções entre justiça geral, virtude da justiça ou justiça legal, e justiça particular definida em relação à noção de igualdade e não em relação à lei. No Livro V, portanto, ele se aplica a trabalhar nesta justiça, que depois divide em justiça distributiva e justiça corretiva. A justiça é, segundo o autor, a mais importante de todas as virtudes, porque não só exige que respeitemos a lei e a igualdade, mas também porque é o resultado de todas as virtudes em nossa relação com os outros. A justiça distributiva, que permite a cada um obter o que lhe é devido, é a própria essência da legislação; ela é a espinha dorsal da cidade.

    Aristóteles faz distinção entre duas noções de justiça: a justiça relativa, que é individual e depende de outras, e a justiça global e comunitária. A primeira é uma virtude, enquanto a segunda diz respeito às leis e à constituição política e depende acima de tudo da razão. Assim, a justiça passa de uma noção de ideal para uma noção de política. Aristóteles diz que a justiça é a ordem objetiva da comunidade política, razão pela qual ele aborda a questão dos injustos e dos justos, explicando que esta última é "o que produz e preserva a felicidade e suas partes para a comunidade política". Assim, neste livro, o autor não se esforça apenas para retomar a ideia de Platão, mas explica que "A virtude da justiça é a virtude pela qual o ser humano realiza seu propósito ético". É assim em oposição a Platão que ele se coloca, tornando esta virtude um elemento dependente de uma situação e, portanto, de eventos externos à ação do homem virtuoso. Para Aristóteles, isto é com o único propósito de preservar a felicidade para a comunidade: "o justo é o bem político, ou seja, a vantagem comum".

    A clareza e a lógica do texto são o que marca acima de tudo o leitor, aliás, ele se estabelece a partir de um silogismo, ou seja, um raciocínio lógico com duas proposições que levam a uma conclusão. Cada uma das propostas é explicada e argumentada e leva a uma conclusão irrefutável na lógica do texto. É assim que Aristóteles expõe um princípio universal que constitui a primeira proposição: "o justo é o igual". Ele articula assim uma segunda proposição na qual indica a necessidade de proporcionar a igualdade de bens e honras de acordo com a desigualdade das pessoas. Segundo ele, entre dois indivíduos iguais, os objetos são iguais, e entre dois indivíduos desiguais, eles são desiguais. Mas Aristóteles expressa a ideia de que, na relação entre esses dois indivíduos e esses objetos recebidos, tudo deve permanecer igual. É com base nessas duas proposições que ele conclui dizendo que essa desigualdade e/ou essa igualdade de pessoas coloca um problema. Com efeito, os critérios de apreciação variam e dependem dos regimes políticos, a questão da definição do mérito para apreciar e priorizar o respectivo valor de cada um em relação aos outros fica assim aberta ao debate de filosofia ou concepção da vida política . Da mesma forma, definir mérito para compreender e ordenar o valor de cada indivíduo em relação aos demais é complexo e depende da concepção política e filosófica da vida.

    Aristóteles - Ética a Nicômaco VIII - A Amizade

    O Livro VIII de Ética a Nicômaco trata da amizade, phillia em grego significa pertencer a uma família ou casa "oikos", às coletividades estatutárias ou livremente formadas e, finalmente, à comunidade política dotada de uma constituição, a cidade. Aristóteles começa sua obra trabalhando na natureza da amizade, que é o que é necessário para viver, o que liga a cidade. Ela é dirigida pelo bom, pelo agradável e pelo útil, e tende à benevolência mútua.

    A seguir, o autor aborda os diferentes tipos de amizade, suas condições e suas causas: a amizade baseada na utilidade e aquela baseada no prazer, duas amizades frágeis que remetem ao bem ou ao prazer. Ele acrescenta que a amizade é baseada na virtude, é sobre a amizade perfeita, é rara e leva muito tempo para se desenvolver, e sempre visa o bem do outro. Ele compara assim a amizade perfeita a outras amizades, especificando que, se houver pontos em comum, esta amizade perfeita é desprovida de qualquer interesse pessoal e continua sendo a única a existir unicamente em virtude. Além disso, ele acrescenta que a amizade é incompatível com a ausência e a solidão, ela está enraizada na vida comunitária. Além disso, a amizade é igualitária.

    Em seguida, Aristóteles discute a jurisdição da amizade, que trata da igualdade na amizade. Se numa amizade existe uma hierarquia de um indivíduo sobre o outro (pai/filho, marido/esposa...), então o afeto é uma função do mérito de cada um e uma igualdade necessária deve ser estabelecida para cultivar a amizade. Ele então evoca a igualdade na justiça e na amizade ao falar da amizade dada e retribuída. A igualdade é quantitativa e é impossível que tenha a ver com uma disparidade social significativa, em conclusão, ele indica que a amizade é mais uma questão de amar do que de ser amado. Isto o leva a pensar na amizade passiva em termos de amizade ativa: pessoas cuja condição é próxima baseiam sua amizade acima de tudo no prazer, enquanto pessoas cuja condição é oposta baseiam-na na utilidade.

    Aristóteles acrescenta que existe uma política de amizade. A amizade e a justiça coexistem, de fato, a união de bens entre amigos define a amizade que existe entre eles. Amizades particulares correspondem a amizades comunitárias, que são definidas pelo que é justo e, portanto, o que é do interesse de todos. Segundo Aristóteles, as constituições políticas são todas pervertidas, a realeza torna-se tirania, a aristocracia torna-se oligarquia e timocracia [Isto é governo por aqueles que buscam o que é valioso. Nota do editor] torna-se democracia. Assim, existem formas de amizade correspondentes a estas constituições políticas: a realeza desenvolve uma amizade semelhante ao sentimento paternal, e as relações de justiça são condicionadas pelo mérito. A aristocracia desenvolve uma amizade semelhante àquela entre marido e mulher, enquanto a timocracia desenvolve uma amizade fraterna onde todos serão vistos como iguais, de modo que amizade e justiça não coexistem na tirania, mas são essenciais na democracia. Aristóteles termina explicando que o amor entre marido e mulher se baseia na utilidade e no prazer, mas também na virtude.

    Finalmente, na conclusão do livro, Aristóteles discute as regras de conduta para a prática da amizade. Amigos verdadeiros e iguais devem ser iguais em afeto e bens, mas numa amizade desigual, aquele que estiver em desvantagem proporcionará ao outro uma vantagem proporcional à superioridade deste último. Assim, somente a amizade utilitária é codificada por lei e moralidade, sendo a regra baseada na vantagem da parte obrigada, na necessidade de retribuir tanto ou mais do que ele recebeu. Assim, entre pessoas desiguais, cada uma pensa que recebe mais do que a outra, mas é o que é recebido que difere: honra para os mais ricos, bens para os mais pobres. Aristóteles conclui indicando que a amizade não exige nada que não esteja dentro das possibilidades de cada um dos dois "amigos".

    Aristóteles - Ética a Nicômaco X - A Verdadeira Felicidade

    O Livro X de Ética a Nicômaco, é o último livro da Ética e conclui todo o pensamento de Aristóteles sobre o assunto. Assim, está dividido em duas partes principais, a primeira trata do prazer enquanto a segunda trata da contemplação e da vida contemplativa.

    A primeira parte do trabalho é uma introdução e crítica das concepções filosóficas do prazer através do estudo de opiniões. A teoria aristotélica é então explicada antes de uma definição de prazer: prazer não é movimento, é um ato que constitui em si mesmo seu próprio fim. A isto se segue uma análise do prazer em relação à noção de ato e finalmente a questão da diversidade dos prazeres. A segunda parte do trabalho descreve a excelência da vida contemplativa e conclui o trabalho e fecha a Ética a Nicômaco, abrindo os futuros cursos sobre política.

    Este livro X é, portanto, de importância crucial porque encerra e completa todo o trabalho sobre a Ética de Aristóteles, estabelecendo a definição do que é o "soberano bem", objeto final da ética. Assim, este último livro retorna ao primeiro e dá uma estrutura cíclica ao todo, o fim encontra o início, mas abre assim a ética à política.

    Aristóteles desenvolveu assim as idéias, à medida que o Livro X avança, que o prazer é uma questão ética fundamental, que não é movimento nem geração e que existe uma hierarquia e diversidade de prazeres. Ele argumenta que o prazer é um ato, mas não um movimento, portanto, um ato em si mesmo que é seu próprio fim. De acordo com Aristóteles, o prazer não é o objetivo de toda ação humana, porque nem todo prazer é bom. O prazer é encontrado em várias formas de atividade, e um prazer ou dor adequado pode pertencer a qualquer atividade. O prazer em algumas formas de atividade pode ser bom, enquanto em outras pode ser ruim. A própria dor pode ser tanto boa quanto má. A felicidade é uma virtude, guiada pelo intelecto e pela razão, portanto é uma atividade contemplativa e não um mero meio para um fim, portanto a felicidade é um fim em si mesma, é unidade de vontade e ação. Não é meramente o resultado de um sentimento de prazer ou satisfação, mas é a realização da alma humana. Aristóteles diz que os seres humanos são felizes quando são guiados pela razão.

    Então o autor se refere à contemplação e afirma que a felicidade é encontrada ali, que a vida contemplativa deve triunfar, Aristóteles vê claramente a felicidade como o fim da vida, ele coloca a questão de qual é o soberano bem de nossa atividade. Ele responde a esta pergunta dizendo que é a felicidade, que consiste na atividade mais perfeita do homem, ou seja, na vida contemplativa. O homem sábio que contempla o Eterno em uma vida de lazer encarna verdadeiramente o homem feliz. Todas essas noções fluem para o penúltimo capítulo, que serve como uma introdução à política, e depois para uma conclusão geral de ética.

    Aristóteles - Metafísica - Livro A

    O livro A é o primeiro livro da Metafísica de Aristóteles, e começa com uma explicação do conhecimento humano classificando-o em uma hierarquia, então Aristóteles pergunta qual é a ciência mais importante e o que a define.

    Em primeiro lugar, aborda as sensações: audição, olfato, tato, visão, paladar, que nos são agradáveis ​​porque nos trazem conhecimento. Assim, segundo ele, aprender implica o uso das sensações e, portanto, sobretudo, o conhecimento da linguagem, pois ouvir exige a compreensão do que é dito. Da memória, Aristóteles passa a falar de experiência, constituída pelas memórias de uma coisa, definida por experiências das quais deriva um princípio universal semelhante a todos os casos: a arte. Isso leva em consideração a capacidade de reconhecer casos semelhantes e a capacidade de aplicar uma regra universal a esses casos. Segundo Aristóteles, essa arte tem sua fonte nas sensações, na memória, nas experiências e, finalmente, no julgamento universal. No entanto, ele acrescenta que a arte está subjacente ao conhecimento e à compreensão, e que pode ser ensinada porque é teoria. Indica também que a arte é diferente das sensações que não constituem uma ciência. Aristóteles conclui disso que o conhecimento mais elevado é a sabedoria e que busca as causas primárias e os princípios dos seres, razão pela qual explica que as ciências teóricas [ciências que procedem apenas de um ponto de vista teórico - Nota do editor] são mais nobres que as ciências práticas.

    Aristóteles tenta então refletir sobre os julgamentos que são feitos em relação ao filósofo. Ele seria aquele que possui conhecimentos gerais, aquele que conhece coisas difíceis, aquele que pode ensinar causas, aquele cujo único objeto é o conhecimento e a ciência e, finalmente, aquele que faz leis e ordena. Ele deduziu, portanto, que o conhecimento de todas as coisas é prerrogativa de quem possui a ciência do universo, o que é muito complexo porque este conhecimento está muito distante das sensações. É por isso que Aristóteles explica que estas ciências são as mais exatas, que são o conhecimento dos princípios e das causas. Ele conclui dizendo que o filósofo é um cientista teórico dos princípios e das causas primárias.

    O autor questiona então as origens da filosofia, explicando que os primeiros "pensadores" foram movidos pelo espanto e pelo desejo de superar a ignorância. Ele revela assim que a filosofia é a única ciência que é livre porque constitui um fim em si mesma. Segundo ele, é também muito complexa porque ele prevê que está além do ser humano, segundo ele, se não é tão necessário quanto as outras ciências, é sobretudo a ciência dos deuses.

    Segue-se uma investigação sobre a causa dos primeiros filósofos, levando nesta parte da obra aos quatro significados da palavra causa: a causa formal, a causa material, o princípio do movimento e a finalidade. Pode-se então ler teorias e idéias complexas sobre a natureza das coisas, sobre suas causas, muitas das quais são citadas por Aristóteles. Finalmente, o livro termina com vários capítulos incluindo uma crítica dos pré-Platonistas e uma crítica da teoria das idéias de Platão.

    Aristóteles - Metafísica - Livro Γ

    O Livro Γ (Gama) é o quarto livro da Metafísica de Aristóteles, e trata da ciência que estuda o ser como ser e está estruturada em oito capítulos.

    O primeiro capítulo se propõe a demonstrar a necessidade de uma ciência que estude o ser como ser e os acidentes próprios do ser. Esta ciência é diferente de todas as outras ciências particulares. Ela busca a natureza própria dos mais altos princípios e causas dos elementos do ser, não como acidentes, mas como ser.

    O segundo capítulo traz a idéia de que existe apenas uma ciência que estuda o ser como ser, porque mesmo que assuma vários significados, ele tem apenas um princípio e uma natureza, e, portanto, apenas uma ciência.

    Um terceiro capítulo introduz a noção de que somente a filosofia pode lidar com axiomas [verdade admitida sem demonstração - Nota do editor] matemáticos da essência. De acordo com Aristóteles, os axiomas incluem tudo o que é, sem exceção. Todas as ciências utilizam os axiomas para um propósito específico. Ele mostra como o filósofo é responsável por examinar os axiomas, já que eles existem como estando em tudo. Partindo do princípio de que existe algo superior aos seres físicos, é aquele que lida com o universal e a substância primária que deve estudar este algo, ou seja, a filosofia primária.

    O quarto capítulo demonstra que não há meio-termo entre a afirmação e a negação. Aristóteles já demonstrou anteriormente que é impossível que a mesma coisa seja e não seja. Assim, ele estabelece por refutação o caminho dos opostos para a mesma coisa. Ele acrescenta que significar a essência de um ser é significar a identidade de sua existência.

    O quinto capítulo se propõe a demonstrar que a aparência não é verdade, e continua para mostrar como a verdade difere de acordo com o indivíduo, as sensações e muitos outros aspectos, esfolando assim aqueles que defendem a doutrina de que o que observamos é a verdade.

    O sexto capítulo continua na refutação daqueles que afirmam que tudo o que aparece é verdade. Pois, segundo Aristóteles, se tudo não é relativo, se há seres em si, não se pode dizer que tudo o que aparece é verdade. De fato, o que aparece apenas para alguém, então dizer que tudo o que aparece é verdade é dizer que tudo é relativo. Portanto, segundo o autor, para defender uma demonstração lógica, é preciso estar ciente de que o que aparece é verdadeiro para a pessoa a quem ele aparece.

    O sétimo capítulo desenvolve o princípio de que não há meio-termo entre a afirmação e a negação. De fato, não é possível que haja um meio-termo entre duas propostas contrárias porque uma coisa deve necessariamente ser afirmada ou negada e a outra. Não há necessariamente um meio-termo entre duas coisas porque se houvesse, teria que haver uma passagem entre dois opostos e isto não é possível.

    O oitavo e último capítulo refuta os sistemas daqueles que afirmam que tudo é verdade ou que tudo é falso.

    Aristóteles - Metafísica - Livro E

    O Livro E da Metafísica de Aristóteles é o sexto livro da obra, que se propõe a distinguir as várias ciências segundo vários critérios.

    No primeiro capítulo, Aristóteles revela-nos que se trata sobretudo da busca dos princípios e das causas do ser, tendo em conta o modo de ser, a essência do ser e a definição do ser. É, segundo o autor, essencial diferenciar o que emerge do material e o que é independente dele. Isso leva Aristóteles a trazer três ciências: a física, as matemáticas e a teologia. Sendo a física a ciência de um tipo determinado, ciência que estuda uma substância, seu princípio de movimento e de repouso, ele a define como uma ciência teórica da substância formal relacionada à matéria. A matemática é uma ciência teórica cujo objeto é o estudo do que é imóvel e ligado à matéria. A teologia, finalmente, é o estudo de um ser eterno, imóvel e separado da matéria; é a ciência mais antiga e seu objeto é o divino. Aristóteles indica mais tarde que não há apenas o que é constituído pela natureza, e é por isso que ele indica que a metafísica tem como objeto o estudo do ser como ser, sua essência e seus atributos como ser. É, portanto, uma ciência universal porque lida com os fundamentos de todos os seres.

    Em um segundo capítulo, Aristóteles avança os diferentes significados de ser. Primeiro, há o ser acidental, depois o ser que designa a verdade e, ao contrário, o não ser que designa a falsidade. Ele acrescenta que cada forma de atribuição é uma forma de considerar o ser, que deve ser considerado de acordo com sua essência, qualidade, quantidade, lugar, tempo e outros pontos de vista semelhantes. Finalmente, Aristóteles fala de estar em potencial e estar em ação. Ele explica assim como não há ciência do acidente, diz ele, além disso: "a causa do acidental é a matéria, como suscetível de ser diferente do que é ordinariamente". Aristóteles afirma que uma ciência só pode ter como objeto o que sempre acontece, com certeza, que é a única coisa que pode ser ensinada.

    O terceiro e último capítulo do livro trata dos princípios e causas de acidentes, estes são produzidos e destruídos, mas isto não produz nem destrói. Aristóteles acrescenta que se isto fosse diferente, se a produção e destruição do acidente tivesse necessariamente uma causa não acidental, então tudo seria necessário. Portanto, para estudar uma coisa, devemos voltar ao momento atual que determinará a direção tomada pelo evento. Aristóteles volta assim a um princípio, o princípio do que acontece de forma indeterminada, este princípio, nenhuma causa se produziu. O autor também explica que o falso e o verdadeiro não estão nas coisas, eles existem apenas no pensamento. Ele acrescenta que o ser em questão não tem existência própria porque o que une o pensamento ao sujeito ou os separa pode ser essência, qualidade, quantidade, ou qualquer outro modo de ser. Finalmente, ele conclui dizendo que, ao determinar o significado dos termos da filosofia, foi estabelecido que o ser pode assumir muitas formas.

    Aristóteles - Metafísica - Livro Z

    O livro Z é o sétimo livro da Metafísica de Aristóteles, e trata de múltiplos assuntos relacionados ao ser primário, substância, forma, essência, arte e acaso. É composto de dezessete capítulos que fluem juntos logicamente.

    Segundo Aristóteles, o ser é entendido de diferentes maneiras, tem vários significados, mas, no sentido primário, é "o que é a coisa" ou seja, a substância. O resto são seres apenas porque são determinados pela quantidade, qualidade e afins. Em cada uma dessas coisas há um sujeito real e determinado: a substância e o indivíduo. Assim, o ser absolutamente falando é substância. A existência de substância é vista especialmente nos corpos. Aristóteles coloca assim a questão da existência de outras substâncias. A substância tem um grande número de significados, dos quais quatro principais: essência, universal, gênero ou sujeito. Assim, refere-se à matéria, e matéria primária é aquela que não tem nem forma, nem quantidade, nem qualquer outro atributo. Aristóteles explica que a substância é a primeira de uma forma absoluta e, de acordo com toda a lógica, é a primeira no conhecimento e no tempo. Ele acrescenta que o caráter essencial da substância é que ela é separável, portanto, na definição de cada ser encontramos a de sua substância. Ele prossegue explicando que acreditamos saber uma coisa com certeza quando sabemos o que é. Ele toma o exemplo do homem que é diferente de suas qualidades.

    De todas as coisas, algumas são produções da natureza, outras da arte, outras do acaso. Em toda produção há uma causa, um sujeito, e depois um ser produzido em todos os modos de ser: essência, quantidade, qualidade, lugar. Assim, as produções naturais são aquelas de seres que vêm da natureza, e aquilo de onde vem um ser é o que se chama matéria, aquilo pelo qual uma coisa é produzida é um ser natural. Todo ser em processo de se tornar tem uma causa produtiva, é o princípio da produção, acrescenta Aristóteles que também tem um sujeito. Indica que a única coisa que se torna é aquilo que une forma e matéria, então em todo ser que se tornou existe matéria. De um lado está o material e do outro a forma.

    Aristóteles então se propõe a demonstrar como certas coisas acontecem por arte ou por acaso. A causa está no fato de que a matéria é uma parte das coisas e que ela pode ter, em certos casos, um movimento próprio, o que pode explicar o acaso. Ele então tenta descobrir se a definição de partes se encaixa na definição de um todo. Ele diferencia entre as partes de essência e as partes de matéria, de modo que o homem é a soma das partes de matéria que o compõem: ossos, músculos, nervos, etc. Entretanto, nem todos os seres são feitos de matéria, portanto, todos os seres imateriais, por exemplo, forma considerada em si mesma, não podem absolutamente ser resolvidos em suas partes. Aristóteles indica que a dificuldade é determinar quais partes pertencem à forma e quais partes pertencem ao todo da forma e da matéria, sem as quais não é possível definir indivíduos. Portanto, o que entra na definição é o universal e a forma. Ele então explica que nada universal é uma substância e assim refuta aqueles que admitem que as idéias são substância e atribuem a elas uma existência própria. Ele continua dizendo que não pode haver definição ou demonstração da substância de determinados seres sencientes, que não há substância composta de substâncias. O trabalho termina com observações relativas à substância e à forma substancial.

    Redigido por Monsenhor Bender.B.Rodriguez.


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    Do Livre Arbítrio Aristotélico

    Dogma Aristotélico, Livro das Virtudes, Mito Aristotélico, O Eclipse, A Ressurreição a écrit:
    Deus disse-me: « Agora, chegou a hora de fazeres a tua escolha. Tu podes aceitar a morte. Nesse caso, eu julgarei a tua vida, os momentos em que tu soubeste trabalhar para a virtude, e aqueles onde tu te desviaste dela. Se, então, eu te julgar e tu fores merecedor, tu te juntaras aos eleitos para uma eternidade de alegria e felicidade. Mas, se Eu te julgar e vir que a tua vida não foi suficientemente virtuosa, tu conheceras uma eternidade de tormentos no Inferno. Mas, se tu achas que o teu tempo ainda não foi concluído, que tu ainda não fizeste as tuas provas perante Mim, tu podes decidir voltar à vida. »

    Esta passagem é a conclusão da jornada de Syopsu. Nenhuma ambiguidade é possível: Deus claramente lhe deixa a escolha de voltar à terra ou do julgamento divino. No entanto, Syopsu só tem o poder de decidir ouvir Seu julgamento naquele momento, em nenhum caso ele escolhe seu destino final: esta prerrogativa continua sendo de Deus. Isso nos é lembrado um pouco mais tarde:

    Dogma Aristotélico, Livro das Virtudes, Mito Aristotélico, O Fim dos Tempos, As Questões a écrit:
    « Quando cada um de vós morre, Eu decido o vosso destino eterno. Dependendo de terem sido virtuosos ou pecadores, juntar-se-ão ao grupo dos eleitos, ou ao dos condenados. »

    Sypouss tinha apenas duas opções: ou deixar Deus decidir imediatamente sobre o destino final que Ele lhe daria, ou retornar à Terra.

    No entanto, lemos algo mais abaixo:

    Dogma Aristotélico, Livro das Virtudes, Mito Aristotélico, O Eclipse, A Ressurreição a écrit:
    « Desde que Eu decidi mudar o espírito dos humanos em alma, para que ela seja julgada aquando da sua morte, cada um deles percorre o mesmo caminho que te conduziu a Mim, e Eu ponha a mesma pergunta a todos eles. Alguns têm a mesma prudência que tu, outros acedem ao Paraíso, outros subestimam a qualidade da sua virtude e são enviados para o Inferno »

    Esta passagem é muito importante, porque significa que Sypouss não foi um caso isolado, mas que Deus realmente deixa esta escolha para todos. A todos, com algumas raras exceções, como prova este outro extrato:

    Dogma Aristotélico, Livro das Virtudes, Mito Aristotélico, A Pré-História, A Punição a écrit:
    As sete encarnações dos pecados foram punidas por Jah. Eles foram lançados à Lua, para viver a eternidade no sofrimento sob o título de Príncipes demónios. Aqueles que deram ouvidos às blasfémias por eles propagadas tiveram o mesmo destino terrível, sob o título de demónios.


    ou isto

    Dogma Aristotélico, A Vida de Christos, Capítulo 16 a écrit:
    Foi então que vimos uma nuvem de anjos celestes aparecer nessa auréola divina. Todos desceram dos céus com graça, voando acima da eminência. Eles pegaram o corpo do Messias, guia e espelho da divindade, e o içaram aos céus, levando-o ao trono de Deus.


    Deus nos deu o dom do livre arbítrio para decidir nosso próprio futuro, embora Ele obviamente conheça todos os futuros possíveis: Ele delimitou uma lista de decisões que podemos tomar, mas não sabe qual delas escolheremos, dependendo de nossa resistência à criatura sem nome que Ele criou.
    Da mesma forma, ele coloca a questão do retorno à Terra para todas as almas mas, em casos extremos, tira o livre arbítrio de uma alma particularmente virtuosa ou particularmente ímpia e a envia diretamente para o Sol ou para a Lua. Este é o caso dos dois profetas, os sete arcanjos e os sete príncipes demônios.

    Por outro lado, no caso da escolha de voltar à Terra, é normal não se lembrar de nada, como esta nova passagem nos prova:

    Dogma Aristotélico, Livro das Virtudes, Mito Aristotélico, O Eclipse, A Ressurreição a écrit:
    « Aqueles que aceitaram como tu, a ressurreição não guardam memória da sua viagem celeste. Assim, o seu comportamento só muda caso a lição tenha sido gravada no fundo dos seus corações. Mas, para que todos saibam qual a terrível sorte que lhes espera, caso voltem as costas ao Meu amor, eu deixo excepcionalmente a tua memória. Assim, tu poderás testemunhar a tua viagem. E esse testemunho durará durante séculos e séculos. »


    Está assim muito claramente estabelecido que uma vez que um homem morre, Deus questiona a alma desse homem se ele pensa que está pronto para ouvir o Seu julgamento. Se a alma responde afirmativamente, Deus a julga e anuncia o seu destino final: o Sol caso fosse virtuoso, a Lua caso tenha cedido ao pecado. Se a alma responde de forma negativa, Deus envia-a de volta à Terra e a alma não tem memória da sua viagem.

    Algumas pessoas poderiam pensar de boa fé que tal atitude é indigna de Deus que, como Juiz Supremo, não pode delegar o seu poder a uma mera alma, que por definição é imperfeita. E é verdade que, embora se declare literalmente que Deus faz a pergunta de cada alma, não se declara explicitamente que Ele tem em conta a resposta dada.
    No entanto, a ideia de um Deus fazendo uma pergunta e ignorando a resposta é realmente melhor do que a de um Deus deixando seu livre arbítrio para os homens até o fim?

    Além disso, Deus é necessariamente tolo em delegar tanto o Seu poder? A resposta a esta pergunta está na própria pergunta: Deus é perfeito e não pode ser ingênuo; esta mansidão é, portanto, plenamente justificada, do Seu ponto de vista. E, se você pensar bem, isso também é justificado pelo nosso. Para entender melhor, vamos fazer uma analogia.
    Um senhor da guerra que fez prisioneiros é todo-poderoso sobre seus prisioneiros. Deus é todo-poderoso. Um senhor da guerra pode decidir matar os prisioneiros, não é difícil para ele. Deus pode decidir julgar a alma assim que ela deixa seu corpo sem lhe dar a opção de retornar à terra, não é difícil para Ele. Este ato dará ao senhor uma imagem de alguém não apenas temível, mas também capaz de uma bondade totalmente altruísta, o que só aumentará seu prestígio. Ao deixar essa escolha para as almas, Deus aumenta ainda mais Seu prestígio e Sua grandeza.

    Aqui demonstrámos a base do livre arbítrio aristotélico. Este ensaio não pretende ser uma reflexão ou interpretação de dogma, mas simplesmente tornar a mensagem de Deus clara e demonstrar a sua veracidade. Deixamos que vários teólogos amadores ou profissionais escrevam mais ensaios que estabeleçam as consequências de tudo isto; o nosso próprio texto tinha apenas o objectivo de evitar várias controvérsias futuras.
    À guisa de conclusão, só há uma coisa a dizer: com este gesto, Deus não só aumenta o Seu prestígio como também nos dá um livre arbítrio que é válido até ao fim da nossa existência. Sendo Deus subtil, cada um dos Seus dons é uma espada de dois gumes: tenha cuidado para fazer a escolha certa e não aceite o Seu julgamento caso haja risco de ir para a Lua, ou pedir para voltar à Terra quando estiver pronto para seguir para o Sol! Mas isso é outra história...

    Escrito por Wilgeforte de Torretta-Granitola, em Roma, no terceiro dia de Novembro do ano da Graça MCDLVII


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    Unus a um

    Citation:





      À Universalidade dos Fiéis,
      Aos meus veneráveis ​​irmãos e irmãs,




      "A lei do amor é a única lei da vida; a lei que faz com que todos sintam a imensa unidade
      humana dentro de si e se tornem tão fortes quanto todos juntos."


      Talvez nunca no passado as mentes dos homens tenham sido tão fortemente tomadas como
      vemos em nossos dias, com o desejo de fortalecer e estender para o bem comum da sociedade
      humana, as relações fraternas que nos unem por causa de nossa comunidade de origem e natureza.

      De fato, os povos ainda não desfrutam de todos os benefícios da paz, e mesmo aqui e ali, antigas
      e novas discórdias provocam a erupção de sedições e guerras. Por outro lado, certamente a maioria
      das controvérsias que afetam a tranquilidade e a prosperidade dos povos não podem, de forma alguma,
      serem resolvidas sem a ação e os esforços concertados dos líderes, governantes e daqueles que
      administram e perseguem seus interesses. Portanto, é fácil compreender, e tanto mais que ninguém
      se recusa a admitir a unidade do gênero humano, por que a maioria dos homens deseja ver, em nome
      dessa fraternidade universal, os diversos povos unirem-se entre si por um laços todos os dias.

      É verdade que quando se trata de promover a unidade entre todos os aristotélicos, alguns espíritos
      são facilmente seduzidos por uma aparência de bem
      . Não é justo, repetimos, não é mesmo um
      dever de todos, abster-se de acusações mútuas e unir-se finalmente um dia nos laços da caridade uns
      para com os outros? Quem ousaria afirmar que ama o Altíssimo se não busca com todas as suas forças
      realizar o desejo do próprio Altíssimo? E, além disso, o criador não queria que seus filhos fossem
      marcados e distinguidos das outras criaturas por este sinal de que eles se amariam: "Então Jah disse:
      "Humano, pois por seres o único a compreender o que era o amor, Eu faço dos teus semelhantes,
      Meus filhos. Assim, tu sabes que o talento da tua espécie é capacidade de me amar a Mim e aos teus
      semelhantes. As outras espécies só se sabem amar a elas próprias.""
      (Livro 1. O Mito Aristotélico - Parte VII. O Amor)

      Queira Deus, acrescentamos, que todos os aristotélicos sejam "um"! Porque pela unidade seriam muito
      mais fortes para repelir a praga da impiedade e do pecado que, infiltrando-se e alastrando-se cada dia
      mais, prepara-se para arruinar a criação.

      Estes e outros argumentos semelhantes são difundidos e desenvolvidos pelos chamados "Reformados".
      Estes Reformados não são poucos e distantes; pelo contrário, eles se multiplicaram em organizações
      completas e fundaram associações espalhadas, que geralmente são lideradas por não-Aristotélicos,
      quaisquer que sejam suas diferenças em matéria de fé. Além disso, seu empreendimento é tão ativo
      que consegue em muitos lugares o acolhimento de pessoas de todos os tipos e até seduz muitos fiéis
      aristotélicos pela esperança de formar uma união em conformidade, aparentemente, com os desejos
      da Santa Igreja, que, certamente, não tem nada mais no coração do que recordar e trazer de volta ao
      seu seio seus filhos perdidos.

      Mas, na verdade, sob as seduções e o encanto desses discursos, esconde-se um erro indubitavelmente
      gravíssimo, que desloca de alto a baixo os fundamentos da fé aristotélica.

      Advertidos pela consciência de nosso episcopado para não permitir que erros perniciosos contornem o
      Homem, apelamos, veneráveis irmãos, guias e líderes, ao seu zelo para que se protejam contra tal
      infortúnio. Confiamos, de fato, que pela palavra e pela escrita cada um de vós será capaz de
      alcançar mais facilmente seu povo e fazê-los compreender os princípios de nosso Sagrado Dogma, e que
      os Aristotélicos podem encontrar nele uma regra de pensamento e conduta para empreendimentos
      destinados a unir, de qualquer forma, em uma só força, todos aqueles que afirmam ser fiéis à Santa
      Igreja Aristotélica.

      Segue-se que não pode haver religião verdadeira, exceto aquela que se baseia na palavra de Deus.
      Mas se Deus falou - e a história testemunha que Ele realmente falou - não há ninguém que não veja que
      o dever do homem é acreditar sem reservas em Deus que fala e obedecer totalmente a Deus que manda.

      Que os filhos dissidentes, portanto, retornem à Verdadeira Igreja, para que a Unidade seja fortalecida
      para o bem da humanidade.


      Compreendeis, Veneráveis ​​Irmãos, o quanto desejamos esta união. Queremos que os filhos do Altíssimo
      saibam disso também, não só os fiéis, mas também todos aqueles que estão separados da Igreja. Se, por
      uma oração humilde, estes imploram e rezam por perdão, não há dúvida de que reconhecem a única
      verdadeira Igreja aristotélica e que finalmente entram nela, unidos a nós, por uma caridade perfeita.




      Bênçãos,







      Monsenhor Tully
      Arcebispo de Moustier-en-Tarentaise
      Protonotário Apostólico
      Senhor de Arborio e de Sonnaz




      Feito em Tarentaise, no nono dia de abril do ano de nosso Senhor MCDLVIII





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Citation:



    Apelo Universal à Paz

    Citation:



      À Universalidade dos Fiéis,
      Às Autoridades Imperiais,
      Aos Povos do Sacrum Romanorum Imperium Nationis Germanicæ,
      À todos os que desejam a paz!




      «Onde o homem não confia mais em uma grandeza que o transcende, ele corre o risco de se entregar ao poder
      desenfreado da arbitrariedade e dos pseudo-absolutos que o destroem.»


      A grande causa da paz entre os povos precisa de todas as energias da paz presentes no coração do homem.
      Alcançar a paz é o resumo e a coroação de todas as nossas aspirações. A paz, sentimos, é plenitude e é alegria.
      Para alcançá-la entre as províncias, multiplicam-se as tentativas em intercâmbios bilaterais ou multilaterais, em
      encontros diplomáticos, e alguns tomam pessoalmente iniciativas corajosas para estabelecer a paz ou evitar a ameaça
      de uma nova guerra.

      Mas, ao mesmo tempo, observamos que indivíduos e grupos nunca param de resolver seus conflitos secretos ou públicos.
      A paz é, portanto, um ideal além do nosso alcance? O espetáculo diário de guerras, tensões, divisões semeia dúvida e
      desânimo. Focos de discórdia e ódio parecem até ser atiçados artificialmente por alguns que não pagam o preço. E muitas
      vezes os gestos de paz são ridiculamente impotentes para mudar o curso das coisas, quando não são levados e finalmente
      recuperados pela lógica dominante da exploração e da violência.

      Aqui, a timidez e a dificuldade das reformas necessárias envenenam as relações entre os grupos humanos, mesmo que
      unidos por uma longa ou exemplar história comum; novos desejos de poder tendem a recorrer à coerção numérica ou à
      força bruta para resolver a situação, sob o olhar impotente, às vezes interessado e cúmplice, de outras províncias, próximas
      ou distantes; os mais fortes e os mais fracos não confiam mais nos pacientes procedimentos de paz. As ambições pessoais
      prevalecem então sobre as grandes tarefas pacíficas que devem unir os povos em uma nova solidariedade!


      Mas para enfrentar o desafio que se impõe a toda a humanidade, diante da difícil tarefa da paz, é preciso mais do que
      palavras, sinceras ou demagógicas. Particularmente ao nível dos políticos, círculos ou centros dos quais dependem mais ou
      menos diretamente, mais ou menos secretamente, os passos decisivos para a paz ou, pelo contrário, o prolongamento de
      guerras ou situações de violência, deve penetrar o verdadeiro espírito de paz . No mínimo, devemos concordar em confiar em
      alguns princípios básicos, mas firmes, como estes. Os assuntos dos homens devem ser tratados com humanidade, não com
      violência. Tensões, disputas e conflitos devem ser resolvidos por meio de negociação razoável, não pela força. As oposições
      ideológicas devem se confrontar em um clima de diálogo e discussão livre. Os interesses legítimos de grupos específicos
      também devem levar em conta os interesses legítimos dos outros grupos envolvidos e as exigências do bem comum maior.
      O recurso às armas não pode ser considerado o instrumento adequado para a resolução de conflitos. Os direitos humanos
      imprescritíveis devem ser salvaguardados em todas as circunstâncias. Não é permitido matar para impor uma solução.

      Esses princípios de humanidade, cada homem de boa vontade pode encontrá-los em sua própria consciência. Correspondem
      à vontade de Deus para os homens. Para que eles se tornem convicções entre os poderosos e os fracos, e para que eles
      permeiem toda a ação, eles devem ser devolvidos com toda a sua força. Requer, em todos os níveis, uma educação paciente e longa.

      Queridos irmãos e irmãs, a aspiração de paz que compartilhais com todos os homens corresponde a um primeiro chamado de Deus
      para formar a mesma família de irmãos. As dificuldades que encontramos na marcha para a paz estão ligadas em parte à nossa
      fraqueza como criaturas, cujos passos são necessariamente lentos e progressivos; eles são agravados por nosso egoísmo, por nossos
      pecados de todo tipo. Deus criou a criatura sem nome para testar nossas fraquezas humanas todos os dias. Ele a tornou invisível
      para que ela pudesse sussurrar para nós suas ideias de impiedade, assim a lei do mais forte, o desejo irresistível de matar, a violência
      assassina, tornam-se mais do que tentações para quem perde de vista, o caminho da virtude.

      A paz é o nosso trabalho: requer nossa ação corajosa e unida. Mas é inseparavelmente e antes de tudo um dom de Deus:
      requer a nossa oração. Os aristotélicos devem estar na vanguarda daqueles que rezam diariamente pela paz; devem também educar a
      rezar pela paz.

      A todos vós, fiéis e homens de boa vontade, digo: não tenham medo de apostar na paz, de educar para a paz. O anseio pela paz não
      será frustrado para sempre. O trabalho pela paz dará frutos. A paz será a última palavra da história.



      Fiquem bem,



      Tully
      Arcebispo de Moustier-en-Tarentaise
      Protonotário Apostólico
      Senhor de Arborio e de Sonnaz




      Feito em Tarentaise, no V dia de março do ano da graça MCDLVIII de Nosso Senhor





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    Do Papa

    O Papa é o chefe da Igreja Aristotélica. Ele tem um poder superior sobre ela porque é o vigário de Deus na terra e, como tal, não presta contas a ninguém na terra. Está em suas prerrogativas fazer ou desfazer tudo o que pode ser feito ou desfeito na Igreja. Ele também pode se opor de forma discricionária a qualquer ação de um clérigo ou de um grupo de clérigos.

    Mas isso significa que o Papa tem poder ilimitado sobre a Igreja? Para responder a essas perguntas aos cismáticos que negam o direito do Papa de dirigir a Igreja, é necessário primeiro definir, com a ajuda da filosofia e da razão, as fontes e a natureza de sua autoridade.

    I) O que é a autoridade pontifícia?

    O Papa é o homem que foi legitimamente eleito, sem dúvida alguma sobre a validade da eleição, pelo Colégio dos Cardeais Eleitores reunidos no Conclave.

    Isso significa que a eleição é suficiente para ser Papa? De jeito nenhum. Com efeito, a eleição legítima pelo Colégio apenas confere autoridade materialmente. Para ele ser Papa, o eleito deve também:

    - desejar objectivamente o bem da Igreja;
    - não ser herético, seja externa ou internamente.

    Se Deus encontra no coração do eleito qualquer um dos obstáculos mencionados, então a autoridade formal não pode ser transferida à ele, e a eleição, sem a necessidade de um anúncio público, é nula e sem efeito, e todas as decisões tomadas pelo eleito são nulas e sem efeito.

    II) O Papa, uma necessidade da razão

    Para entender por que é absolutamente óbvio que o Papa é o único e verdadeiro líder da verdadeira Igreja de Deus, algumas considerações sobre o propósito de nossa vida são necessárias.
    Oane disse no capítulo VII da Criação « o Amor »:

    Citation:
    « Estamos todos unidos na vida e todos somos Teus humildes servos. Porque tú és nosso criador. »


    A partir disto, fica claro que o objetivo de todo ser humano é amar a Deus, e através deste amor ele pode salvar sua alma. Pois Deus tem advertido em várias ocasiões sobre o que acontecerá com aqueles que não seguem Sua palavra.

    Assim, no Fim dos Tempos, Capítulo IV « O Julgamento Divino »:

    Citation:
    6 E Deus disse-me: “Vê. Esses homens e essas mulheres estão, agora, aguardando pelo julgamento dos seus corações. Eu fiz com que aspirassem à virtude e fiz isto de tal maneira que, se algum de vós a praticar, isso será comunicado aos restantes.” Aí eu reconheci o ensinamento de Aristóteles e as palavras de Christos! “Sempre existiu esta meta,” Ele acrescentou, “para Me servir, honrar e amar, mas também para se amarem entre si. Eu sou a mão invisível que guia os vossos passos, mas vários de vós se desviaram da Minha Palavra.”

    7 “Vocês são julgados um por um quando morrem, mas nem sempre será esse o caso. De fato, Eu deixei a criatura que não nomeei provar o seu ponto, de que os fortes devem dominar os fracos. Se, uma vez mais, forem desviados para o Pecado de forma significativa, aquilo que viste na poça de água irá acontecer. Se esquecerem novamente o amor que Eu vos tenho e, com isso, parem de Me amar, tudo acontecerá como viste. Se a Minha Palavra, revelada por Aristóteles e Christos, não mais for considerada, Eu destruirei o mundo e a sua vida, pois o amor não mais existirá. Assim, tomem cuidado para que a Minha Palavra não se perca no abismo do esquecimento.”



    Assim, cada alma será julgada de acordo com sua prática da Virtude. Agora, o que é a Virtude? A virtude é definida como a prática sincera da piedade e a observância dos mandamentos de Deus e dos ensinamentos de Seus Profetas, Aristóteles e Christos. Assim, aqueles que não seguirem este caminho verão o Inferno Lunar onde reinam os Príncipes Demônios que sofrem por toda a eternidade, porque só se vai ao inferno para sofrer.

    A partir destes trechos também fica claro que Deus, que é amor infinito, diz que não deixa seus filhos desprotegidos contra o vício. Ele especifica que lhes deixa os ensinamentos de Aristóteles e Christos, Seus Profetas.
    Existe, portanto, apenas um caminho viável, o de Aristóteles e Christos.

    Agora, Aristóteles não diz que em todas as coisas a unidade é maior que a divisão? Se o Divino é Perfeito, Seu desejo não é ver a túnica de Sua Igreja dividida em Igrejas Nacionais independentes como na Inglaterra, nos Estados Alemães ou, mais recentemente, na França. Deus quis necessariamente uma Igreja que não fosse dirigida aos franceses, aos alemães ou aos ingleses segundo as preferências desses povos, mas a toda a humanidade, pois não se diz « prometo salvação desta forma aos franceses e desta forma aos alemães », o que seria um absurdo. Como Deus, que é pura Verdade, poderia perguntar uma coisa de um povo e o oposto de outro? Como Ele é absolutamente Bom, o que Ele pede é bom para todos. A Igreja, portanto, precisa apenas de um líder para alcançar este fim, o Papa.

    III) Da historicidade das reivindicações do Papa.

    Uma vez demonstrado que um Papa é a única coisa razoável que a Igreja pode fazer para cumprir seu papel de guiar as almas no caminho da Virtude e da Santidade, deve ser ainda demonstrado que o Papa da Igreja Aristotélica é de fato, de acordo com as Escrituras, o homem certo para guiar a nave da Igreja e ser o vigário de Deus neste ofício.

    A primeira prova é simplesmente histórica. Quem fundou a Igreja Inglesa? Um inglês. Quem fundou a Igreja da França? Um soberano equivocado. Quem fundou a Igreja Aristotélica? O próprio Christos, mandatado por Deus para liderar seu rebanho. Conforme indicado no capítulo XI da Vita de Christos:

    Citation:
    "Os fiéis de Deus, aqueles que aprenderam com o ensino de Aristóteles e que querem seguir o caminho que estou apresentando, devem viver em comunidade. Esta comunidade encontrará seu significado e permitirá que todos vivam em virtude, se estiverem unidos na amizade recíproca que cada um de seus membros deve sentir em relação aos seus semelhantes. Para guiá-los, serei o pai desta comunidade, estabelecerei seus princípios e meus sucessores farão o mesmo depois de mim."


    A Igreja Aristotélica Romana é assim fundada por Christos, e assim cada Papa remonta diretamente à ele. Este não é o caso dos fundadores das igrejas cismáticas, que têm por sua única legitimidade apenas eles mesmos, enquanto o Papa é o herdeiro de uma linhagem christosiana ininterrupta do próprio Christos, e o momento em que ele nomeou Titus como chefe desta Igreja depois dele. Ele primeiro lhe faz a promessa, ainda neste mesmo capítulo XI de sua Vita:

    Citation:
    "Titus, aproxime-se, meu amigo. Titus, você é forte e vigoroso. Você pode me ajudar a levar essa comunidade; você será o meu segundo. Veja, Titus, você é um Titã, e é com a ajuda da sua força que eu construí uma Igreja titânica!"


    Entretanto, alguns cismáticos, em seu orgulho desmedido e para justificar sua separação da Igreja de Deus, afirmam que « em nenhum lugar se diz que os sucessores de Tito não se beneficiam (tenho uma dúvida, acho que na verdade o "não" antes dos benefício não é necessário se eu entendi a frase corretamente) de seus privilégios ». Isto não lança dúvidas sobre o plano divino para a Igreja? Isto não está diminuindo injustamente os poderes de Deus e de Christos? Estes cismáticos pensam que uma Igreja « titânica » concebida por Christos deixaria de existir após a morte de Titus, a quem ele planejou como o chefe desta assembléia depois dele? Onde está a obra titânica se ela não é capaz de sobreviver a um homem, e depois volta a ser dividida em várias sub-igrejas independentes, ou seja, ao estado descrito como inferior pelo próprio Aristóteles?

    Mas, acima de tudo, por que eles não lêem melhor o texto. Christos aqui coloca Titus como o sucessor de sua obra, como seu segundo no comando. Christos diz que erige e irá erigir até sua morte os princípios da Igreja e que « seus sucessores » farão o mesmo depois dele. Mas ele está falando sobre os apóstolos aqui? Não, de forma alguma, pois ele especificará seu papel um pouco mais adiante, instituindo-os como episkopos. Ele está falando aqui primeiro de Titus, e também dos sucessores de Titus. Christos respeita a hierarquia que ele mesmo estabeleceu e institui primeiro o Papado antes de instituir o episcopado. De fato, diz Christos então:

    Citation:
    "E vocês, olhem para si mesmos, vocês esquecem a virtude e ficam com ciúmes! Para fazer parte da minha comunidade de fiéis a Deus, vocês devem se esforçar para estarem limpos de todo pecado. No entanto, vejo bem que nenhum de vocês pode reivindicar esse nível de virtude. Voltem-se então para Deus, meus irmãos, pois Ele é misericordioso e lhes dará a oportunidade para lavarem suas falhas e seguirem o caminho que eu lhes mostro.

    Portanto, não fiquem tristes, pois vocês serão meus sucessores. Vocês levarão as boas novas à todas as nações, ajudando Titus a criar a minha Igreja. Então, eu faço de vocês os guias dos fiéis de Deus. Sejam exemplos para aqueles que os ouçam, porque um mau guia leva quem os segue para um mau caminho. Eu os nomeio como Episkopoi (bispos). Vocês serão responsáveis pela salvação dos seus rebanhos."


    É óbvio aqui que não estamos falando do mesmo tipo de sucessores dos quais Christos fala. É preciso lembrar que Christos é o primeiro bispo, pois foi ele quem instituiu os sacramentos. Ele tem todo o poder da ordem. E é este poder de ordem que ele transmite aqui aos seus Apóstolos, cujo papel é claro: "ajudar Titus a criar minha igreja". De fato, há uma inferioridade dos Apóstolos diante de Titus, que é o líder. Como então seus sucessores poderiam ser semelhantes aos sucessores dos outros Apóstolos? Como podemos acreditar que a hierarquia divina estabelecida por Christos pode assim desintegrar-se sob o pretexto de que Titus irá morrer? Mais uma vez, Deus dificilmente teria dado uma palavra a Christos sobre como agir após a morte de Christos? Isto parece desafiar a razão.

    Além disso, a carta de Titus a Linus, seu sucessor, corrobora o significado que este texto e seu autor dão à definição de sucessores quando Christos fala daqueles que irão erigir os princípios da Igreja depois dele:

    Citation:
    « Escrevo-lhe Linus, meu amigo, porque quero que continue depois de mim o que nosso salvador Christos começou na Judéia e pelo qual morreu como mártir. »


    IV) Das consequências da autoridade pontifícia.

    Uma vez estabelecida a justiça e a veracidade da missão papal, resta ainda especificá-la e o que ela implica.

    Primeiro, o Papa, como autoridade suprema da Igreja, goza necessariamente de graças especiais concedidas por Deus no exercício de seu ofício. De fato, o Papa é o pastor supremo; ele não pode conduzir suas ovelhas à ravina, pois isso significaria que a Igreja encarregada da orientação das almas poderia falhar. Mas o que é de Deus (e temos mostrado que a Igreja é de Deus) não pode ser bastardizado, rebaixado ou coxo. Portanto, a Igreja não pode "falhar" em sua missão e as doutrinas que propõe a seus fiéis são necessariamente boas, porque vêm de Deus. Sendo o Papa o Titã sobre o qual a Igreja repousa, goza, portanto, de imunidade ao erro, o que lhe assegura a certeza de guiar bem a Igreja em seus princípios.

    A missão da Igreja, para salvar almas, requer três partes: Governo, Santificação e Ensinamento. O governo diz respeito à organização da Igreja, com um Papa à frente, um Titã papal que a carrega. Requer a Santificação, ou seja, os Sacramentos e, portanto, os Clérigos e especialmente os Padres e Bispos, e o Ensinamento, que consiste em melhorar constantemente o conhecimento da Palavra de Deus e combater os erros cometidos sobre ela. Todos verão que o Papa está preocupado principalmente com duas de suas missões: Governo e Ensino. De fato, a Igreja pode ter apenas um líder e apenas uma Fé. O Papa, portanto, só pode ensinar a verdade a seus fiéis. Pois esta é a missão mais importante do Papa: o ensino. Cabe a ele dizer o que é a Fé e o que é certo e errado na Terra, recordando a palavra divina. Daí decorre que o Papa não pode cometer erros quando fala na sua qualidade de Pastor e Doutor da Igreja:

    - da Fé, ou seja, dos mistérios sobrenaturais relativos a Deus. Como Deus criou a Igreja para que esta palavra pudesse ser conhecida e assim salvar almas, Seu amor infinito não permitiria que um homem, mesmo inconscientemente, destilasse em seu néctar um veneno;

    - de costumes e moral, ou seja, como agir e ser aristotélico na vida cotidiana para fazer o bem.

    Agora, nestas graças especiais recebidas pelo Papa estão também os limites desta autoridade.

    O Papa não pode mudar o dogma da Igreja porque é uma palavra que lhe foi dada a missão de conservar e não de modificar. Como um homem, mesmo um Papa, pode tirar uma palavra já definida como divina?

    O Papa também não pode mudar nada sobre os sacramentos e suas condições de validade (ele pode, no entanto, mudar sua condição de licitude), pois é por Christos que estes critérios foram definidos e, mais uma vez, o Papa tem a tarefa de conservar e não criar o depósito supremo de Deus na Terra.

    Conclusão: O Papa, como Vigário de Deus, é superior a qualquer outro homem em matéria de religião, e sua Primazia não é apenas sobre o Aristotelismo, mas sobre todo o universo quando se trata de religião. Também parece que seria um grave insulto a Deus, tendo em vista os textos e seu significado, colocar um homem acima do Papa no governo dos assuntos religiosos e espirituais de qualquer parte do universo. Assim, não pode haver outra Igreja além daquela encabeçada pelo Papa.

    Escrito por Sua Eminência Aristokolès de Valyria


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